Page 187 - Revista da Armada
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Dia da Marinha
Alocução do Almirante CEMA
m primeiro lugar, quero dizer a todos que quiseram estar pre- dustriais e infra-estruturas portuárias do País. É, portanto, uma hon-
sentes que, não podendo mais comandar navios, esta é, e será ra para a Marinha celebrar aqui o seu dia maior, a convite de V. Ex.ª
Epara sempre, a minha honra maior: a de comandar os milha- e com o apoio inestimável da Administração do Porto de Sines, que
res de homens e mulheres, militares, militarizados e civis, que servem muito agradecemos. Senhor Presidente, mais uma vez, o meu muito
Portugal na Marinha. obrigado pelo seu gentil convite.
Neste dia, em que celebramos a chegada de Vasco da Gama à À população de Sines, gente do mar, que pronta e calorosamente
Índia, há 508 anos, não haveria melhor cenário do que a terra que o sempre nos recebe e que de forma tão natural, quanto espontânea, tem
viu nascer para lembrarmos aqueles que serviram esta Instituição, aderido às festividades, um obrigado sincero em nome da Marinha!
cuja história se confunde com a da na- Senhores Almirantes, Senhores Co-
cionalidade, e homenagear os que hoje, mandantes,
com abnegação, coragem e dedicação, Senhores Oficiais, Sargentos, Praças, Mi-
continuam a engrandecer a Marinha e litarizados e Civis da Marinha, caros ami-
o País. gos, minhas senhoras e meus senhores,
Senhor Ministro da Defesa Nacional, marinheiros,
dirijo-me a V. Ex.ª para agradecer a sua Permitam-me, agora, Excelências, dis-
disponibilidade para presidir ao Dia da tintos convidados, que vos fale da Mari-
Marinha de 2006. nha, dos seus trabalhos e projectos, para
Senhor Secretário de Estado da Defesa que a conheçam ainda melhor e avaliem
Nacional e dos Assuntos do Mar, o meu o modo como usamos os recursos - de
muito obrigado por estar junto da Mari- todos nós - que são colocados à nossa
nha na celebração do seu Dia. disposição.
Senhora Secretária de Estado dos Trans- De um tradicional espaço de circula-
portes, a Marinha agradece a honra que ção e fonte de recursos biológicos, o mar
nos dá com a sua presença. é hoje reservatório de energia e minerais,
Senhor Secretário de Estado do Orça- espaço de lazer e, infelizmente, também
mento, o meu muito obrigado pela sua receptáculo de poluição e de prevarica-
disponibilidade para participar nesta ce- ções de toda a ordem.
rimónia, o que muito nos honra. É incontroverso que o mar representa
Senhores Almirantes ex-Chefes do Es- actualmente um factor imprescindível ao
tado-Maior da Armada progresso. Mas também é inquestionável
Senhores Generais representantes dos que não haverá desenvolvimento sem se-
Chefes do Estado-Maior do Exército e da gurança e é através da sua Marinha que
Força Aérea Portugal detém os instrumentos de força
Senhora Governadora Civil de Setúbal indispensáveis à prossecução dos seus in-
Senhor Presidente da Câmara Munici- teresses no mar. Nas águas sob jurisdição
pal de Sines portuguesa não acontece, nem acontece-
Senhor Presidente da Assembleia Mu- rá, o que ocorre em muitas zonas do mun-
nicipal de Sines do, em que a insegurança e a depredação de recursos são a regra.
Senhora Administradora do Porto de Sines Porém, a capacidade económica e financeira nacional não permi-
Senhores Vereadores, entidades militares e civis presentes te duplicações ou desperdícios em meios e organizações dedicados
Senhores Directores-Gerais do Ministério da Defesa Nacional à contenção dos riscos que o mar comporta. É necessário fazer com
Sinienses, pouco o muito que há a fazer! É por isso que a Marinha alia à sua
as
A presença de V. Ex. nesta cerimónia transmite o apoio e coesão componente militar uma actuação no domínio da autoridade do
institucionais indispensáveis para o prosseguimento dos objectivos Estado sobre os espaços de jurisdição marítima. É o que designa-
que traçámos: construir o futuro, ser relevante entre pares, ser uma mos por “Marinha de duplo uso” que, através da flexibilidade de
mais valia para o desenvolvimento nacional sustentado e dar mais emprego das suas unidades, actua em todo o espectro de missões
apoio às populações, para que a Marinha seja cada vez mais útil a associadas à jurisdição e à preservação da segurança no mar, garan-
este país de marinheiros - que por vezes voltou as costas ao Mar, tindo uma actuação eficaz e coordenada, com economia de meios e
mas que sempre nele encontrou rotas que o levaram a sair de crises unicidade de comando.
e dificuldades. Neste quadro geral de actuação, importará, neste momento em
Mas antes de falar da Marinha, Senhor Presidente da Câmara Mu- que a Marinha celebra o seu Dia, dar público conhecimento do servi-
nicipal, permita-me que fale de Sines. ço que presta ao país, e assim evidenciar o produto do investimento
Falar de Sines é, para qualquer marinheiro, um grato prazer, pelas que o Estado lhe atribui.
boas memórias das incontáveis vezes que por aqui passámos. Falar A Marinha é tão importante em tempo de paz, como em tempo
de Sines é, também, elogiar este belo cenário de uma baía natural abri- de crise ou de conflito. Os seus meios são utilizados em permanên-
gada dos ventos predominantes, que desde há muitos séculos para cia, 24 horas por dia, 365 dias por ano, ao serviço dos Portugue-
aqui atraiu gentes, que naturalmente fizeram do mar o seu principal ses, qualquer que seja o cenário nacional ou internacional, desde
modo de vida. Esta atracção do mar foi reforçada, há 35 anos, pela missões de apoio à paz, à salvaguarda da vida humana no mar e à
edificação do grande complexo industrial que fez crescer Sines em conservação daquilo que é nosso na extensíssima Zona Económica
população e importância, tornando-a num dos principais pólos in- Exclusiva, 18 vezes superior à área terrestre do país.
REVISTA DA ARMADA U JUNHO 2006 5