Page 48 - Revista da Armada
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namento, constituído por duas pequenas parce- associado; asseguraria a evolução tecnológica e - Cap. Ten. ECN João Caiado Gago Falcão de Campos
las, uma para manutenção e outra para pessoal, promoveria as necessárias modernizações e al- (1º Chefe da IRS, de 4MAR74 a 01JUN75);
- Cap. Ten. EMQ Júlio Valdemar Campos Silva Vilarinho
(manutenção das infra-estruturas e pagamento terações a introduzir ao longo da vida útil destes (futuro o 3º Chefe da IRS, de 22DEZ76 a 31JUL80);
dos vencimentos dos três funcionários civis), e novos meios. Asseguraria, também, os planos de - 1º Ten. AN António Neves Estevéns;
outra, a maior, destinada à operação: aquisição manutenção e de provas e ensaios, a aquisição - Sarg. Aj. AES Amílcar Guardado dos Santos
de sobressalentes e materiais específicos para a e difusão de documentação técnica, a gestão Neto;
manutenção dos submarinos. da configuração. (10) - Sarg. Aj. ACM Joaquim Marques Vaz;
A continuidade da IRS garantirá a centralização - 1º Sarg. ACM Arménio Ferreira da Silva;
- 1º Sarg. ACM Rui Leitão da Silva;
A 5ª ESQUADRILHA DE num único organismo (Arsenal do Alfeite) das - 1º Sarg ACM Manuel Cândido Almeida Gonçalves;
SUBMARINOS E O FUTURO ODT responsabilidades de manutenção e reparação, - 1º Sarg. AES Francisco Manuel Neto Vidigal;
gestão e fornecimento de sobressalentes e ma- - 2º Sarg. CM Armindo Francisco Júlio Lopes Alves
Desenvolvimentos recentes, permitem antever teriais específicos, programação, planeamento, Ferreira;
- Cabo CM Augusto Vidal
uma próxima assinatura do contrato de constru- coordenação e gestão de projectos, controlo de (5) Através da Ordem de Serviço n.º 572, de 25 de Maio
ção dos submarinos. qualidade e inspecção de todos os trabalhos. Ao de 1981, o Administrador do Arsenal do Alfeite, além de
A definição do ODT para estes integrar organicamente o SGMS na IRS,
submarinos deve acautelar, além fundamentando-se no despacho do Mi-
da especificidade destes novos nistro da Marinha de 25FEV74, definiu
a organização da IRS, a sua missão e
meios, a racionalidade dos re- competências:
cursos da Marinha. A IRS, en- “A Inspecção de Reparação de Sub-
quanto Organismo com funções marinos, órgão na directa dependência
de Direcção Técnica e, simultane- da Administração, passa a ser organiza-
da do seguinte modo:
amente, Organismo Abastecedor A Inspecção de Reparação de Subma-
respondeu com eficácia às solici- rinos (IRS) compreende quatro Serviços
tações dos submarinos da 4ª Es- e uma Secção:
quadrilha. A solução encontrada 1.º O Serviço de Casco/Máquinas
há trinta anos para dar resposta de Submarinos (SCMS)
2.º O Serviço de Material Eléctrico de
aos desafios que se colocaram à Submarinos (SMES)
Marinha, quando se adquiriram Medalha Comemorativa dos 30 Anos da IRS. 3.º O Serviço de Electrónica de Sub-
os modernos e sofisticados sub- marinos (SDES)
4.º O Serviço de Gestão de Material
marinos, deverá ser encarada como uma lição longo da vida útil dos novos submarinos, a IRS de Submarinos (SGMS)
apreendida. deverá também garantir ligações directas com 5.º A Secção de Apoio à Inspecção de Reparação de
Para os novos meios a solução a encontrar os fabricantes e construtores, porque se afigura Submarinos (SAPIRS)
deverá ser idêntica, o Arsenal do Alfeite deverá elevado o volume de subcontratações de assis- A Inspecção de Reparação de Submarinos tem como
continuar a centralizar as competências e res- tência técnica, e é essencial que a coordenação missão:
ponsabilidades de OA, OR e ODT, executando da actividade dos trabalhos seja feita pelo pró- a) Como Direcção Técnica para Submarinos: ...
b) Como Inspecção Técnica para Submarinos: ...
as reparações e a manutenção de acordo com as prio Arsenal, enquanto organismo reparador e c) Como Planeamento e Coordenação de Reparações
directivas técnicas do construtor e as exigências organismo abastecedor. em Submarinos: ...
técnicas dos fabricantes dos sistemas e equipa- Resumindo, as principais vantagens da con- d) Como Gestão de Material para Submarinos: ...“
Seguiam-se as competências do Chefe da IRS e dos
mentos. Deve-se manter um modelo de orga- tinuidade da IRS, como órgão do Arsenal do Serviços.
nização específico para os novos submarinos, Alfeite equiparado a Divisão, são: (6) A taxa de disponibilidade TD é de 66,6 % e é cal-
para mais porque não existe quaisquer identidade - A centralização de responsabilidades e culada pela fórmula TD = (PD/CO)*100, em que PD é a
dos seus sistemas com os sistemas dos navios de competências. Permite, em simultâneo, acesso duração, em semanas, do somatório dos Períodos de Dis-
superfície. A manutenção e a reparação deve- directo à Administração, ligações hierárquicas ponibilidade e CO é a duração, em semanas, de um Ciclo
rão ser programadas, planeadas, coordenadas e fáceis com as Divisões e Direcções do Arsenal Operacional; PD=17períodos de 10 semanas cada = 170
e CO = 259; assim, TD = (170/259)*100 = 66,6 %.
inspeccionadas por um órgão interno, que faça e ligações funcionais, na horizontal, com o Co- (7) O Conselho Técnico Naval reunido a 18 de Setem-
a gestão simultaneamente dos stocks de sobres- mando da Esquadrilha de Submarinos; bro de 1974 e presidido pelo Alm. CEMA, V/Alm. Pinhei-
salentes e materiais específicos. - O aproveitamento da experiência acumu- ro de Azevedo, tomou decisão sobre: - a possibilidade
Ao invés, a função “gabinete de estudos” do lada de militares submarinistas, que interpreta de manutenção em Portugal dos submarinos da Classe
"Albacora", sem recurso à utilização de arsenais estran-
ODT, que, na actual IRS, ocupa apenas dois correctamente os objectivos operacionais e que geiros; - a redução da quantidade de submarinos para 3;
técnicos, necessitará de um grande staff, dadas garante a confiança das guarnições; a Marinha prescindir do NRP "Cachalote", por ser o que
a complexidade e diversidade dos equipamen- - O desempenho eficaz, comprovado ao lon- estava em pior estado de manutenção.
tos e sistemas. go dos últimos 30 anos. O NRP "Cachalote", que entrara ao serviço em 1 de
Por exemplo, o ODT da Marinha Francesa Z Outubro de 1969, passou ao estado de desarmamento
em 17 de Outubro de 1974 e no ano seguinte seria ven-
para os submarinos nucleares de ataque Classe Quaresma de Lemos dido ao Paquistão, entrando ao serviço da Marinha da-
“Améthyste” (9) tem uma organização em tudo CFR EMQ quele país, após a execução de uma grande revisão, com
idêntica à IRS, excepto o seu gabinete de estudos Notas o novo nome de baptismo "Gazhi".
(8) O contrato para o fornecimento dos quatro sub-
que, dedicado em exclusividade a esta classe de (1) DCAN – Direction des Constructions et Armes marinos da classe “Albacora”, a construir em Nantes em
submarinos, é constituído por cerca de quaren- Navales conjunto com as quatro fragatas da classe “Comandante
(2) CECFSAF – Comissão Eventual para a Coordena-
ta técnicos. Esta não é certamente uma solução ção dos Fabricos do Submarino Albacora em França, foi João Belo”, embora por estaleiros diferentes, foi assinado
adequada à Marinha Portuguesa: o Gabinete criada pela directiva n.º 1/70 do SSMA, de 14 de Outu- em 24 de Setembro de 1964.
de Estudos para os novos submarinos deverá bro de 1970. (9) Esta classe de SNA é constituída por 6 submarinos:
ser assegurado pela Divisão de Submarinos, da (3) DGA – Délégation Générale pour L'Armement; S601 – Rubis, S602 – Saphir, S603 – Casabianca, S604
– Émeraude, S605 – Améthyste e S606 – Perle. Os quatro
Direcção de Navios, potenciando as sinergias DTCN – Direction Technique des Constructions Nava- primeiros constituíam a classe “Rubis”, que a partir da
les; BALME – Bureau d'Appui Logistique aux Marines
actualmente existentes nos seus departamentos Etrangères (actual DCNLog) década de 90 sofreram melhoramentos tácticos e hidro-
técnicos, e evitando desnecessárias duplicações (4) A 1ª “guarnição” da IRS, cuja proposta n.º 6/74 de dinâmicos ao nível da escuta e ruído irradiado, passando
de recursos humanos. Neste contexto à Divisão 25 de Fevereiro de 1974 do Comodoro António Caires a designar por classe Améthyste (Améliorations Tactique
Hydrodynamique Silence Transmission Ecoute)
de Submarinos competiria assegurar a execução da Silva Braga, Superintendente Interino da SSMA, me- (10) As atribuições da Divisão de Submarinos cons-
receria a aprovação de Sua Excelência o Ministro da Ma-
das actividades de carácter técnico relacionadas rinha, era constituída por: tam no artigo 19.º do Decreto Regulamentar 23/94, de
com a modernização dos submarinos e material - Cap. Ten. Jorge Manuel Cabeçadas Pereira Leite; 1 de Setembro.
10 FEVEREIRO 2004 U REVISTA DA ARMADA