Page 340 - Revista da Armada
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Martins. que se classificaram em equipa do CEFA alcançará, na RECTIFICAÇÃO
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15. e 16. em Ponte de Sar e 15. 0 próxima época, resultados ainda
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e 8. 0 em Lagos, respectivamente. melhores. Rectifica-se o posto e a classe do
Estamos em crer que com a terceiro elemento da equipa de tiro,
experiência adquirida esta época, San Payo de Araújo, publicado no número anterior para
treino e dedicação à modalidade, a· 1. ·/en. SEa cabo L Carvalho.
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Batalhas e combates da Marinha portuguesa (XIX)
DIU (3 de Fevereiro de 1509) isso mesmo, fora colocada na dianteira, Vaz que, aliás, não desejava OUtra coisa.
partindo do princípio que se poderia
(ConlinUQ(do) Logo que as duas naus se juntaram, os
perder. uma vez que o primeiro navio a portugueses saltaram impetuosamente na
Pelas nove horas. começou a soprar entrar seria aquele que correria maiores contTária e em poucos minutos tomaram-
um nordeste bonançoso que era o vemo riscos. Efectivamente. logo que a _Santo -lhe o castelo de vanle e o convés.
mais conveniente para a armada portu- Esprrito. e a galé de Diogo Pires entra- Porém, no momento em que parecia que
guesa. Mas, D. Francisco de Almeida ram no canal de acesso ao porto interior a capitânia turca estava irremediavel·
linha ainda que esperar pela maré. Obri- começaram a ser alvejadas pela forta- mente perdida, um dos seus galeões. que
gado a fazer passar a sua armada por um leza, pelo fonim do mar e pelos navios tinha por BD, alou-se pela amarra do
canal relativamente estreito (150 m) e de remo do inimigo, sofrendo, qualquer ferro de EB e veio abordar a .Santo
pouco profundo (3 m), não O faria . cer- delas pesadas baixas. EspíritO- pelo bordo contrário àquele por
tamente, sem ser com a maré a encher, Tanto as naus turcas como as de Diu que estava aferrada à nau de Mir-Hocem.
para ter possibilidade de safar qualquer estavam também fortemente empavesa- Deste modo, ficou a nossa nau entalada
navio que evemualmeme encalhasse. das e com os castelos e conveses cober- entre dois navios turcos, vendo-se obri-
Entretamo, mandou novamente o tOS com fortes redes de cairo. Além gada a combater simultaneamente com
bergantim distribuir pelos navios a rela- disso. tinham os costados protegidos por ambos. Em resultado d isso, parte dos
ção das recompensas que seriam atri- arrombadas constiturdas por sacos de cavaleiros e soldados que estavam na nau
buídas, no caso da vitória sorrir ao~ algodão cobertos com peles de boi de Mir-Hocem tiveram de regressar
portugueses. como esperava. Dessa molhadas, por causa dos incêndios. apressadamente à sua nau para a defen-
relação constavam, além dos prémios a Momentos antes de abordar a nau de der do ataque do galeão. Neste transe,
atribuir aos capitães, soldados, marinhei- Mir-Hocem. a -Santo Espírito- disparou Nuno Vaz Pereira foi gravemente ferido
ros, bombardeiros, etc., as indemniza- todos os seus canhões de BB contra a por uma flecha que lhe atravessou a gar-
ções a conceder aos feridos e às famOias amura da nau turca que estava amarrada ganta e teve que ser evacuado em braços.
dos mortos e a promessa de alrorria para àquela por EB. O efeito desta salva, dis- A panir desse momento, a guarnição da
os escravos. parada a curtíssima distância com bom- "Santo Espírito" viu-se forçada a adop-
Finalmente, cerca das onze horas, bardas de grosso calibre, foi terrível, lar uma atitude defensiva, Iimitando-se
estando reunidas as condições ideais de provocando um rombo na linha de água a repelir os sucessivos assaltos dos turcos
vento e maré, e tendo a sua geme forte- através do quaJ a água começou a entrar por ambos os bordos.
meme motivada e ansiosa por entrar em em grande quantidade razendo adornar A segunda nau a entrar devia ser a
acção, D. Francisco de Almeida mandou a nau. Procurando contrabalançar o .. Belém_ de Jorge de Melo Pereira. Mas
disparar uma bombarda que era o sinal adornamento, a sua guarnição passou-se levou muito tempo a suspender e,
combinado para iniciar o ataque. Em toda para o outro bordo. É certo que a perante isso, Pera Barreto, na "Taforea
todos os navios as trombetas e os tam- nau se endireitou, mas a água que tinha Grande- passou-lhe II frente. E, trans-
bores atroaram os ares com os seus embarcado correu também para esse posto sem novidade o canal, dirigiu-se
toques marciais, ao mesmo tempo que as bordo e fê-la virar. por entre as aclama- à nau turca que lhe estava destinada, a
guarnições davam vivas e faziam grande ções da guarnição da _Santo Espírito.! terceira, a qual aferrou por EB. Mas,
algazarra. Do lado contrário, as naus e Tudo se passou tão rapidamente que pou- como esta tinha também uma outra amar-
os navios de remo responderam imedia- cos foram os turcos que conseguiram rada a si , Pera Barreto e os seus compa-
tanlente da mesma forma. O grande mo- salvar-se de morrer afogados. nheiros tiveram de se haver, ao mesmo
mento chegara! Entretanto, logo após o disparo da tempo. com as guarnições de duas naus
As naus portuguesas, que já tinham sua artilharia, a _Santo Espírito", que o que deu origem a que o combale se
os ferros a pique, suspenderam e, lar- calava mais que as naus turcas, tocou no prolongasse.
gando traquetes e mezenas, dirigiram-se fundo e ficou imobilizada a poucos Enquanto isto se passava, Jorge de
pela ordem pré-estabelecida, para a metros de distância da nau de Mir- Melo estava furioso por ter sido ultra·
entrada do canal. precedidas pela galt de -Hocem. Julgando este que os portugue- passado e não se fartava de insulw.r o
Diogo Pires que ia continuamente ses tinham estacado propositadamente mestre! E, para tentar recuperar o atraso,
sondando. naquela posição para meterem a sua nau logo que o ferro arrancou, mandou
A primeira nau a entrar foi a -Santo no fundo com a anilharia como linham largar a vela grande, além do traquete
Espírito- de Nuno Vaz Pereira, uma nau feito à oulta, alou-se pela amarra do e da mezena. O resultado foi que a nau
velha, que fazia bastante água e que, por ferro de EB e foi aferrar a nau de Nuno ganhou velocidade e, antes que as velas
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