Page 260 - Revista da Armada
P. 260
sua antena parabólica, com quase quatro metros de
diâmetro, sinais enviados da Terra, donde, a cerca de
mil e quinhentos milhões de quilómetros, se provoca-
va o funcionamento, por instantes, dos dois conjun-
tos de foguetes de orientação da nave. Os pequenos
impulsos resultavam, obviamente, da reacção à saí-
da, de gases produzidos na combustão de uma mistu-
ra de hidrogéniO e azoto, operação esta sempre deli-
cada, dado que, para além de outros aspectos, acaba
por influir no tempo que a nave se vaí manter contro-
lável a partir da Terra e com os equipamentos, pelo
menos, razoavelmente operacionaís. Ê que, à medida
que a distância ao Sol aumenta, tomam-se maiores as
dificuldades de, por essa via, obter a energia eléctrica
indispensável ao funcionamento da maioria dos ins-
trumentos e, em particular, do sistema de comunica-
ções sem as quais a missão perderia todo o seu valor.
Para contornar essa dificuldade foram instalados
três geradores que produzem electricidade à custa de
um material termoeléctrico ao qual é aplicado calor
obtido da utilização de plutónio 238. Assim, mesmo
no escuro, se dispunha, nos primeiros anos, dos 450
watts necessários ao funcionamento simultâneo de
todos os instrumentos. No entanto, devido ao decai-
mento radioactivo do óxido de plutónio, a energia
agora disponível é bastante inferior, o que obriga a
uma criteriosa utilização que envolve, naturalmente,
Encontro da Voy .. gtor 2 com Urano em 24 de Janeiro da 1985.
o realizar apenas algumas experiências de cada vez.
Apesar das limitações energéticas e do envelheci-
existência de planetas habitados, que só daqui a al- mento dos materiais, já com quatro anos de viagem
guns milhões de anos a nave será detectada e captu- pelo espaço, a Voyager 2 encaminhou-se para Úrano
rada por uma civilização extraterrestre. tendo, em Janeiro de 1986, alcançado a relativamente
Quanto à Voyager 2, para além da aceleração gra- pequena distância de oitenta mil quilómetros às nu-
vitacional imprimida por Saturno, recebia ainda pela vens daquele planeta.
A sonda Voy .. gto,..
,,-
• ... u ulr. ... r .... lu.· !lr '.e'ar 01..
ro l". eõ ••• cae
" .. e lo" ...
_ ' .... I~ ":-1 .. J:.~_.~ .....
h 01' . .. 1"
hHrr. rõ_ ..... ;lhpo
te I~! .... ....
1 ... ..,.111." •
• h~'''''''c''.
6