Page 119 - Revista da Armada
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um factor dissuasor,  fa (Task Group – TG) 826.02 (composto pela
                                                               ajudando na resolu-  SNFL e pela fragata francesa “Aconit”).
                                                               ção rápida de uma   O exercício Maritime Commitment decor-
                                                               crise em desenvolvi-  reu entre 24FEV e 4MAR e teve como objectivo
                                                               mento e impedindo  central a certificação da componente naval de
                                                               assim, a necessida-  uma NRF. Decorreu em duas fases: uma fase
                                                               de do uso de forças  de seriado, com o objectivo de promover a in-
                                                               maiores em perío-  tegração da força e dos vários Grupos Tarefa e
                                                               dos mais avançados  uma fase de Freeplay visando o treino e a certi-
                                                               de uma situação em  ficação da componente naval da Força Nato de
                                                               deterioração.   Reacção Rápida.
                                                                As forças que par-  O exercício decorreu no Sul de Espanha,
                                                               ticipam na NRF se-  tendo como cenário base uma situação de cri-
         O VALM Ropers, dirigiu-se à guarnição reunida no refeitório nº1.
                                                              rão forças de todos  se (conflito étnico num país fictício, com in-
         novas missões da NATO e sobre a importância  os países NATO, podendo ser rapidamente dis-  tervenção de uma facção de índole terrorista,
         do exercício que íamos efectuar, no âmbito das  ponibilizadas devido à sua alta prontidão.  visando a independência, de uma parte do ter-
         novas forças NATO. As NRF (NATO Reaction   As missões da NRF revêem-se principalmen-  ritório, e apoio de uma terceira potência à acti-
         Forces). Mas o que é uma NRF?      te nos requerimentos necessários para uma res-  vidade deste grupo separatista). Após várias re-
           A NRF é uma força combinada e conjunta  posta rápida, numa fase inicial duma situação  soluções do Conselho de Segurança das Nações
         com elevado grau de prontidão (com capaci-  de crise:                 Unidas, assiste-se à intervenção de um Grupo
         dade anfíbia), capaz de realizar missões opera-  s &OR A hstand alone” para resposta a situa-  Tarefa NATO, com o objectivo de implementar
         cionais de forma autónoma. Ao mesmo tempo,  ções de crise;            essas resoluções e restabelecer a estabilidade
         pode participar noutras operações fazendo parte   s /PERA ÜES DE EVACUA ÎO DE NÎO COMBA-  na região. Com o degradar da situação, existiu
         de uma força maior ou ainda, actuar como força  tentes (NEO);         a necessidade de evacuar cidadãos e refugiados
         de entrada inicial, preparando o teatro para as   s 3ITUA ÜES DE CRISE HUMANITÉRIA   (NEO – evacuação de não combatentes) tor-
         forças que actuam posteriormente. A NRF, de-  s /PERA ÜES DE RESPOSTA A CRISE  INCLUINDO  nando-se necessário, efectuar um assalto anfíbio
         pois de estar certificada, ou seja depois de ser  Manutenção de Paz;   para resgatar estes cidadãos e refugiados.
         dada como pronta, será capaz de participar em   s !POIO A OPERA ÜES CONTRA TERRORISMO  #4    O exercício contou com amplos meios, nomea-
         pleno nas operações NATO, com capacidade   s /PERA ÜES DE EMBARGO     damente vários navios anfíbios, entre os quais,
         para conduzir uma entrada com oposição numa   s %MPREGUE COMO UMA FOR A INICIAL DE ENTRA-  os navios espanhóis “Castilla” (NRF), “Pizarro”,
                                            da para facilitar a chegada de novas forças, numa  “Hernan Cortéz”, “Galicia” e o navio italiano
                                            zona hostil, com ou sem a ajuda da nação onde  “San Giorgio” da SIAF – Spanish Italian Amphi-
                                            decorre a operação;                bious Force. Participou também o porta-aviões
                                              Uma NRF tem várias componentes (no exer-  espanhol “Príncipe das Astúrias” e a Força Per-
                                            cício MC04, só foi exercitada a componente na-  manente de Draga-Minas – MCMFORNORTH,
                                            val - maritime):                   composta por oito draga-minas oriundos de vá-
                                              s #OMPONENTE air (aérea) – capacidade em  rios países NATO. O exercício contou ainda com
                                            meios orgânicos para dotar a NRF de capaci-  a participação de aeronaves embarcadas nos na-
                                            dade de defesa aérea, de capacidade ofensiva,  vios participantes e vindos de terra e com a parti-
                                            aviso antecipado, reabastecimento aéreo, trans-  cipação de fuzileiros, ao nível de batalhão.
                                            porte táctico, interdição aérea, etc. O sistema   A ameaça era caracterizada por meios con-
         Área do exercício Maritime Commitment.  de comando e controlo deverá ter capacidade  vencionais e por meios assimétricos.
                                            para controlar até 200 saídas por dia (mais os   O exercício inseriu-se no conceito de uma
         área hostil. A NRF é limitada em dimensão, com-  voos de apoio);      ‘’Rapid and Decisive Operation’’. Se tivesse sido
         posição e capacidades.               s #OMPONENTE land (terrestre) – capacidade  necessário, a componente naval teria efectua-
           A NRF mantém uma prontidão entre 5 a 30  para deslocar meios da dimensão de uma bri-  do um Entrada Inicial (Initial Entry Operation)
         dias e quando é activado o seu emprego, é ada-  gada e respectivos meios logísticos de apoio e  – apoiada pela componente aérea, de forma a
         ptada para uma operação específica. Será capaz  de manutenção;         permitir a entrada da componente terrestre.
         de se deslocar rapidamente e operar sozinha por   s #OMPONENTE maritime (naval) – meios de   Dentro das actividades desenvolvidas
         30 dias, usando as suas próprias capacidades lo-  dimensão até Força Tarefa (TF), incluindo um  destaca -se a escolta à SIAF, em companhia do
         gísticas, ou mais tempo se reabastecida.  grupo de porta-aviões e respectivos escoltas,  FGS “Koeln”, entre 28FEV e 1MAR. Trânsito
           A capacidade de dispor de uma NRF, num cur-  forças anfíbias e capacidade de contra-medi-  entre a área de treino anfíbio, de Alvarez del
         to espaço de tempo, bastando para isso o querer  das de minas;        Sotto (perto de Almeria) e a AOA (Amphibious
         político das nações NATO, pode ac tuar como   s #OMPONENTE DE Specialist Functions (por  objective area) da Sierra del Retin. Durante este
                                                            exemplo Operações  trânsito o navio, assumiu entre outras, funções
                                                            Especiais), a activar se  de ASWC e de ASUWC da SIAF.
                                                            necessário;
                                                                               EPÍLOGO
                                                            O EXERCÍCIO          Presentemente a SNFL encontra-se atracada
                                                            MARITIME           no porto de Leixões, preparando-se para largar
                                                            COMMITMENT         para Plymouth, onde ocorrerá a cerimónia de
                                                                               mudança de comando. Em Plymouth, o actual
                                                              O navio largou da  Comodoro entregará o Comando da Força a um
                                                            base naval de Rota na  Oficial General Holandês.
                                                            tarde de 24JAN, ini-  A estadia em Leixões e a mudança de co-
                                                            ciando a participação  mando serão descritos no âmbito da próxi-
                                                            no Exercício Maritime  ma crónica.
                                                            Commitment 04 inte-                                Z
         Navios anfíbios na área do assalto anfíbio.        grado no Grupo Tare-  (Colaboração do Comando do NRP “Álvares Cabral”)
                                                                                         REVISTA DA ARMADA U ABRIL 2004  9
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