Page 96 - Revista da Armada
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ç6es postais comemoraram o acon- de 1.° dia de circulação com os selos
tecimento com a emissão simultânea portugueses e um carimbo desenha-
de séries de selos que, no âmbito do para o efeito, foi criado um espe-
dos correios e da filatelia, realçam D cial. Este, ao preço de 200$00, tem
espirita comunitário dos dois palses. os quatro selos emitidos pelos dois
Realmente, cada uma das emissões países e apostos carimbos onde está
é constitulda por dois selos, sendo eXp!'esso o significado da adesão.
um deles desenhado pelo país emis- Dentro do segundo sobrescrito en-
sor e o outro pelo pais vizinho. contra-se uma prova, a preto e nu-
Os dois selos da emissão portu- merada, dos selos portugueses.
guesa, que reproduzimos, têm as ta-
xas de 20$00 e 57$50. Marques Curado,
Para além do habitual sobrescrito t .... !en. SG
PARA A HISTÓRIA DOS POSTOS DA ARMADA (II)
o posto
de capitão-de-mar-e-guerra
lé ao século XVII o comandante dum navio de
guerra era chamado capitão e, se comandava um
A grupo de navios, capitão-moro Nas esquadras que
partiam anualmente de Lisboa para a Índia havia quase
sempre um capitão-mar. Era também um capitão-ma r
que comandava as esquadras de guarda-costa, constituf-
das para a defesa do nosso comércio e que patrulhavam
nas águas da Metrópole, estreito de Gibraltar e nas costas
da Índia.
Quando se armava uma esquadra, o rei nomeava o ca-
pitão-mor e os capitães dos navios, geralmente nobres
que não tinham habilitaçôes náuticas especiais, e comanda-
vam indiferentemente no mar e em lerra. Eram responsá-
veis pela disciplina a bordo e pela acção a tomar em com-
bate. A manobra das velas era dirigida pelos mestres e a
navegação pelos pilotos.
') capitão dum navio era essencialmente um cabo de
guerra e não um perito em assuntos náuticos. Contudo,
alguns dos nossos capitães foram grandes navegadores,
como por exemplo D. João de Castro.
Esta situação manteve-se até ao século XVII e vigora-
va ainda no reinado de Filipe lll. Com efeito. tal se con-
clui do despacho que este rei deu a um requerimento de
Hectorde la Calche. sargento-mar dos soldados napolita-
nos que então serviam na nossa Marinha. Esle queixava-
-se de que lendo sido mandados embarcar 250 soldados na-
politanos nos cinco navios que partiam para o Porto e ten-
do ele requerido que fosse designado um navio para o ca-
pitão napolitano José de Curtis, para este embarcar com Capit6o-dt-m(lr-t-,uur(l (175.5) (,ra~ur(l do Ct",ro dt Coltâonadortl
os seus homens, o governador de Portugal D. Francisco .CQla do CO~(lltiro d POr/a. - rtproduç60 proibida).
de Faro, concordou e designou-lhe um navio. mas mais
tarde veio a ordem para aquele capilão passar ao navio-al- para lançar gente em terra, vão com os seus capitães na
mirante, «quebrando-se assim o estilo e o costume então forma de estilo que se usa nesta Coroa e que o mesmo se
usado:.. Sobre este requerimento despachou Filipe IlI , guarde quando embarcarem para navegar, visto como
em 29 de Novembro de 1634, o seguinte: «quando se ofe- nesta Coroa não há capitão-de-mar-e-guerra e o do navio
recer ocasião de se embarcarem soldados napolitanos governa tudo:.(*).
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