Page 276 - Revista da Armada
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Lisboa. Dado o muito pouco tempo de per-
manência em Inglaterra com toda a sua
guarnição, o treino e a familiarização do
pessoal, à excepção dos poucos oficiais Fotos do Museu de Marinha (3).
que tinham acompanhado a construção,
seriam diminutos, no entanto o navio em-
preendeu a viagem para Lisboa … com
pessoal portuguez e a bandeira portugueza
içada na pôpa.
A lotação, aprovada por portaria de 26
de Abril de 1899, era de 409 homens. Por
portaria de 14 de Setembro do mesmo ano,
a lotação passou a ser de 473, tendo este
aumento representado um reforço de 64
homens (adiante, entre parenteses, estas
alterações). Ao longo da sua existência a
lotação foi alterada muitas vezes, umas
devido a alterações introduzidas no navio,
outras de natureza circunstancial. O Inverno em Newcastle. Fotografia de grupo do Comandante e Oficiais a bordo, durante o período
A guarnição de oficiais, além do coman- em que decorreram as provas de mar.
Notas:
(1) Telo, António José, Os Açores e o Controlo
do Atlântico, Edições ASA, Porto (1993).
(2) Silva, Fernando Pereira da, A Evolução Naval
da Armada Portuguesa nos Últimos 70 Anos, Anais
do Clube Militar Naval - Tomo LXVI, nºs 10 a 12,
Outubro a Dezembro, Imprensa da Armada, Lisboa
(1936).
(3) Parcialmente pagos através dos fundos conseguidos
pela subscrição nacional (que incluíu os emigrantes),
foi construída no Ginjal (Cacilhas) a canhoneira
“Chaimite” e em Itália, o cruzador “Adamastor”,
que como veremos, fez chegar à nossa Marinha
as modernas tecnologias.
(4) Nunca concretizada mas que encontra paralelo
Em provas de mar. A navegar (ainda sem pavilhão nacional) em águas calmas e frias... O navio ainda nos dias de hoje, no que respeita às fontes
não está pintado com as cores que apresentava à chegada a Lisboa - casco negro com lista branca. de financiamento e a contrapartidas na aquisição
de equipamento militar no estrangeiro.
(5) Este navio foi a primeira construção em aço
dante – capitão de mar e guerra e do imediato, mestre”, que para além do mestre da ar- no Arsenal de Marinha. Por várias razões, o nosso
capitão de fragata, era constituída por quatro mada, tinha 3 contramestres, 5 cabos mari- Arsenal não tinha acompanhado as novas técnicas
os
os
1 tenentes e quatro 2 tenentes, 1 médico nheiros, 28 marinheiros e 50 (+25) grumetes. da construção naval, bem como da introdução
naval, 1 maquinista naval de 1ª classe, 3 de 2ª A 4ª Brigada era composta por 2 sargentos da propulsão mecânica. A actividade de construção
e 6 de 3ª classe, 1 comissário e 6 aspirantes torpedeiros, 1 cabo e 12 torpedeiros. Por últi- de navios de linha tinha sido interrompida…
(6) (OA nº 8, 25 AGO 1897) Por despacho de S. Exa
de 1ª classe a maquinista naval. mo, na 5ª Brigada estavam 3 sargentos do o ministro, de 3 do corrente mez, foi determinado
O restante pessoal, sargentos e praças, serviço geral, 2 (-1), carpinteiros, 1 serra- que se dessem os seguintes nomes aos navios
estava distribuído por 5 Brigadas. Na 1ª esta- lheiro, 1 enfermeiro, 2 corneteiros-tambores, em construção no estangeiro, para a nossa marinha
va o pessoal artilheiro; 6 sargentos, 11 cabos 3 despenseiros, 5 cozinheiros, 4 criados de de Guerra: Ao cruzador de 4100 t D.Carlos I, ao ….
(7) Diário de Notícias, 18 de Julho de 1899.
e 136 marinheiros e grumetes. Na 2ª estava o câmara e 1 padeiro. (8) “grève” cujo objectivo era a exigência
pessoal do “fogo”, que com os artilheiros do dia normal de 8 horas de trabalho, esta greve
representavam praticamente a guarnição do F. David e Silva que fez fechar varios estaleiros inglezes e paralysar
navio. Assim, a 2ª Brigada era constituída por CMG EMQ quasi por completo a laboração de muitos outros.
16 (+4) condutores de máquinas, 8 cabos J. L. Garcia Belo Todavia a casa Armstrong com os seus 20000
trabalhadores, encontrou meio nos poderosos
fogueiros, 48 (+12) marinheiros fogueiros e CTEN EMQ elementos que dispõe, de compensar quanto
30 (+24) chegadores. possível as perniciosas consequencias
Na 3ª Brigada estava o “pessoal do (Continua no próximo número) d´aquella crise…
(9) Segundo notas do 1º tenente Augusto Pereira
do Valle, oficial que acompanhou a construção
e armamento do navio.
(10) Os primeiros encarregados, ainda na missão,
foram os machinistas navaes Joaquim José
da Cruz (do curso de Engenheiros Maquinistas
Navais de 1875) e Francisco Gonçalves Serra
(curso de 1885).
(11) Segundo notas do 1º tenente Augusto Pereira
do Valle, oficial que acompanhou a construção
e armamento do navio.
(12) A velocidade de contrato era de 20 nós. …
Este excesso de velocidade teria garantido
aos constructores alguns milhares de libras
se o navio fosse para o governo inglez…
(13) Conselheiro e ajudante de campo honorário
dos reis D.Luís I e D. Carlos I. Promovido a CMG
em 1893, tinha 60 anos de idade quando assumiu
O cruzador “D. Carlos I” no estaleiro com as caldeiras apagadas. o comando do cruzador “D.Carlos I”.
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