Page 264 - Revista da Armada
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Fiscalização da Pesca no
Fiscalização da Pesca no
Atlântico Nordeste
Atlântico Nordeste
Proporcionar a uma equipa
de Inspectores da Comunida-
de Europeia os meios para o
desempenho da sua missão de
vigilância e inspecção, com o
dever de honrar o compromis-
so assumido por Portugal, no
âmbito da participação nas ta-
refas de controlo e fiscalização
das pescas, na área NEAFC...
sta foi a nossa missão, a missão do
N.R.P. “Afonso Cerqueira”, na qual
Eestivemos empenhados entre 15 de
Maio e 30 de Junho do presente ano e
onde foram praticadas latitudes pouco
usuais nas missões correntes de rotina
para uma Corveta.
Podemos, essencialmente, ler na missão
do navio que este proporcionou a plata-
forma e apoio considerados convenientes
para a realização de actividades de inspec- ção com as temperaturas a enfrentar e a distintos, de treze, doze e quinze dias res-
ção da pesca numa zona definida em Acor- necessária adequabilidade de vestuário de pectivamente.
do Comunitário (Convenção para a Coope- trabalho e demais equipamento. A navegação em mares desconhecidos,
ração Multilateral de Pescas no Atlântico Num particular esforço de coordenação, o tempo adverso e todas as outras ansie-
Nordeste – NEAFC). entre Comando Operacional, Comando dades decorrentes da navegação, rapida-
A atribuição desta missão a uma uni- Administrativo, Direcção Técnica e Na- mente foram superadas à medida que na-
dade naval da Marinha Portuguesa apa- vio conseguiram-se levar a cabo todas as vegávamos mais para Norte e que íamos
rece no seguimento de um compromis- linhas de acção desenhadas para esse pe- sendo surpreendidos com ventos e mares
so assumido por Portugal, país e estado ríodo de preparação. de feição.
membro com navios de pesca autorizados O trânsito para a área de operações, ini- O primeiro contacto com os navios de
na área em apreço, em contribuir com a ciado a 15 de Maio, foi sentido num mis- pesca foi uma experiência muito seme-
participação nas ta- lhante a uma hora-
refas de controlo e -de-ponta, em que
fiscalização. os navios se alinha-
Embarcaram, para vam em alto mar
o efeito, dois inspec- na busca do melhor
tores portugueses lugar sobre um car-
da Direcção-Geral dume errante. Rus-
das Pescas e Aqui- sos, islandeses, por-
cultura (DGPA), tugueses, alemães,
que viriam a con- espanhóis, lituanos,
tribuir com linhas entre outros, mas
de orientação muito todos dedicados à
específicas, propon- pesca de arrasto de
do sempre ao Co- “Red-Fish” (Sebastes
mandante a melhor marinus), peixe de
condução das ope- resto muito familiar
rações e sendo, de resto, os responsáveis to dual de emoções, dividindo-se a alma nas mesas portuguesas, e não só! Em ter-
por toda a actividade administrativa rela- entre os olhares e afectos, que ficaram no mos estatísticos, constatou-se oitenta e seis
tiva aos processos de inspecção estabele- cais, e aquele outro sentimento irredutí- navios avistados e registados, dos quais
cidos pela NEAFC. vel... o orgulho de levar a nossa bandeira cinco foram vistoriados.
O período de aprontamento para a mis- pelo mar... navegando... de levar o nosso As vistorias efectuadas desenrolaram-
são, de aproximadamente um mês, reves- país pelo mar que lhe pertence, e que sem- -se de acordo com o normativo aprova-
tiu-se de todos os cuidados específicos, pre foi, de uma forma tão especial, seu! do pelas partes que integram a NEAFC,
inerentes a uma missão em mares dife- De uma forma simplificada podemos deste modo foi adoptado o critério de vis-
rentes, havendo uma especial preocupa- dividir a missão em três períodos de mar toriar navios de todas as nacionalidades
10 AGOSTO 2004 U REVISTA DA ARMADA