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um factor dissuasor, fa (Task Group – TG) 826.02 (composto pela
ajudando na resolu- SNFL e pela fragata francesa “Aconit”).
ção rápida de uma O exercício Maritime Commitment decor-
crise em desenvolvi- reu entre 24FEV e 4MAR e teve como objectivo
mento e impedindo central a certificação da componente naval de
assim, a necessida- uma NRF. Decorreu em duas fases: uma fase
de do uso de forças de seriado, com o objectivo de promover a in-
maiores em perío- tegração da força e dos vários Grupos Tarefa e
dos mais avançados uma fase de Freeplay visando o treino e a certi-
de uma situação em ficação da componente naval da Força Nato de
deterioração. Reacção Rápida.
As forças que par- O exercício decorreu no Sul de Espanha,
ticipam na NRF se- tendo como cenário base uma situação de cri-
O VALM Ropers, dirigiu-se à guarnição reunida no refeitório nº1.
rão forças de todos se (conflito étnico num país fictício, com in-
novas missões da NATO e sobre a importância os países NATO, podendo ser rapidamente dis- tervenção de uma facção de índole terrorista,
do exercício que íamos efectuar, no âmbito das ponibilizadas devido à sua alta prontidão. visando a independência, de uma parte do ter-
novas forças NATO. As NRF (NATO Reaction As missões da NRF revêem-se principalmen- ritório, e apoio de uma terceira potência à acti-
Forces). Mas o que é uma NRF? te nos requerimentos necessários para uma res- vidade deste grupo separatista). Após várias re-
A NRF é uma força combinada e conjunta posta rápida, numa fase inicial duma situação soluções do Conselho de Segurança das Nações
com elevado grau de prontidão (com capaci- de crise: Unidas, assiste-se à intervenção de um Grupo
dade anfíbia), capaz de realizar missões opera- s &OR A hstand alone” para resposta a situa- Tarefa NATO, com o objectivo de implementar
cionais de forma autónoma. Ao mesmo tempo, ções de crise; essas resoluções e restabelecer a estabilidade
pode participar noutras operações fazendo parte s /PERA ÜES DE EVACUA ÎO DE NÎO COMBA- na região. Com o degradar da situação, existiu
de uma força maior ou ainda, actuar como força tentes (NEO); a necessidade de evacuar cidadãos e refugiados
de entrada inicial, preparando o teatro para as s 3ITUA ÜES DE CRISE HUMANITÉRIA (NEO – evacuação de não combatentes) tor-
forças que actuam posteriormente. A NRF, de- s /PERA ÜES DE RESPOSTA A CRISE INCLUINDO nando-se necessário, efectuar um assalto anfíbio
pois de estar certificada, ou seja depois de ser Manutenção de Paz; para resgatar estes cidadãos e refugiados.
dada como pronta, será capaz de participar em s !POIO A OPERA ÜES CONTRA TERRORISMO #4 O exercício contou com amplos meios, nomea-
pleno nas operações NATO, com capacidade s /PERA ÜES DE EMBARGO damente vários navios anfíbios, entre os quais,
para conduzir uma entrada com oposição numa s %MPREGUE COMO UMA FOR A INICIAL DE ENTRA- os navios espanhóis “Castilla” (NRF), “Pizarro”,
da para facilitar a chegada de novas forças, numa “Hernan Cortéz”, “Galicia” e o navio italiano
zona hostil, com ou sem a ajuda da nação onde “San Giorgio” da SIAF – Spanish Italian Amphi-
decorre a operação; bious Force. Participou também o porta-aviões
Uma NRF tem várias componentes (no exer- espanhol “Príncipe das Astúrias” e a Força Per-
cício MC04, só foi exercitada a componente na- manente de Draga-Minas – MCMFORNORTH,
val - maritime): composta por oito draga-minas oriundos de vá-
s #OMPONENTE air (aérea) – capacidade em rios países NATO. O exercício contou ainda com
meios orgânicos para dotar a NRF de capaci- a participação de aeronaves embarcadas nos na-
dade de defesa aérea, de capacidade ofensiva, vios participantes e vindos de terra e com a parti-
aviso antecipado, reabastecimento aéreo, trans- cipação de fuzileiros, ao nível de batalhão.
porte táctico, interdição aérea, etc. O sistema A ameaça era caracterizada por meios con-
Área do exercício Maritime Commitment. de comando e controlo deverá ter capacidade vencionais e por meios assimétricos.
para controlar até 200 saídas por dia (mais os O exercício inseriu-se no conceito de uma
área hostil. A NRF é limitada em dimensão, com- voos de apoio); ‘’Rapid and Decisive Operation’’. Se tivesse sido
posição e capacidades. s #OMPONENTE land (terrestre) – capacidade necessário, a componente naval teria efectua-
A NRF mantém uma prontidão entre 5 a 30 para deslocar meios da dimensão de uma bri- do um Entrada Inicial (Initial Entry Operation)
dias e quando é activado o seu emprego, é ada- gada e respectivos meios logísticos de apoio e – apoiada pela componente aérea, de forma a
ptada para uma operação específica. Será capaz de manutenção; permitir a entrada da componente terrestre.
de se deslocar rapidamente e operar sozinha por s #OMPONENTE maritime (naval) – meios de Dentro das actividades desenvolvidas
30 dias, usando as suas próprias capacidades lo- dimensão até Força Tarefa (TF), incluindo um destaca -se a escolta à SIAF, em companhia do
gísticas, ou mais tempo se reabastecida. grupo de porta-aviões e respectivos escoltas, FGS “Koeln”, entre 28FEV e 1MAR. Trânsito
A capacidade de dispor de uma NRF, num cur- forças anfíbias e capacidade de contra-medi- entre a área de treino anfíbio, de Alvarez del
to espaço de tempo, bastando para isso o querer das de minas; Sotto (perto de Almeria) e a AOA (Amphibious
político das nações NATO, pode ac tuar como s #OMPONENTE DE Specialist Functions (por objective area) da Sierra del Retin. Durante este
exemplo Operações trânsito o navio, assumiu entre outras, funções
Especiais), a activar se de ASWC e de ASUWC da SIAF.
necessário;
EPÍLOGO
O EXERCÍCIO Presentemente a SNFL encontra-se atracada
MARITIME no porto de Leixões, preparando-se para largar
COMMITMENT para Plymouth, onde ocorrerá a cerimónia de
mudança de comando. Em Plymouth, o actual
O navio largou da Comodoro entregará o Comando da Força a um
base naval de Rota na Oficial General Holandês.
tarde de 24JAN, ini- A estadia em Leixões e a mudança de co-
ciando a participação mando serão descritos no âmbito da próxi-
no Exercício Maritime ma crónica.
Commitment 04 inte- Z
Navios anfíbios na área do assalto anfíbio. grado no Grupo Tare- (Colaboração do Comando do NRP “Álvares Cabral”)
REVISTA DA ARMADA U ABRIL 2004 9