Page 341 - Revista da Armada
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· ..... ,._, .... BATALHA DE DIU - 1509
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pudessem ser de novo colhidas, ullJ1lpaS- montou a cavalo e fugiu a galope para sas naus que o puderam fazer. antes de
sou todas as naus turcas e mesmo a Cambaia com mais receio de Meliqueaz abordar as contrárias. dispararam contra
grande nau de Diu. acabando por só con- do que dos portugueses. Entretanto, a elas. à queima-roupa. toda a SUIl arti-
seguir abordar, por EB. o grupo de duas .. Taforea Pequena .. de Garcia de Sousa lharia.
naus desta cidade que estavam a seguir! tinha também atracado à capitânia turca. Prosseguindo o seu caminho. a -Frol
Deste modo ficou perdida para o com- ajudando a dominar os últimos focos de de la Mar- foi fundear sensivelmente em
bale com os turcos a melhor e mais bem resistência que nela ainda havia. frente das naus de Diu. a meio do canal,
guarnecida nau da nossa armada. A "Frol de la Mar-, logo que alcan- de modo a barrar a passagem aos navios
A quarta nau a entrar foi a «Rei çou o porto interior, percorreu a curta de remo que não cessavam de nagelar
Grande» de Francisco de Távora. Na sua distância a linha de batalha para que o com pelouros e flechas as naus que iam
esteira, ia a .Frol de la Ma..,. de João da vice-rei se pudesse inteirar da situação. entrando. embora com fracos resultados.
Nova com o vice-rei. Vendo este o que À passagem pela úllima nau turca, ao A verdade é que a decisão de Meliqueaz
se passara com a .. Belém .. e apercebendo- começar a guinar para EB, disparou toda de dar batalha no porto interior e não no
-se que a .. Santo Espírito .. estava em a sua artilharia de BB contra ela. Mais porto exterior ou ao largo, foi extrema·
dificuldades, é provável que tenha man- uma vez, o efeito dos tiros de grosso mente favorável para os portugueses.
dado ordem a Francisco de Távora, que calibre disparados à queima-roupa foi porquanto o principal factor de força do
o precedia, e a Garcia de Sousa, que o devastador. A nau turca sofreu um inimigo. ou seja. a sua superioridade
seguia, para irem abordar a nau de Mir- rombo na amura de EB. junto à linha de esmagadora em navios de remo. ficou
-Hocem. o que ambos fizeram. água. e começou a afundar-se. No praticamente anulado. Num canal cuja
A chegada da .. Taforea Grande- com entanto. é natural que a maior parte da largura mal chegava aos duzentos
gente fresca fez pender definitivamente sua guarnição se tenha sa1vo. ou por estar metros. só era possfvel às galés. galco-
o combate na capitânia turca a nosso a combater contra Pera Barreto na nau tas. fustas ou paraus combater numa
favor. Embora continuassem a oferecer vizinha ou por ter lido tempo de se pas- frente de. quanto muito. doze unidades
uma resistência desesperada, os seus sar para ela antes da sua nau ir ao fundo. que, mesmo assim. tinham de estar muito
ocupantes foram obrigados a abandonar Neste ponto. não podemos deixar de juntas. o que facilitava enormemente a
o exterior e a refugiar~se nos pavimen- pensar que o afundamento de duas naus acção dos nossos bombardeiros. Por
tos inferiores onde acabaram por ser turcas, cada uma delas com uma única outro lado. a grande quantidade de
todos monos ou feitos prisioneiros. Mir- salva de artilharia. veio dar razão ao embarcações que tinham atrás de si
-Hocem,já ferido e vendo a nau perdida, condestável da nau de D. Lourenço de embaraçava a manobra das que estavam
passou~se para uma pequena embarcação Almeida que na batalha de Chaul afir~ mais directamente empenhadas em
que estava amarrada pela popa e, apro~ mara ser possfvel afundar a arnlada turca combate.
veitando a confusão da batalha, atraves- a tiro de canhão. Seja como for. o qUI.' A panir do momento em que as naus
sou o canal sem que ninguém desse por parece cen o é que os portugueses tinha« portuguesas começaram a chegar ao
ele e foi para a vila dos Rumes. Ar. aprendido a lição. Em Diu, todas as nos- portO interior. disparando continuamente
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