Page 115 - Revista da Armada
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O Sistema de Informação
O Sistema de Informação
de Comando e Controlo Marítimo
de Comando e Controlo Marítimo
Perspectiva de Futuro
INTRODUÇÃO lacional e em di-
versas funcionali-
Integrado na Capacidade de Comando e dades e aplicações
Controlo (C2), a Marinha tem vindo a im- das quais se enu-
plementar, desde 1999, na esfera da Com- meram as mais im-
ponente Operacional do Sistema de Forças portantes:
(COSF), o Maritime Command and Control - Recognised
Information System (MCCIS), com o objec- Maritime Picture
tivo de incrementar o apoio ao exercício do (RMP): funciona-
C2, no planeamento e condução de opera- lidade mais im-
ções navais e anfíbias, pelo Comando Na- portante, a qual
val (CN) garantindo simultaneamente a inter- permite visualizar
operabilidade com a restante comunidade e gerir o panora-
NATO nesta área de actuação. ma marítimo re-
Com o presente artigo, pretende-se fazer um conhecido (Figura
ponto de situação sobre o sistema MCCIS e as 2), tendo-se aces-
suas perspectivas de evolução, tanto no âmbito so à localização
nacional como NATO, abordando os seguintes dos contactos de
aspectos: uma breve referência ao modelo con- superfície (alia- Figura 1.
ceptual actual do MCCIS; a sua evolução para dos e não aliados,
o futuro sistema NATO BI-SC AIS (Bi-Strategic combatentes e não-combatentes); para esse mesmo posto de trabalho, originando
Command Automated Information System) e - Water Space Management (WSM): fun- uma duplicação/ desperdício de recursos.
o respectivo modelo conceptual; o enquadra- cionalidade muito semelhante à anterior mas Face a este panorama, em 1998, a NATO
mento nacional do MCCIS e a interligação dedicada ao panorama de sub-superfície; decidiu edificar o BI-SC AIS, idealizando
nacional/NATO. - E-mail: para acesso ao correio electró- um plano de convergência, que se encontra
nico seguro da NATO; em edificação, em que ambos os Coman-
O MODELO CONCEPTUAL DO MCCIS - Web browsing: para acesso às páginas dos Estratégicos NATO, numa 1ª fase, fariam
web dos comandos NATO/nacionais liga- a integração dos sistemas pelos quais são
O MCCIS foi edificado no início da déca- dos à NSWAN. responsáveis, resultando nos dois sub-pro-
da de 90, no âmbito do SACLANT (Supreme Através do usual interface homem/ má- gramas de convergência apresentados na
Allied Command of Atlantic), com a designa- quina, é possível efec tuar a edição, visua- Figura 3, cujo resultado esperado é a sepa-
ção de A-CCIS. Após várias evoluções con- lização, gestão e administração das funcio- ração das várias funcionalidades existentes
ceptuais e tecnológicas, passou a designar-se nalidades atrás mencionadas. em cada sistema (eliminando duplicações),
MCCIS, tal como hoje ainda se verifica. A actual proliferação do nós MCCIS na por forma a criar o BI-SC AIS com dois tipos
O sistema é constituído por diversos nós NATO consubstancia-se em cerca de 60 co- de serviços diferenciados:
ligados à NATO SECRET WAN (rede segura mandos NATO e nacionais e cerca de 40 - Os serviços básicos (que deverão existir em
da NATO, NSWAN), e cujo modelo conce- unidades navais. qualquer estação de trabalho), tais como o de
ptual (Figura 1) assenta, como na generali- mensagens formais (MMHS); gestão documen-
dade dos sistemas de informação (SI), num EVOLUÇÃO PARA O FUTURO tal e worflow; serviços geográficos básicos; es-
sistema operativo, numa base de dados re- SISTEMA NATO BI-SC AIS critório electrónico; correio-electrónico, web
browsing e funcionalidades multimédia;
Para além do - Os serviços específicos correspon-
MCCIS existe uma dentes às diferentes áreas funcionais:
variedade de ou- MFS (Maritime Functional Service), que
tros SI NATO (re- é o sucedâneo do MCCIS englobando as
centemente con- actuais funcionalidades, tal como outras
tabilizados em que se encontram em desenvolvimento;
cerca de 45), a LANDFAS (da componente terrestre); AIR-
maior parte dos FAS (da componente aérea); JOINTFAS (da
quais utilizando componente conjunta); LOGFAS (da com-
infra-estrutura tec- ponente logística); INTELFAS (da compo-
nológica dedica- nente de informações) e ainda um módulo
da, obrigando a de apoio à simulação de exercícios (CAX,
que num posto de Computer Assisted Exercise).
trabalho existam Assim, o modelo conceptual do AIS (Figura
tantas estações de 4) assenta numa infra-estrutura tecnológica
trabalho e acessos única, ligada à NSWAN, com o respectivo
às redes locais, sistema operativo e base de dados relacional,
quantos os SI con- com o conjunto de serviços básicos, exis-
Figura 2. siderados requisito tentes em todas as estações de trabalho e o
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