Page 19 - Revista da Armada
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Ficou assim provada a teoria de que na vaporização da água
pulverizada sobre a capuchana de tela, o calor latente da sua mu-
dança de estado era suficiente para garantir uma cintura arrefe-
cida de protecção.
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Pela leitura do aludido livro, não resisto a referir outra efe-
méride notável desse grupo de Marine Engineers. Não tive o pri-
vilégio de conhecer Mr. Lam~. mas fui algumas vezes assistido,
tecnicamente, porMr. Logan edepois por Mr. Robinson-que
lhe sucederam no cargo - quando a Shell, pequena quotista da
Soponata (11,1 %), a apoiou como se ali dispusesse de todo o ca-
pital.
Sabem todos que, no curso da 11 GrandeGuerra, a frota sub-
marina germânica concentrou os seus ataques aos comboios de
navios mercantes num hiato de cerca de 500 milhas, a meio do
Atlãntico, por falta de cobertura aérea, com aterradoras perdas
de vidas e de navios - 5,5 milhões de toneladas, em 1942. Por
isso, a MAC (Merchant Aircraft Carriers) começou por tentar
o sistema de catapultar aviões de caça «Hurricane», de navios
mercantes especialmente equipados para isso, só que não tardou
a verificar a ineficiência de tal método e as perdas que ele ocasio-
nava. Foi assim que, em 1942, essa organização recorreu à Shell
- então Anglo-Saxon Petroleum Company - para adaptação
de lOdos seus navios-tanques de 12 000 toneladas com uma pis-
ta sobreposta de 140m x 13,2m, para descolagem e aterragem
de aviões biplanos o:Sword[lSh" e) armados com duas cargas de
profundidade e quatro pequenas bombas, na al/emativa, de .. roc-
kets" de grande poder de destruição.
A partir do «Rapana» (vide foto) e de 800 toneladas de mate-
rial prefabricado, converteram-se os navios dessa série, com a
respectiva redução de carga e uma perda de velocidade de meio _Rapàna" - O primeiro nayio·lanqUt adaplado a porra-aviões (anlt's I'
06. dt'po/$ da Iransformação).
Todavia, tem de acrescentar-se que, no final de 1943, princi-
palmente pelas facilidades operacionais cedidas por Portugal
aos Aliados nos Açores, e com o afundamento imediato de 53 do do ~masteh (capitão do na vio) e do «air staft officer» (oficial
submarinos alemães, apenas se perderam 146000 toneladas de da Marinha encarregado do comando do pessoal da Fleet Air
navios mercantes. Então, embora mais arredados da defesa dos Arm - destacamento de pilotos, observadores, metralhadores
comboios Atlânticos entre as Caraíbas e Inglaterra, aqueles na- e pessoal de manutenção dos l1avios, além dos artilheiros das de-
vios passaram a ser incluídos (um ou dois) em cada comboio das fesas próprias dos navios) - acrescentando que tais petroleiros
linhas do Norte, entre Halifax (Canadá) e o Clyde (Inglaterra), também faziam , às vezes, o reabastecimento de combustível a
onde se confirmaram as boas relações das suas tripulações mis- navegar, de navios da escolta do comboio, por meio dum oleo-
tas - Navy e Merchant - e o entendimento do comando híbri- duto flutuante, largado pela popa e colhido peto navio reabaste-
cido, que depois passava a navegar, paralelamente ao reabaste-
(') No livro _Quando a Marinha Tinha AsllS ... » (/984) recardei ler cedor, à velocidade normal do comboio.
sidQ um obso!elo _Sword{lSh» de IlSIlS enleladllS, da FlUI Air Arm que, Quem poderá dizer que a nossa Armada não estará guardada
no curso da II Grande Guerra, e na perseguiçõo a seguiraoafundamenlO para futuras soluções como estas?
do «Hood». delec{Qu I' imobilizou por alOque o couraçado germõnico
. Bismarch, permilindo a sua deSlruiçuo pelos navios da ofendida Royal Viriato Tadeu,
Navy. cap.-frag. EMQ
acesso a esses, aparentemente, in- penetráveis. A nova distribuição ur-
AS NOVAS EMISSÕES
vulneráveis lugares que, pratica- bana e o factor turismo são elemen-
DE SELOS PORTUGUESES
mente, deixou de existir em Portugal tos a ter em consideração, mas não
o chamado terreno virgem. Por outro se pode desprezar o efeito produzido
RESERVAS E PARQUES NA- lado, o acto venatório tornou-se um pelo surto de incêndios que nos últi-
TURAIS PORTUGUESES - O re- desporto que, pelo acelerado au- mos anos têm destruido tão grande
duzido número de estradas e cami- mento dos seus praticantes, e ainda riqueza vegetal e, consequentemen-
nhos não permitiu, até há pouco tem- por uma maior eficiência dos novos te, a vida animal Que nela se poderia
po, o conhecimento total de uma par- artigos de caça, conduziu a uma defender.
te muito significativa do território na- franca tendência para a extinção de Compreende-se perleitamente a
cional. Mas o aperleiçoamento e di- algumas espécies animais. O caça- inquietação do Serviço Nacional de
versificação das máquinas, bem dor foi ficando, cada vez mais, habili- Parques, Reservas e Conservação
como as vias em que elas se movi- tado a invadir terrenos que, ao longo da Natureza, em relação à imparável
mentam, alteraram de tal modo o dos séculos, foram considerados im- destruição da vida de certos animais
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