Page 125 - Revista da Armada
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~ por um lIWIfIhtoII'o do conu,)!atpederro ~". ,) InpubçJo do  'fJ" ~ .. -~ par .. O.ll1YlT.II .I b6r.t wndo-Je Qso COCItlnho ('111 pnmeuo pLloo. Soubor.1ll
           mt'di.tldmM!l"" ~wr, 5.KM1ur,) C .. br,ú .. dinglt .. tn.Inobra l" Ortins de 81"!!l.'fICourr .. olMfv", (roto dt  M  0_  ~ & Filhos)
           que  além  de  ser  o  primeiro   Era  uma situação-limite  e de  favorável  para  a partida,  isto  é,  vegação.  Pelas  16.55  horas foi
           piloto  naval  português,  era  alto risco,  sem qualquer margem  vento dos  quadrantes de norte  avistada  a ilha  de  Porto Santo e
           também  a  figura  tutelar  da  de segurança  para  responder a  com velocidade não inferior a 18  às  18.04  (hora  de  Lisboa)  o
           Aviação  Naval  e o seu  principal  imponderáveis.  Porém, Sacadura  nós.  O  1 TEN  Ortins de  Betten-  "4018" amarou suavemente  na
           entusiasta.  Nilo  perdeu  tempo e  Cabral acreditava que os  ventos  court que  revira  e afinara a TSF,  baía do  Funchal.  com  7 horas e
           congr~'úu os  necess.Mios  apoios  favoráveis  o ajudariilm  e pros-  demonstrou  então grande  em·   40 minutos de viagem.
           ofic~lis. Escreveu  ao 1 TEN  Pedro  seguiu  no seu  sonho-projecto  penha em  integrar .1  tripulação.   A chegada  do  hidroavião ao
           Rosado, que então oomand.:l\1a o  com convicção.  Escolheu com-  Sacadura Cabral  djs~-Ihe que  Funchal  nesse  dia  22  de Março
           Centro de Aviação  Naval  de  panheiros.  O mecãnico francês  "tudo dependeria do  vento~,  de  1921  foi  um  acontecimento
           Aveiro,  expondo-lhe  o  seu  Roger  de Soubiran  aceitou  o  pois o seu  peso correspondia  a  relevante para a Aviação Naval e
           projecto de voar até à Madeiril e  desafio dizendo-lhe que  "pelos  menos  meia  hora  de  voo,  em-  foi  um  passo  decisivo  para  o
           pedindo-lhe  para  activar  a  motores  respondo  eu,  mas  bora  fosse  vantajoso que  hou-  progr.esso  da  Madeira  e dos
           beneficiação de um  dos  dois  quanto à navegação desconfio  vesse dois pilotos a bordo em tão  Madeirenses.
           "F3"  que aí se  encontravam,  muito", enquanto o CMC Gago  longa liagem.       As  imagens então  registadas
           para  que  pudesse ser  experi-  Coutinho, seu  velho  compa-  No dia  21  de ~ de 1921  são documentos que,  por si SÓ,
           menrado em carga  máxima.  Só  nheiro de África,  lhe garantiu  todos dormiram no Bom Suce560  justificam  a  nossa  evocação
           em  Fevereiro de  , 921  leve  a  que "lá pela na""!)1Çáo "'fl'l"do  e :as 08.30 hot<IS do dia seguinte  quando se  perfazem  75  anos
           resposta:  com  tempo  calmo e  eu, mas quanto ao realejo já não  o hidroavião foi  rebocado  para  sobre a data desse pioneiro vôo
           após  vários  ensaios,  o  "F3"  digo o mesmo".     fora  da  doca.  Eram  09.45  horas  de grande  repercusão  nacional
           conseguira descolar com  3 tri-  Estava decidida a viagem.   quando Sacadura  Cabral.  Gago  e  internacional,  que abriu  as
           pulantes e 325  galões  de ga-  No dia 14 de Março de 1921,  Coutinho, Ortins de Bettencourt  portas a um  outro  que,  como
          solina,  que dariam  para  9 horas  Saca dura  Cabral  seguiu  para  e Roger de Soubiran entraram a  nenhum  outro acontecimento
          de  vôo  e 500  milhas de raio de  Aveiro  com  Soubiran,  a fim  de  bordo do pequeno aparelho.  neste  século,  foi  motivo  de
          acção.                     prepararem  o aparelho.  Depois  Pelas  10.00  horas,  discreta-  orgulho  nacional,  recolheu
            O projecto parecia estar com-  juntou-se-lhes Gago Coutinho e,  mente, o "Fr  posicionou-se em  unânime aplauso  e  levou  05
          prometido, porque a dist~ncia  juntos, trouxeram o ~4018~ para  (rente da  Trafaria e pelas  10.35  Portugueses  ao  delírio:  a
          lisboa-Funchal  era  de  530  Lisboa  no  dia  18 de Março,  já  voava  sobre  o  Bugio.  As  primeira  travessia  aérea  do
          milhas e il distância lisboa-Porto  gastando  1 hora  e 44  minutos à  condições meteorológic'ls eram  Atlântico  Sul,  que  Sacadura
          Santo  era  de  465  milhas.  Com  média de 81  nós,  que  passou  a  óptimas e a viagem  decorreu  Cabral  e Gago  Coutinho  reali-
          boas condições, o "F3"  teria  um  constituir  um  novo  "recOf'd" da  sem  novid.lde entre os 120 e os  zaram no ano .seguinte.   H
          raio de acção de 480 milhas com  Aviação  Naval.  Com  o "n"  60  metros de altura,  tendo sido
          4  tripulantes  e de  510 milhas  recolhido  na  Doca  do  Bom  calculadas  15  rectas de  altura   R. CosIa
          com 3 tripulantes.         Sucesso esl>eraram  o momento  para  garantir  o  rigor  da  na·       OENREF
                                                                                           RMSTADAARMAOA '  AllRIl96  15
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