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Os Novos Navios Patrulha Oceânicos
              Os Novos Navios Patrulha Oceânicos


                                  Classe “Viana do Castelo”




























         Corte longitudinal.
         1. HISTORIAL                       informou o Ministro da Defesa Nacional da  Navais de Viana do Castelo, em 15OUT02,
                                            necessidade da Marinha de 12 navios – 10  para o fornecimento do projecto, do ALI  e
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         A                                  NPOs, um balizador e um de combate à po-  de um NPO, tendo ficado  o segundo NPO
              necessidade dos Navios Patrulha Oce-
              ânicos, destinados à realização das ta-
                                            luição –, num investimento total estimado da  como opcional. O contrato entrou em vigor
              refas de interesse público, já remonta a  ordem dos 50 milhões de contos, a distribuir  em 20DEZ02, após o visto do Tribunal de
         1976, quando foi criado o primeiro grupo de  entre 2000 e 2007.       Contas. Posteriormente o Estado exerceu a
         trabalho que desenvolveu, durante os anos de   Em 11JAN01, foi publicado, no DR 2ª Sé-  opção pelo segundo navio. O valor global
         1976 e 1977, o anteprojecto de um Navio de  rie, pela Presidência do Conselho de Minis-  do contrato é da ordem dos 120 M€ e as da-
         Fiscalização da Zona Económica Exclusiva,  tros e pelos Ministérios da Defesa Nacional,  tas de entrega do primeiro e segundo navios
         com uma configuração semelhante à das cor-  das Finanças, da Economia e do Ambiente e  são, respectivamente, Setembro e Dezembro
         vetas classe “João Coutinho”.      do Ordenamento do Território, o despacho  de 2005. Entretanto, os ENVC solicitaram um
           No início de 1984, uma vez mais, verificou-  conjunto, de 19DEZ01, que determinou:  adiamento da entrega dos navios para Maio e
         -se o interesse da Marinha na obtenção de 14  (1) o ajuste directo com os ENVC, para o  Setembro de 2006, devido a atrasos e dificul-
         Patrulhas Oceânicos, a concretizar através de  fornecimento de um NPO e um NCP ; (2) a  dades verificadas no projecto; esta solicitação
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         um programa exclusivamente nacional que  transferência de competência para a Marinha  foi aceite pelo MDN, em 10MAR05, dando
         envolvesse não só o projecto, como o finan-  para conduzir o procedimento; (3) outras de-  origem à Alteração nº 1 ao contrato.
         ciamento e a construção. Foi então criado o  terminações, como o critério de adjudicação   Mais uma vez dificuldades no projecto dos
         GAPO  que, durante cerca de um ano e meio,  e o finaciamento.          sistemas auxiliares, no ALI e as anomalias de-
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         realizou as actividades destinadas a dotar a   De Janeiro a Março de 2001, a Direcção de  tectadas nos motores propulsores, cuja solu-
         Marinha com a documentação de projecto  Navios concluiu a Especificação Técnica (de  ção ainda está a ser negociada, irão provocar
         necessária à concretização do programa. Tan-  consulta), reformolou o Arranjo Geral e efec-  novos atrasos e  inviabilizar a entrega dos na-
         to em 1976 como em 1984, a inexistência de  tuou os estudos básicos de viabilidade que,  vios durante o corrente ano.
         recursos financeiros impediu a concretização  conjuntamente com o processo administrati-
         da construção dos NPOs .           vo-jurídico, possibilitaram efectuar a consulta   2. ARQUITECTURA NAVAL
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           Em 1997 foi criado o Grupo de Trabalho  aos ENVC, em Março de 2001, para 1 NPO e
         para a definição dos Objectivos Operacionais  1 NCP. Em Julho de 2001, os ENVC apresen-  Tratando-se de navios patrulha oceânicos,
         dos Novos NPO, os quais foram materializados  taram três propostas para o NPO – uma base  destinados a operar na área de jurisdição e
         com a promulgação dos Requisitos Operacio-  e duas alternativas – que, depois de aprecia-  responsabilidade nacional, e conhecendo -se a
         nais, em 19MAI98.                  das e de colhida a devida orientação superior,  meteorologia e o estado de mar adverso que a
           Em 17 de Novembro de 1999 foi assinado  resultaram na proposta, de concepção nacio-  caracterizam, levaram a que o comportamento
         um acordo de cooperação entre o Arsenal do  nal, que respondia aos requisitos da consulta e  dos navios no mar fosse considerado uma das
         Alfeite (AA), os Estaleiros Navais de Viana do  que deu origem ao NPO agora em construção.  variáveis mais importantes durante a elabora-
         Castelo SA (ENVC) e os Estaleiros Navais do  Seguiram-se então duas fases de negociações,  ção do projecto e a especificação do navio.
         Mondego, para desenvolver o Anteprojecto  entre a DN e os ENVC, que decorreram no  Um dos resultados directos desta ponderação
         elaborado pelo AA e efectuar a construção  período OUT01 a MAR02 e de JUN-SET02,  foi um navio maior que o estritamente neces-
         dos NPO.                           tendo em vista a afinação da Especificação  sário para acomodar a guarnição e os sistemas
           Em Dezembro de 1999 foi adjudicado ao  Técnica Contratual e a preparação da restante  e equipamentos que o constituem.
         Arse nal do Alfeite a elaboração do Anteproje cto  documentação técnico-jurídica que constitui   Também a forma do casco, com o pontal
         dos NPO e a Direcção de Navios (DN) iniciou a  o contrato.            elevado e a borda falsa no castelo, a instala-
         elaboração da Especificação Técnica.  A assinatura do contrato entre o Estado Por-  ção de estabilizadores activos, robaletes e de
           Em 29 de Março de 2000 o ALM CEMA  tuguês e os ENVC teve lugar nos Estaleiros  um patilhão generoso, foram soluções adopta-

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