Page 305 - Revista da Armada
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Festa na Escola de Fuzileiros
                   Festa na Escola de Fuzileiros



              o passado dia 28 de Julho, uma ce-                                        prova disso mesmo está na
              rimónia presidida pelo Almirante                                          quantidade de familiares que se
         NCEMA encerrou um conjunto de                                                  juntam desde a véspera da ce-
         actividades que são o culminar de um ano                                       rimónia, à porta da Escola de
         escolar de intensa e múltipla actividade da                                    Fuzileiros e que assistem, com
         Escola de Fuzileiros. Sob o ponto de vista da                                  regozijo e vaidade aos seus fi-
         actividade de instrução, não há dúvida que                                     lhos, amigos, namorados, trans-
         os momentos mais significativos foram o                                        formados em marinheiros, de-
         Juramento de Bandeira do Curso de For-                                         pois de umas semanas de instru-
         mação Básica de Praças (SEN, RV) e a entre-                                    ção militar. Nota-se nessa gente
         ga de boinas aos cadetes e grumetes que ter-                                   que vem de longe algo que nos
         minaram a sua formação como fuzileiros.                                        convence que não é indiferente
         Contudo, à cerimónia deste ano há que                                                     o dia em que os
         acrescentar a significativa e justa homenagem                                             jovens juram ban-
         prestada às guarnições das Lanchas de                                                     deira e assumem
         Desembarque que actuaram durante a guerra                                                 um compromis-
         em África. Tripulações sacrificadas mas he-                                               so de honra pe-
         róicas que garantiram o abastecimento de                                                  rante a Pátria e a
         postos longínquos, só acessíveis por rios re-  LDP 216 colocada na parada                 comunidade em
                                            da Escola de Fuzileiros, em
         cortados e perigosos, que desembarcaram  homenagem às guarnições                          geral.
         fuzileiros nos mais recônditos lugares da  que combateram em África.                        De seguida veio
         selva tropical, que apoiaram com valentia                                                 o ritual da entre-
         esses desembarques, que recolheram mortos  fica agora gravada numa lápide descerrada  ga das boinas aos novos fuzileiros.
         e feridos e que viveram, quase anónimos,  pelo Almirante CEMA junto de uma LDP  Quarenta e cinco grumetes, sete cadetes
         todo o drama da própria guerra. A sua acção  restaurada e colocada na parada da Escola de  voluntários e dois cadetes da Escola Naval,
         e coragem é reconhecida pelos fuzileiros, e  Fuzileiros.              destinados ao quadro de oficiais fuzileiros,
                                              A cerimónia geral começou com a chega-  receberam a boina, prémio do seu esforço e
                                            da do Almirante CEMA e a apresentação das  dedicação, símbolo do que significa ser
                                            Forças em Parada, constituídas por todos os  fuzileiro e razão de orgulho para todos os
                                            cursos que agora terminaram a sua activida-  que a usam ou usaram, honrando-a com as
                                            de. Seguiu-se a colocação no estandarte do  seus actos, enquanto membros de um grupo
                                            Corpo de Fuzileiros da insígnia da Ordem do  que nunca se poupou a esforços para servir
                                            Infante D. Henrique, atribuída ao contingente  a Marinha e Portugal.
                                            de fuzileiros que actuou durante as cheias  Seguiu-se o desfile das Forças em Pa-
                                            que fustigaram Moçambique, no princípio  rada, uma exibição de actividades e a já
                                            deste ano. E logo após a condecoração de  referida homenagem às guarnições das
                                            diversos militares da Marinha deu-se início  Lanchas de Desembarque, numa cerimó-
                                            ao Juramento de Bandeira dos alunos que ter-  nia singela e mais íntima, mas com o sig-
                                            minaram a formação básica. Um Juramento  nificado que não é demais repetir. O
                                            de Bandeira – apesar da transformação de  Almirante Chefe do Estado-Maior da
                                            valores a que a sociedade moderna vem  Armada, deixou a Escola de Fuzileiros
                                            assistindo – continua a ser um marco  depois de uma visita ao museu e de um
         Dois fuzileiros de Moçambique.     importante para a nossa juventude. E a  almoço de confraternização.



                  Comemorações do Dia da Base de Fuzileiros
                  Comemorações do Dia da Base de Fuzileiros

            A Base de Fuzileiros teve o seu dia                                    de si no cumprimento das tarefas da
          de festa em 3 de Julho passado, come-                                    Base de Fuzileiros. Realçou particular-
          morando o trigésimo aniversário da                                       mente o apoio ao cumprimento das
          criação da, então, Força de Fuzileiros                                   missões de Paz e Humanitárias na
          do Continente.                                                           Bósnia, Timor e Moçambique, bem
            A cerimónia militar teve lugar na                                      como a Cooperação Técnico Militar
          parada, e foi presidida pelo Coman-                                      com os PALOP’s.
          dante do Corpo de Fuzileiros, CMG                                         A todos lançou um desafio de redo-
          FZE Cunha Brazão, constando da                                           brado estímulo para vencer as dificul-
          entrega de condecorações e home-  Presença honrosa do Vice-Alm. Ferrer Caeiro.  dades futuras, evocando todos aqueles
          nagem aos fuzileiros mortos em defesa                                    que em Destacamentos ou Compa-
          da Pátria, a que se seguiu um concerto pela  Manuel Mateus, no seu discurso, após agra-  nhias partiram desta Unidade, cobrindo-se
          Banda da Armada e um almoço de confra-  decer a presença dos convidados, salientou  de glória e trazendo lustre e brilho para a
          ternização.                        o esforço e dedicação de todos quantos nos  Pátria, pelos seus feitos em combate em
            O Comandante da Unidade, CMG FZE  Serviços ou nas Unidades deram o melhor  África.

                                                                              REVISTA DA ARMADA • SETEMBRO/OUTUBRO 2000  15
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