Page 295 - Revista da Armada
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numa das naus que os abordou. obri-
1 gando os portugueses a refugiarem-se
A nau de Vasco da Gama nos castelos, até que chegou outra
é atacada por 33 paraus nau em seu auxílio que os ajudou are-
peliros «mouros».
CALICUTE
vento Caindo a noite, interrompeu-se o
~
1502 combate, mantendo-se os navios por-
tugueses em redor da «Meri» para
• evitar que ela se escapasse. Ao outro
dia de manhã, vendo Vasco da Gama
"
que não era fácil tomar à abordagem
a nau inimiga nem afundá-Ia rapida-
" mente com a artilharia, deu ordem
',i
para que lhe pusessem fogo. Foi en-
, .. carregado dessa tarefa um batel com
, alguns marinheiros e bombardeiros
.. , que. apesar da oposição dos defenso-
res, conseguiu incendiá-Ia. A «Meri» .
"
, , que Ião valentemente se comportara.
,
ardeu até à linha de água, acabando
, , por se afundar. Todos os que nela es-
,
" '"
, 0' tavam morreram queimados ou afo-
, gados.
" ~~ Terminado o combate e reparti-
'. dos os despojos, Vasco da Gama foi
, fundear com a sua armada em Cana-
,
nor.
"
CALICUTE (Outono de 1502)
2~--------------~ ,
A armada de Vasco da Gama , , Depois do combate com a nau
é atacada por 29 naus
«Meri», Vasco da Gama foi a Cana-
nor, onde se deteve alguns dias. e daí
o o o o , para Calicute.
,
00 o o o Logo à chegada, apresou numero-
,
ao o o ,
a sas embarcações de pesca, obrigando
a o o ,
a o , as restantes a procurar refúgio em
Vicente o o ,
SOO" terra. Seguiram-se três dias de infru-
, , tíferas negociações com o Samorim
.' , , acerca da indemnização devida pela
• • • , ,
• • • , , , destruição da feitoria portuguesa
v.~ ••• ocorrida dois anos antes. Vendo que
da Gama • , daí nada resultava, Vasco da Gama
~' deu inicio às represálias, mandando
, enforcar nos lais das vergas todos os
,
pescadores, cerca de cinquenta, que
tinha capturado. Depois de mortos,
Por fim, prevaleceu mais uma vez, a ram às mulheres) e puseram fogo à mandou-lhes cortar as cabeças, as
superioridade dos canhões de bronze nau. mãos eos pés que enviou dentro dum
dos Portugueses sobre os canhões de Os «mouros» que estavam presos zambuco para a praia, acompanha-
ferro dos «Mouros». A nau «Meri», no interior da nau, quando pressenti- dos duma carta dirigida ao Samorim
com o costado abalado pelos nossos ram o que estava acontecendo, fica- em que dizia que aquilo era apenas
tiros, começou a fazer água e os seus ram furiosos e, conseguindo libertar- uma amostra do que havia de sofrer
ocupantes, receando que se afundas- -se, tomaram a pegarem armas e , en- pelas traições que tinha feito aos Por-
se, renderam-se. quanto uns se esforçavam por apagar tugueses. Seguidamente, aproximou
Os portugueses entraram nela, fe- o incêndio, os outros escorraçaram os os navios de terra e submeteu a cida-
charam todos os homens válidos nos batéis portugueses. Acudiram logo de a um intenso bombardeamento.
pavimentos inferiores e começaram a várias naus que tentaram sucessiva- Terminado este, fez-se à vela para
baldear a carga que levava para os mente abordar a «Meri». Mas nunca Cochim com o grosso da armada, dei-
seus batéis. Cond uída esta faina, por oconseguiram. tal era a fúria, filha do xando Vicente Sodré diante de Cali-
ordem de Vasco da Gama, trouxeram desespero, com que os «mouros» se cute com cinco naus e a caravela e or-
consigo cerca de vinte crianças que defendiam. E não se limitavam a de- dens para não deixar entrar nem sair
havia a bordo (não se sabe o que fize- fender-se! Chegaram mesmo a entrar doseu porto qualquer navio.
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