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perspectiva funcional que conduziu a dois Os comandos de terceiro nível, que fo- do Sistema de Forças. Mas a NATO é uma
subsistemas encarregados respectivamente ram reduzidos em número e dimensão, as- aliança política e as expectativas das Na-
da condução das operações e da coorde- sumiram definitivamente o seu carácter de ções são obviamente importantes e exigem
nação do próprio processo de transforma- comandos de componente terrestre, naval compromissos. O que foi encontrado parece
ção da Aliança; o encontro de uma matriz ou aérea, contribuindo, de forma flexível satisfatório e, sobretudo, foi o possível.
de ligações e depen- O Comando de
dências que permitis- Oeiras, agora Quar-
se a intervenção não tel General Conjun-
só dos vários orga- to de Lisboa (JHQ
nismos de cada sub- Lisbon) foi mantido
sistema mas também em Portugal, objec-
dos do outro simulta- tivo nacional primei-
neamente; a adapta- ro, embora artificial
ção da NCS aos con- e politicamente limi-
ceitos operacionais tado em dimensão e
“Combined Joint Task funções. No início
Force” (CJTF) e, pos- das discussões desti-
teriormente, “NATO nado a encarregar-se
Response Force”, somente da prepara-
ambos eleitos como ção e comando da
verdadeiros moto- “CJTF-Sea Based”,
res da transforma- usando a sua vo-
ção operacional e cação marítima de
no sentido da rele- sempre e tornando-se
vância militar futura agora essencialmen-
da Aliança. A nova te expedicionário,
estrutura de Coman- viu posteriormente
dos foi encontrada e Estrutura da NATO 1999. enriquecida a sua
aprovada neste con- função com a intro-
texto em 2003, tendo em vista a sua rápida e casuística para a geração e comando das dução da “NATO Response Force – NRF”
operacionalização que deverá estar termi- forças constituídas para necessidades con- em cujo processo de geração, treino, ava-
nada em 2006. cretas e colocadas sob o comando operacio- liação, certificação e comando foi comple-
Nasce assim, substituindo o SACLANT, o nal conjunto de um dos quartéis generais de tamente envolvido. Não foi ainda possível
Comando Estratégico para a Transformação nível superior. Esta função passa a ser con- retirar as restrições relativas ao seu cresci-
– SACT e alarga-se o âmbito do SACEUR, correncial com a dos quartéis generais da mento físico para que se pudesse equiparar
que passa a exercer o comando estratégico NFS que, não sendo parte da NCS, são ofe- completamente aos dois restantes Quartéis
de todas as operações através do Strategic recidos pelas nações e ligados às forças com Generais Conjuntos mas, estou convenci-
Command for Operations, do seu Quar- quem sistematicamente operam e treinam. do, o futuro da NRF e o sucesso da ac-
tel General em Mons (SHAPE). Do SACT Esta similitude de funções dos Comandos ção do “JHQLisbon” neste processo, bem
dependem agora di- como a evolução
versos organismos do conceito CJTF,
e agências ligados se encarregarão, no
à instrução, treino, futuro, de destruir
avaliação, inovação, tais limitações. O
tecnologias, plane- JHQLisbon, trans-
amento de forças, formar-se-á em bre-
etc.. O SACEUR, ve em “JFCLisbon”,
através de três co- por força da realida-
mandos operacio- de das coisas, disso
nais fixos, todos em estou convencido.
Quartéis Generais Tendo a seu cargo a
Conjuntos, terá o força expedicionária
controlo de todas as mais pragmática da
operações em que a NATO, a “CJTF-Sea
Aliança seja envolvi- Based”, constitui rá
da, dentro e fora do um dos vectores mais
espaço geográfico importantes da estra-
aliado, agora sensi- tégia “out of area” da
velmente alargado. Aliança Atlântica,
Os três Quartéis Ge- continuan do a arvo-
nerais sedeados em rar a sua bandeira a
Brussum (JFC Brus- Estrutura da NATO 2003. alto nível e em ter-
sum), Nápoles (JFC ritório português e a
Naples) e Lisboa (JHQ Lisbon) exercerão de Componente da NCS e dos quartéis ge- ser sede do conceito com que o Ocidente
o comando operacional das forças, quer a nerais da NFS sugere que talvez se pudesse iniciou a era da globalização: A expedi-
partir das suas próprias sedes, quer cons- ter ido mais longe e terminado definitiva- ção conjunta através do mar.
truindo quartéis generais expedicionários mente com os comandos fixos de terceiro Z
segundo os conceitos CJTF e NRF, basea- nível, acrescentando-se em contrapartida A. Silva Santos
dos no mar ou em terra. alguns Quartéis Generais nacionais à lista VALM
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