Page 157 - Revista da Armada
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designadores visuais do alvo, pcnnitindo transmitir com rigor   A defesa antimfssil a curta distância é assegurada por um
        AO  Centro  de  Operações  o  azimute  do  alvo  avistado.  As   sistema  Vulcan-Phalanx  MKI5,  montado  à  popa.  sobre  o
        câmaras TV, montadas nas antenas dos radares de tiro STIR.   hangar. Trata-se de um ... Close-in  Weapon System ..  (CIWS).
        a que nos referiremos posteriormente, têm uma grande capa-  de 20 mm,  utilizando 6  canos  rotativos  e  com  um  ritmo de
        cidade de _zoom,.  pennitindo e;tecutar a observação de alvos   fogo de 3000 tiros por minuto.  Este sistema é completamente
        e  registar  as  imagens obtidas.                   autónomo.  contendo  em  si  um  radar  de  pesquisa  e  um  de
           Abordemos por fim o helicóptero orgânico.  Para além de   seguimento  e  funciona  nonnalmente  em  modo  autónomo.
        ser um sensor autónomo, ligado ao navio pelo ~data-linloo (9)   O  modelo  de  missei  Harpeon  de  que  o  navio  dispõe  é
        VESTA. o  helicóptero é  também  uma  arma e  um  elemento   relativamente recente, com um alcance  e~cedendo as 60  mi-
        logistico da  maior relevância.  As  fragatas  da classe «Vasco   lhas.  Está  instalado  em  duas  estruturas  de  suporte  para  4
        da Gama" serão dotadas com dois helicópteros «Super Lynx,..   «cannister- (13) cada, a meio-navio. O seu disparo é indepen-
        da  «Westland •. com excelemes caracterfsticas, já adoptados   dente do ST ACOS. estando contudo ligado a este para obten-
        pela maioria das Marinhas europeias da NATO.  Os helicóP'"   ção da posição do alvo, planeamento do perfil de voo e medKtas
        teros  terão  radar  e  sonar.  poderão  transportar  torpedos,   preparatórias  do disparo.  É uma anna virada  para alvos de
        executar  reabastecimento  vertical  (VERTREP).  recolher   superfície a médias e longas distâncias, com . homing" activo,
        náufragos,  efectuar operação de  reconhecimento em áreas a   do  tipo  "fire  and  forget- ou  seja  não existindo controlo do
        mais  de  100 milhas  de  distância  do  navio  e  ainda  obter   mfssil  por  parte do  navio  após  o  seu  lançamento.  Para  a
        elementos do alvo  para o  lançamento de  mfsseis supcrffcie-  obtenção  de  elementos  relativos  ao  alvo  é  particularmente
        -superffcie. Só muito recentemente fo;"assinado o contrato de   importante o  apoio de  um  helicóptero orgânico ou  de outra
        aquisição dos helicópteros. como referimos atrás, o que terá   plataforma.
        como consequência não se dispor por enquanto de helicópte-  Para  atacar  submarinos.  o  navio  dispõe  dos  torpedos
        ro embarcado operacional.                           MK  44.  bem  conhecidos  entre  nós  e  ainda  dos  torpedos
           A resolução do problema do tiro da peça de 100 mm e do   MK  46. com significativas melhorias relativas às caracterfs-
        lançador  de  mfsseis  -Sea  Sparrow_  é  obtida  através  do   ticas dos anteriores, nomeadamente quanto a velocidade. pro-
        DDWCS - _Dual  Director  Weapon Control  System •.  Esta   fundidade  máxima  e  alcance.  Poderão  ser  lançados  do
        direcção de tiro - chamemos-lhe assim - é composta pelos   helicóplero ou de dois reparos triplos de tubos lança-torpedos
        dois radares de tiro STIR.  pelo radar MW 08 na sua capaci-  MK  32, semelhantes aos que equipam as  corvetas da classe
        dade  ..:trac!.:  while scan",  pelos calculadores de  tiro da  peça   «Baptista de Andrade..  O disparo dos tubos é  feito  normal-
        e do reparo dos -Sea Sparrow. e por consolas para a direcção   mente no Centro de Operações, manualmente, em painel pró-
        e o controle deste sistema, instaladas no Centro de Operações.   prio.  Embora  os  reparos  lança-torpedos  não  se  encontrem
        O OOWCS gere canais de fogo,  utilizando os  radares STIR   associados ao STACOS, este, em função do tipo de torpedo
        a  vante  e  a  ré  e  os  do  radar MW 08.         e  da  posição  e  movimentos  do  submarino,  aconselha  o
           Os  radares  STIR  adquirem  e  fazem  o  seguimento  de   momento do lançamento.  Refere-se ainda a particularidade do
        alvos.  nomeadamente de mfsseis _sea-s!.:imming_ (10) e ain-  torpedo  MK  46  funcionar  com  um  combustível  propulsor
        da e~ecutam a sua iluminação. pennitindo o emprego de mfs-  muito tó~ico,  o  Otto Fuel, que requer cuidados  muilO espe-
        seis de ~homing. semiactivo, como é o caso do «Sea Sparrow".   ciais em caso de derrrame ou incêndio.
           A reacção em  tiro antiaéreo é muito  rápida, caso o alvo   Para além das contramedidas electrónicas, já referidas ao
        seja detectado pelo radar MW 08. Este radar inicia automati-  mencionar o equipamento APECS. o navio dispõe de 2 reparos
        camente o seguimento do alvo e deteonina aproximadamente   hexatubo  lançadores de  _chaff-.  o SRBOC  MK  36 modo I.
        a sua elevação, facilitando a pesquisa pelo radar de tiro STIR.   Estes lançadores, do tipo morteiro, podem disparar munições
        Assim, obtém-se um tempo de reacção mínimo. para a peça.   com  palhetas  de  «chaff"  ou  «decoys ..  (14)  infravennelhos.
        e~tremamente pequeno. sendo contudo o perfod~ equivalente
        para  o  lançador dos  "Sea Sparrow» um  pouco  maior.
           Abordemos em seguida, as armas de que o navio dispõe,   ( I)) ~ CQlmiSIt!f. - CfHI11!11I0r muit' IIMl1sponado t  ond/! se t l1CfH1lf1l
                                                            alojado €I  m/ui/.
        a algumas  das quais já  nos  referimos  antes.        (14)  oVtcoy. - lermo ""Sfo-mxlmiro pora  tngodo.
           A  peça  de  100 mm.  montada  a  vante.  é  o  modelo  68
        CADAM (I I) da Creusot-Loire. Oe origem francesa é muito
        semelhante às que equipam já as fragatas classe ..comandante
        Jodo BelQoo e as corvetas da classe «Baplisl3 de Andradc>, tendo
        contudo a  modificação CADAM. que  lhe aumentou o  ritmo
        de fogo através de melhoramentos no sistema de alimentação
        e de recuperação do cano. É uma aonn polivalente, utilizável
        em tiro de superfície. antiaéreo. antimrssil, contra terra e ainda
        paro o disparo de munições iluminantes e «chaffCharlie- (12).
           O navio tem  montado a ré das chllminés um  reparo ÓCtu-
        pio de  mfsseis superfície-ar NATO SEA  SPARROW.  Utili-
        zando um  _homing ..  semiactivo. o  mfssil de que dispomos é
        eficaz contra alvos aéreos,  nomeadamente mísseis,  a curtas
        e médias distâncias.  Poderá ainda ser utilizado,  secundaria-
        mente. em modo superfície. De acordo com a doutrina NATO
        é  classificado  como  um  "Point  Defense  Missile  System"
        (PDMS).

           (9) _JJnI/l  lillir.. - 5i51t'rrIO  d/! (omulliClrfl'ks quI' pumilt" IrIm5miniJo
        1IIII00IIáliClI 11t:  dados.
           (10) .Sea·Skimmer.  - lipo dI'm{uil qu .. . ft' Ilprwimn da ai\"() em  1'00
        r~llI"e. poro dificul/ar a delt'cçlJll.
           (II )  CAVAM -  do frallcls _COl//!"'/!  uI/I/!/Iiort'_.
           ( 12) -Chuff.  - designaçdO anglo-stuóniro paro rotrjUIIIOJ d/! polht'rfU
        ml'ldlims qrlt' /ançaJfU  no  atmosfuu produ:.t'm «VS "OS  rodnrts.

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