Page 161 - Revista da Armada
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OS AVISOS DE 2. a CLASSE "PEDRO NUNES" E "JOÃO DE LISBOA"




          1. a Parte                                 «Pedro Nunes»






                avios que os marinheiros da    Com pequenas diferenças, des-  tau  inúmeros  portos  nacionais  e
                época  apelidaram  de  dois  locavam cerca de 1217 t, máximo e   estrangeiros, muitos deles por vá·
         N tamancos,  dada  a  desele-      1090  standard.  Tinham  68 m  de   rias vezes, navegou 16 419 horas e
         gância das suas linhas, em relação  comprimento por 10 de boca e  um   teve 31  comandantes e  encarrega·
         às dos parceiros ((Gonçalo Velho» e   calado máximo de 3,24 m.       dos  do  comando.  O  IIJoão  de  Lis-
         «Gonçalves  Zarco».  Isto  por  fora,   Dispunham do seguinte arma-  boa» visitou também muitos portos
         porque por dentro não lhes ficavam   mento: 2 peças de 120 mm; 4 AA de   nacionais e  estrangeiros. navegou
         atrás,  nem em comodidades  nem  40;  2  lança-bombas  de  profundi-  18062 horas e  teve 16 comandan-
         no luxo dos alojamentos ... dos ofi-  dade  e  4  calhas  para  12  minas.   tes  e  encarregados  do  comando.
         ciais,  porque  os  dos  sargentos  e   Possuíam 2  motores  Diesel de   Fizeram. respectivamente. 18 e  24
         praças, deixavam muito a desejar!   8 cilindros que lhes permitiam uma   docagens.
            SAo navios que, apesar de tudo,   velocidade  máxima  de  16,5  nós,   Principais  eventos  no  IIPedrO
         ficaram gravados para sempre na   sendo a sua autonomia de 8850 mi-  Nunes»:
         memória dos milhares de marinhei·   lhas  à  velocidade  de  cruzeiro  -  De 6 de Maio de 1935, data em
         ros que por eles  passaram, sobre-  10,5 nós.                        que saiu a  barra do Tejo pela pri·
         tudo os que  neles  fizeram  longas   O equipamento era constituído   meira  vez,  a  7  de  Dezembro  de
         comissões  de  serviço  no  antigo   por:  posto  radiotelegráfico  com   1936, realizou vários exercícios, só
         Ultramar português.               2 transmissores  e  2  receptores;   e em conjunto com outros navios de
            A  construção  destes  navios   sondador;  girobússola;  odómetro;   superficie,  submarinos  e  aviões,
         obedeceu ao plano de reorganiza·   radiogoniómetro  e  asdic,  este  a   dos quais o mais importante decor-
         ção da Armada. aprovado pelo Dac.   partir de 1946. A lotação completa   reu nos mares dos Açores, servin·
         com força de Lei de 18 de Julho de   era de 112 homens.              do de navio-apoio aos submersiveis
         1930. Ambos foram construIdos no      Quando o nosso pais entrou na   e integrado numa força naval cons-
         Arsenal  da  Marinha,  sendo  o  pri·   NATO  os  distintivos  dos  navios   tituída por contratorpedeiros, sub-
         meiro aumentado ao efectivo dos   eram,  respectivamente,  A  528  e   marinos e hidroaviÕ8s «Junker», do
         navios da Armada em  11  de Abril   A  5200.                         Bom Sucesso.
         de 1935 e o segundo em 9 de Outu-     Tempo  de  vida  que  tiveram:    Em 7 de Dezembro, tenninados
         bro de 1937.                          O I(Pedro Nunes» esteve ao ser-  os exercícios, largou do Tejo para a
            Características:               viço durante cerca de 21  anos, visi-  sua  primeira  comissão  de  serviço




































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