Page 190 - Revista da Armada
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CORPO DE FUZILEIROS
Fuzileiros em missões da Nato
Fuzileiros em missões da Nato
o âmbito das novas missões das Forças
Armadas, que são designadas generica-
Nmente “Operações de Apoio à Paz”,
Portugal mantém Forças Nacionais Destacadas
(FND) na Bósnia-Herzgovina, onde decorre a
operação “JOINT FORCE”, sob a égide da
NATO, conduzida pela SFOR (Stabilization
Force) e sob a autoridade do SACEUR
(Supreme Allied Comander Europe). Esta ope-
ração tem como principal objectivo impedir o
reatar de conflitos armados e promover a paz
na região.
No sentido de conferir continuidade à FND
no teatro de operações, os Chefes de Estado-
-Maior da Armada e do Exército, por despacho
conjunto de 12 de Julho de 1999, definiram a
constituição de uma Força Conjunta (Força
Nacional Conjunta Destacada – FNCD), de
escalão batalhão, para render o 2º BIAT da BAI
(Brigada Aerotransportada Independente). Esta
força foi designada por Agrupamento Treino com helicópteros ALOUETTE III (Puma).
Conjunto ALFA e é constituída por Comando e
Companhia de Comando e Serviços (CCS), uma Companhia de -se contudo a distribuição actual pelos sectores norte-americano,
Fuzileiros Reforçada (CF 21 REF) e uma Companhia de Atiradores inglês e francês. A NATO pretendia que a redução da força multi-
do Exército, da BLI (Brigada Ligeira de Intervenção) num total de nacional ocorresse ainda antes das eleições legislativas na Bósnia,
323 militares, sendo nesta missão a primeira vez que é constituída em Abril de 2000. Por outro lado, a nova força sendo mais reduzi-
uma Força Conjunta com Militares da Marinha e Exército. Deste da, deverá ser mais flexível e robusta conferindo-lhe maior capaci-
efectivo, 120 pertencem ao Corpo de Fuzileiros dos quais 9 militares dade para lidar com problemas de segurança.
são do Comando e Estado-Maior, 10 da CCS e 101 da Companhia Assim, a FNCD irá constituir a componente terrestre da reserva
de Fuzileiros. É de destacar a presença de 13 militares do sexo femi- operacional (RESOP) do comando da SFOR, enquanto a compo-
nino (2 oficiais, 2 sargentos e 9 praças). nente aérea será assegurada por uma unidade de helicópteros do
No âmbito da reestruturação das forças atribuídas à SFOR, 10º Batalhão de aviação do Exército dos E.U.A.. Esta força deverá
definida recentemente pela NATO em Bruxelas, ficou definido que ficar estacionada em Visoko, a cerca de 20 Km de Sarajevo,
o contingente militar português, vai deixar de ocupar o sector provavelmente nas instalações onde se encontra aquartelada a
atribuído, estacionado na região de Gorazde e Rogatica desde unidade Elba, que integra os contingentes austríaco e grego, sendo
Janeiro de 1996, integrado na Brigada italiana (BMNN), na previsível que a entrada no teatro de operações se concretize até
dependência da Divisão francesa (DMNSE). final de Janeiro de 2000.
Nos próximos meses, os actuais 30 mil homens da SFOR esta- A natureza das missões do contingente nacional, que serão
cionados na região, deverão ser reduzidos para 20 mil, mantendo- definidas pelo comando da SFOR com o acordo do nosso governo,
deixam assim de ser de âmbito
da cooperação civil-militar para
assumir um carácter eminente-
mente operacional. Aquela For-
ça Conjunta será chamada a in-
tervir em missões mais sensíveis,
nomeadamente em situações de
crise e operações de reconhe-
cimento em todo o território.
Tendo sido atribuída à BLI a
responsabilidade do apronta-
mento e preparação da força, o
Regimento de Infantaria Nº 3,
em Beja, assumiu a responsabi-
lidade do apoio administrativo-
logístico necessário. Assim, os
militares do Corpo de Fuzilei-
ros após a preparação sanitária,
efectuada entre Jun/Ago99, ini-
ciaram a fase de aprontamento
naquela unidade do Exército
Cerimónia de entrega do Estandarte Nacional. em 1SET99.
8 JUNHO 2000 • REVISTA DA ARMADA