Page 162 - Revista da Armada
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no Ultramar, chegando a Moçambi·   largou do Tejo, no dia 22 de Julho   da no V Centenário da Descoberta
           que em 29 de Janeiro de 1937. Por   de  1942,  em  busca  de  náufragos   da Guiné. A guarnição tomou parte
           lá  se manteve  4  meses,  visitando   embarcados em baleeiras do navio   muito activa nas festas comemora·
           vários portos e largou para Lisboa   inglês  uAvila  Starll,  afundado  por   tivas, oficiais e particulares. Regres-
           em 1 de Junho, pelo Canal de Suez,   um submarino alemão a  cerca de  sou a  Lisboa,  onde chegou em  12
           subindo o  Tejo em 29  deste mês,   120 milhas a leste dos Açores. Uma   de Fevereiro.
              Juntamente com o ~doão de Lis·   das baleeiras tinha sido localizada   Em 28 de Março de 1947 largou
           boa))  tomou  parte  nas  comemora·   pela  Aviação  Naval  de  Lisboa  a   para mais uma viagem de instrução
           ções da Revolução do 28 de Maio,   cerca de 75 milhas da costa marro·   de  cadetes  do  curso  «O.  João  de
           que decorreram no Porto com a pre-  quina. Dos 39  náufragos que nela   Castro»,  com escalas  na  Madeira,
           sença do Presidente da RepUblica,   tinham embarcado apenas sobrevi-  Guiné, Dakar, S. Tomé e Príncipe e
           general Carmona.                  viam  24  que  foram  recolhidos  e   Angola.
              Depois de realizar vários servi-  assistidos a bordo e mais tarde em   De regresso ao Continente, com
           ços no Continente, ilhas Adjacentes   Lisboa.                        escala em vários portos, chegou a
           e Cabo Verde, largou do Tejo em 1    Em 31 de Agosto largou do Fun·   Viana do Castelo em 15 de Agosto,
           de Outubro de 1938 em viagem de   chal em  socorro de  náufragos  do   onde esteve 6 dias a representar a
           instrução de um curso de guardas·   vapor  inglês  uClan  Mac  WhirteTll,   Marinha Das festas da Senhora da
           -marinhas, visitando Moçambique,   afundado  pelo submarino alemão   Agonia.
           Cape  Town,  Angola,  S.  Tomé  e   tlU 6911 a oeste do arquipélago. Nes·   Até 23 de Fevereiro de 1948 vi·
           Principe,  Guiné e  Cabo Verde.   se mesmo dia, à tarde, recolheu 30,   sitou vários portos da nossa costa,
              Note·se  que  este  foi  o  último  durante a  noite mais 14 e no dia 2   efectuou exercícios, prestou assis·
           curso sem patrono; todos os que se  de  Setembro  todos  os  oficiais  do  tência a  regatas  no  Tejo,  tendo a
           seguiram passaram a  ter  um,  ofi·   navio afundado, à excepção do coo   bordo o  major'general da Armada
           cialmente designado.              mandante, morto durante o ataque.   para receber  o  presidente  da  Re-
              A viagem foi de cerca de 6 me·    Depois de ter estado cerca de 5   pública  general  Carmona,  que se
           ses,  regressando o  navio a  Lisboa   meses em missão de soberania em   fazia acompanhar dos ministros da
           em 27 de Março de 1939, depois de   Cabo Verde, com uma visita à  Gui-  Marinha e  das Finanças, embaixa·
           dar a volta a  África indo pelo Suez   né,  prestou assistência -  20 e  21   dor de Espanha e cÔnsul da Suécia,
           e  vindo pelo Atlântico.          de Dezembro - ao navio de carga    e  tomou parte na 5.·  Festa Marfti·
              Em  Agosto  realizou  nova  via·  espanhol «Fernando L.  de Ybarra)),   ma da Póvoa do Varzim.
           gem  de  instrução,  entrando  em  que  naufragou  na  nossa  costa,    Em  23  de  Fevereiro  largou
           vários portos da costa portuguesa,   entre o  Baleal  e  a  Foz  do Arelho.   em missão de soberania para Ma-
           levando embarcados os cadetes do     Sobre o  assunto diz  o  coman-  cau,  onde  chegou  a  20  de  Abril,
           curso ~Condestáveln.              dante Sousa Mendes na sua obra     escalando  vários  portos  no  ca·
              Em 9 de Outubro, encontrando·   «Setenta  e  Cinco  Anos  no  MaTlI:   minha.
           ·se em Cabo Verde, recebeu a boro   ~~auando se  aproximou  do  local,   Fez fabricas  em Hong·Kong e,
           do  os guardas·marinhas do curso   avistou o  navio atavessado e  bas·   em 27 de Julho, atracado à  ponte
           dnfante D. Henriquen, que vinham   tantf:l  mergulhado,  sendo  batido   no porto interior de Macau, supor-
           em  viagem  de  instrução  a  bordo  com violência por vagas alterosas   tou um tufão com rajadas de vento
           do aviso ItBartolomeu Dias»,  conti·   que chegavam a cobri·lo totalmen·   de 90 kmlhora e chuvas torrenciais
           nuando·a  com  escalas  na  Guiné,   te. Junto à  meia nau acenavam al·   e, em 3  de Setembro, agora amar·
           S. Tomé e  Principe, Angola  e  Mo-  guns vultos, durante as acalmias da   rado à  bóia,  outro com rajadas  de
           çambique e  regressando a  Lisboa  rebentação. O salva-vidas uSousa e   130 km/hora. Nem num nem noutro
           pelo Suez, em 12 de Março de 1940.   FarOl>  colaborou  na  assistência,   sofreu  avarias  de  vulto,  graças  à
              Durante o mês de Agosto efec-  embarcando nele o  comandante e    boa actuação de todo o pessoal da
           tuou uma viagem de instrução com   algumas praças do «Pedro Nunes».   guarnição.
           cadetes do curso ItVasco da Gama)),   Recolheu apenas um tripulante - o   Em Junho voltou 8  Hong·Kong
           na costa do Continente e nas Ilhas   despenseiro  -  que  se  lançara  à   para reparações e docagem, toman-
           Adjacentes,  largando em  1 de Se·   água e se agarrara a uma bóia com   do parte a seguir, já em Macau, na
           tembro  para  outra  com  cadetes   retenida  que  lhe  fora  lançada.  O   Semana da Marinha, em várias ce·
           do  curso  uCondestáveln,  com  um   navio sinistrado que continuava a   rimónias, juntamente com o  «João
           itinerário que incluiu Cabo Verde,   ser  fustigado  com  muita  dureza   de Lisboall, entre as quais uma ho·
           S.  Tomé  e  Príncipe,  Angola,  Mo·  adornou a  EB,  abatendo a  ponte   menagem aos mortos na explosão
           çambique,  regressando  a  Lisboa   com grande estrondo, atirando os   da fragata «O. Maria D», ali ocorrida
           pela rota do Cabo e  escalando An-  sobreviventes ao mar. Com extre·   em 29 de Outubro de 1850.
           gola,  S.  Tomé  e  Prfncipe,  Guiné,   ma dificuldade recolheu 3 cadáve·   Em 15 de Julho de 1950 iniciou
           Cabo  Verde  e  Funchal  Chegou a   res que foram desembarcados em   o  r&gresso a  Lisboa. Poucas horas
           Lisboa em 27 de Fevereiro de 1941-  Peniche.>!                       depois  da  salda,  a  caminho  de
              Depois de uma estadia em Ca-       Manteve·se depois em repara·   Hong·Kong, foi  alvejado com tiros
           bo Verde - Julho a  Novembro -    ções, em Lisboa, até 12 de Janeiro   de  morteiro  disparados  das  ilhas
           em missão de fiscalização de pas-  de 1946, data em que, com o  con·   chinesas de Tal·Ló e  Potué, come-
           siveis  desembarques de bordo de   tratorpedeiro ItLima»,  seguiu  para   çando a  navegar em ziguezague e
           submarinos, o que não se verificou.   Bissau em representação da Arma·   ripostando com a  peça de 120 mm
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