Page 304 - Revista da Armada
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próximos  da  região  central  e  bem
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                                                                                a situação fosse assim tão simples di-
                                                                                ríamos que qualquer estrela, próxima
                                                                                ou afastada do núcleo galáctico, com-
                                                                                pletaria uma volta no mesmo tempo,
                                                                                o que  não  é  verdade, pois  há como
                                                                                que um «escorregamento» ou seja, a
                                                                                galáxia  não  roda de forma  solidária
                                                                                pelo que  h ~ deslocamentos relativos
                                                                                das estrelas no interior da galáxia. De
                                                                                facto  decorre,  por exemplo,  que do
                                                                                local em que vivemos observamos os
                                                                                astros em posições relativas a darem-
                                                                                -nos ideia de uma ou outra figura a que
                                                                                chamamos constelação.  No entanto,
                                                                                devido aos tais movimentos, essas fi-
                                                                                guras vão-se deformando o que pro-
                                                                                voca, embora só ao fim de largos mi-
                                                                                lhares de anos,  profundas alterações
                                                                                no céu observado a partir da Terra.
                                                                                   É já evidente que não estamos no
                                                                                centro do Mundo e nem sequer sabe-
                                                                                mos  o que  isso  significa e, por mais
                                                                                em repouso que nos sintamos, nunca
                                                                                estamos  parados.  «Viajámos»  já no
                                                                                nosso planeta até ao exterior da Galá-
                                                                                xia  em  que  vivemos.  Mas  sabemos
                                                                                que há milhões de galáxias e que to-
                                                                                das  elas  viajam  pelo  espaço,  deslo~
                                                                                cando-se umas em relação às outras e
                                                                                com  movimentos de  rotação depen-
                                                                                dendo, em grande parte, das idades e
                                                                                quantidade de estrelas de que são for~
                                                                                madas.
                                                                                   Pensam os astrofísicos que as ga-
           A noss/l G/lláxia.

           sível  distinguir  estrelas  individual~
           mente e, do sistema solar, apenas po~
           deremos saber, aproximadamente, a
           sua  posição.  Mas  o  que  talvez  seja
           mais evidente é  a sensação de movi~
           mento que a própria distribuição da
           matéria  sugere  -  um  autêntico  re~
           moinho  no qual são arrastados mais
           de cem mil  milhões de estrelas, ocu~
           pando uma extensão que um  raio  lu~
           minoso,  à  conhecida  velocidade  de
           trezentos mil quilómetros por segun~
           do, atravessaria  em  um  pouco  mais
           de cem mil anos.
              A sensação de movimento que se
           percebe no desenho, corresponde, de
           facto, à realidade. Próximo da região
           central  a  matéria  descreve  círculos
           menores do que nos bordos da galá-
           xia o que, dito de forma simplificada,
           implicaria  uma  velocidade  tanto
           maior quanto mais  longe do centro.
           Daí resulta que  o Sol se desloque a
           novecentos mil quilómetros por hora
           enquanto são  mais  lentos os  pontos   An/le RiI/I .. explic/lm_/I exp/lnsãodo Universo.

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