Page 158 - Revista da Armada
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25 Anos
     25 Anos


















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                                    de Abril                                                                         (Gab. Fotografia )
                                     2 5 Anos

                                      Está completado um quarto de século sobre a Revolução de Abril,
                                    a chamada “Revolução dos Cravos”, levada a cabo pelos militares
                                    portugueses através do Movimento das Forças Armadas, aniver-
                                    sário que foi com muita dignidade recentemente comemorado.
                                      John F. Kennedy disse: “Aqueles que tornam a evolução pacífica
                                    impossível, tornarão a revolução violenta inevitável”. Felizmente
                                    assim não  aconteceu com os portugueses, porquanto os militares
                                    deste país, enquadrados por alguns mais destemidos oficiais con-
                                    seguiram, sem derramamento de sangue, mudar o regime político
                                    que vigorava havia quase meio século, restituindo ao povo os
                                    ideais da liberdade, da justiça e da tolerância.
                                      Com maior ou menor turbulência, embora indesejada mas sub-
                                    jacente e inevitável, tornou-se possível promover as transfor-
                                    mações políticas que permitiram a Portugal ser um país
                                    democrático, totalmente inserido no contexto político e sócio-
                                    económico da União Europeia e dela fazer parte integrante, sem
                                    quaisquer reservas ou condicionalismos.
                                      Apesar de todos os erros, dos custos e, reconheça-se, foram
                                    muitos, a realidade hoje vivida fica, sem dúvida, a dever-se à ini-
                                    ciativa e determinante generosidade dos militares que, naquela
                                    data, com todos os riscos inerentes, decidiram avocar tão impor-
                                    tante missão. Com a mesma nobreza, depois igualmente souberam
                                    renunciar ao poder, cumprindo assim os compromissos manifesta-
                                    mente assumidos para com os demais portugueses.
                                      Decorridos vinte e cinco anos, também a Revista da Armada
                                    não se deve alhear das suas responsabilidades na defesa dos inte-
                                    resses dos seus leitores, acompanhando a comemoração de tão
                                    importante evento nacional, lembrando que muitos, antes deles,
                                    deram as suas vidas para que fossem preservados valores, que
                                    hoje são tidos como certos e inquestionáveis.
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