Page 118 - Revista da Armada
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Fragata “Álvares Cabral’’ integra
Fragata “Álvares Cabral’’ integra
Força Naval Permanente do Atlântico
Força Naval Permanente do Atlântico
A FORÇA NAVAL PERMANENTE Portugal, comandou a Força em 1996 e em Feitas as despedidas, apitou à faina e a “Álva-
DO ATLÂNTICO 2001, através do Contra-almirante Reis Rodri- res Cabral” navegava no Mar da Palha, rumo à
gues e do Comodoro Melo Gomes. Presente- saída da barra de Lisboa, num último adeus ao
O NRP ‘’Álvares Cabral’’ largou da Base Naval mente a Força é comandada pelo Comodoro R. seu porto mãe até à sua próxima visita agenda-
de Lisboa no dia 21FEV para integrar a Força Na- J. Ibbotson da Marinha do Reino Unido. da para finais de Março.
val Permanente do Atlântico, à qual se encontra A força é constituída actualmente pelos se- Não muito longe, do outro lado do estuário
atribuído no período de 16JAN a 15JUL04. guintes navios: HMS CAMPBELTOWN (Reino do Tejo, na Base Aérea do Montijo, mais con-
A Força Naval Permanente do Atlântico – Unido e navio-chefe), FGS KÖELN (Alemanha), cretamente na Esquadrilha de Helicópteros da
“Standing Naval Force Atlantic – STANAVFOR- NRP ÁLVARES CABRAL (Portugal), HDMS PE- Marinha, também se efectuavam as despedidas
LANT (SNFL) ” é uma força multinacional esta- TER TORDENSKIOLD (Dinamarca), HNOMS e os últimos preparativos para o “Shrek” desco-
belecida permanentemente desde 1968. É uma NARVIK (Noruega), USS KLAKRING (E.U.A.), lar e se juntar ao seu navio mãe. ‘’Shrek’’ é nome
força naval de intervenção rápi- do destacamento de helicópteros
da da OTAN de resposta a crises pertencente à actual guarnição da
e que conduz, constantemente, “Álvares Cabral”, com o helicóp-
pre senças de rotina em vários paí- tero 19201 e respectivo “nose art”,
ses. Executa missões de vigilância já habitual e inconfundível.
e constitui uma força de reacção Foi ainda na barra, frente a
imediata, que em caso de neces- S. Julião, que o “Shrek” aterrou na
sidade é colocada numa área de “mãe”, ficando o navio completo
crise. Como a designação indica é e pronto para a missão que o espe-
composta por navios de vários pa- ra. Apesar de o treino operacional
íses, com elevada prontidão e com ainda ser relativamente recente, foi
capacidade para efectuar qualquer necessário um período de ambien-
missão no âmbito naval da área de tação para restabelecer as rotinas
interesse da OTAN. e proficiências adquiridas. Para
A SNFL criou procedimentos tal foram efectuados vários exer-
próprios ao longo dos anos, tendo cícios a bordo, desde treinos para
contribuído para o desenvolvimen- brigadas de intervenção rápida em
to e ensaio de doutrina de operação multina- SNS SANTA MARIA (Espanha) e HNLMS AMS- combate a incêndios, passando por exercícios
cional e da compatibilidade de sistemas e pro- TERDAM (Holanda). de avaria na propulsão e no leme, homem ao
cedimentos. Durante a última década realizou mar, operações de voo (FLYEX), enfim o nor-
operações militares reais, incluindo as resultantes DE LISBOA A ROTA mal para afinar procedimentos e estabelecer as
do cumprimento de resoluções da ONU. E de novo a “Álvares Cabral” se fez ao mar. bases para os exercícios mais complexos que
Tratando-se de uma força naval com navios Desde a sua chegada a Lisboa em Dezembro últi- se seguiriam.
de vários países, uma das características mais mo, vinda do OST (Operational Sea Training) que Foi também efectuada uma operação de rea-
importantes é a coesão entre os navios e guar- era esperado este dia. O NRP “Álvares Cabral” bastecimento com o HNLMS “Amsterdam”,
nições, com vista à acção. No mar a coesão e integrou a Força da NATO STANAVFORLANT e quase sem dar por isso, estava-se em Rota
compatibilidade é desenvolvida através de exer- (Força Naval Permanente do Atlântico) a 16JAN, (entrada a 22JAN) a iniciar o “Maritime Com-
cícios navais, e nos portos, realizam-se eventos mas só a 21FEV se fez ao mar para se juntar à mitment 04”.
de diversa natureza com vista ao desenvolvimen- força ao largo de Lisboa, em trânsito para a Base Em Rota, o navio preparou-se para o exercí-
to do conhecimento e ligação mútuos entre os Naval de Rota, a fim de participar no seu primeiro cio. Reuniões, briefs, preparação do Centro de
militares e as guarnições. O programa das activi- exercício, o “Maritime Commitment 04”. Operações, desenho de séries, leitura de Ordens
dades da SNFL decorre do conceito de operação Todas as largadas são momentos emotivos, e de Operações, rotinas a equipamentos. O dia a
aprovado pelos países aliados. esta não foi excepção, tanto até, que se adivinha dia de um escolta oceânico antes de um gran-
A SNFL está atribuída ao Comandante Alia- um período longo de empenho operacional do de exercício.
do Supremo da Europa (SACEUR) e em opera- navio e da Força, quer nos diversos exercícios in- No dia da saída, em 24FEV, o navio recebeu a
ções poderá ser comandada por militares dos ternacionais no âmbito NATO e PFP (Partnership visita do VALM Ropers (Ge-N), 2ºCte COMNAV-
países aliados, subordinados daquele coman- for Peace), quer em operações reais a decorrer no NORTH, acompanhado do CSNFL. O Almirante
do estratégico. âmbito da luta contra o terrorismo, até JUL04. Ropers, em alocução à guarnição, falou sobre as
O NRP “Álvares Cabral”, na base naval de Rota, de braço dado com o HMS Campbeltown (navio-chefe) e o SNS Santa Maria.
8 ABRIL 2004 U REVISTA DA ARMADA