Page 191 - Revista da Armada
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pelo Adido de recebeu a bordo o seu homólogo angola-
Defesa, CMG no, general Kundi Paihama, estando ambos
FZ Lourei- acompanhados pelos respectivos CEMGFA,
ro Nunes, ao respectivamente ALM Mendes Cabeçadas
vice-Ministro e general Fernandes Nelumba “Sanjar”, e
da Defesa Na- DGPDN, respectivamente General PILAV
cional, almi- Esteves Araújo e almirante Mendes de Car-
rante Rufino, valho “Miau”, assim como da parte ango-
ao Chefe do lana, outras elevadas entidades da defesa
Estado-Maior e militares. No final do seminário, as co-
da Marinha, mitivas visitaram o navio, assim como a
almirante Fe- montra tecnológica instalada no convés de
liciano, ao vôo, onde estavam patentes equipamentos
Capitão do e painéis explicativos das empresas do gru-
Porto e ao Em- po EMPORDEF – EID, ENVC e EDISOFT-,
baixador de junto dos quais representantes das empre-
Portugal em sas esclareciam os visitantes. No final do
Angola, Em- almoço a bordo que reuniu todos os parti-
tual caracterização geográfica, aquela infor- baixador Francisco Xavier Esteves, receben- cipantes, o general Esteves Araújo ofereceu
mação dava ênfase a vários cuidados a ter, do-se a bordo o CALM Tavares de Almeida, ao almirante “Miau” uma colectânea de li-
designadamente com a saúde e segurança Comandante da Flotilha, que representou o vros para a biblioteca do ISEM de Angola.
pessoais. A realidade que encontrámos dis- almirante CEMA durante a visita da “Corte- Ainda no dia 6 o primeiro-ministro de Por-
sipou rapidamente algumas incertezas so- Real” a Luanda. Os primeiros dias, dedica- tugal, Eng. José Sócrates, acompanhado do
bre o que nos esperava, ao verificarmos a dos aos preparativos, decorreram cheios de ministro de Estado e do Negócios Estrangei-
modernidade do porto, em infraestrutura, expectativa sobre o porto e a cidade, não ros, foi recebido a bordo pelo ministro da
equipamentos e processos, assim como a sem que o sempre surpreendente clima se Defesa Nacional, visitou o navio, assistiu a
simpatia e cuidados que as autoridades e a prestasse logo no primeiro dia ao crepús- uma apresentação no centro de operações
população local nos votou. Para tal muito culo, a desabar uma chuva diluviana sobre e reuniu-se num porto de honra com uma
contribuiu as atenções e o envolvimento na o toldo, colocado no convés de voo, que delegação do navio e o pessoal militar da
visita assegurado pelo cônsul honorário no acumulou toneladas de água e dobrou os cooperação técnico-militar.
Gana, Sr. Matos Fernandes, que ali estando ferros de suporte antes que houvesse tem- Entre 8 e 10 de Abril realizaram-se os
radicado há mais de 20 anos, possui uma po de o desmontar. Recuperados os toldos exercícios combinados, tendo a “Cor-
implantação surpreendente na sociedade e os ferros, viveu-se nos dias seguintes um te-Real” largado de Luanda e rumado ao
local. A recomendação para na viagem de intenso programa de actividades internas e Ambriz, onde largou os agrupamentos de
regresso ser Tema o porto a escalar nova- externas, com base num bem organizado fuzileiros embarcados, portugueses e an-
mente, para reabastecimento, foi imedia- programa a cargo da Marinha de Guerra golanos, para o exercício combinado, re-
tamente apresentada a Lisboa. Angolana, que incluíram várias palestras gressando a Luanda ainda no dia 8 à noite,
De Tema para Luanda, prosseguiram-se os de apresentação da Marinha Portuguesa, fundeando no meio da baía, junto à Base
preparativos das actividades previstas para a entidades militares e civis, e visitas de Naval de Luanda.
Luanda, tendo-se cruzado a linha do equa- delegações do navio a locais de interesse, No Ambriz desenvolveram-se os exercí-
dor pelas 17:30h do dia 1 de Abril, surgindo designadamente ao museu das Forças Ar- cios programados com o objectivo de me-
de repente a bordo Neptuno, acompanha- madas de Angola, ao museu da escravatura lhorar as capacidades de operação combi-
do pelo seu séquito. Mais uma vez o ritual e à barra do rio Kwanza. No dia 4, o Mi- nada num quadro de actuação de operações
cumpriu-se, e a farsa do rei dos mares teve nistro da Defesa Nacional, Dr. Luís Amado, de paz e humanitárias. Neste âmbito reali-
lugar, interrompendo por um dia a rotina encontrou-se a bordo com o pessoal militar zaram-se varias actividades, que incluíram a
das operações e dos exercícios internos. da Cooperação Técnica e Militar em Ango- execução de um exercício de acção directa
Primeira vivência para a maior parte da la e no dia 5 de Abril, 21 crianças do Lar de resgate de um refém e um treino cruza-
guarnição, a encenação foi montada para Kuzola, visitaram o navio, tendo sido do- do entre os fuzileiros de ambas as marinhas,
que ninguém escapasse à sátira e ao incon- ados artigos didácticos, roupa e brinque- que permitiu trocar, demonstrar e aperfei-
tornável baptismo na tina. O Comandante dos. Por ocasião do seminário de tecnolo- çoar perícias e valências entre os militares.
deu o mote, o grumete mais moderno cor- gia e defesa que decorreu a bordo no dia As unidades de fuzileiros combinadas fica-
tou a linha, os sorrisos e boa disposição pe- 6 de Abril, o ministro da defesa nacional ram sedeadas na escola de fuzileiros na-
gam-se pelo navio,
deixando a festa o
espanto e a maravi-
lha estampados nos
rostos de todos.
A 3 de Abril e
volvidos 10 anos
desde a última visi-
ta de uma unidade
naval portuguesa
a Angola, a pró-
pria “Corte-Real”,
atracou em Luan-
da. Os contactos
iniciaram-se com
as visitas oficiais,
acompanhadas
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