Page 259 - Revista da Armada
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rejeitou o Tratado da União redigido pela co-  DESFILE DO “14 DE JULHO” DE 2007
         missão presidida pelo seu ex-presidente Gis-  DESFILE DO “14 DE JULHO” DE 2007
         card d’Estaing.
                                             PARTICIPAÇÃO DO DESTACAMENTO MILITAR PORTUGUÊS
           Por último, o grande sucesso da “Acta Fi-  PARTICIPAÇÃO DO DESTACAMENTO MILITAR PORTUGUÊS
         nal de Helsínquia” de 1 de Agosto de 1975 e
         que deu origem à criação da Conferência para   omemorou-se, no dia 14 de Julho, em
         a Segurança e Cooperação na Europa (hoje   Paris, o Dia Nacional da França.
         Organização para a Segurança e Cooperação   C A data foi assinalada, como tradicio-
         na Europa), resultou do facto de se ter conse-  nalmente, com um desfile militar de pompa e              Foto Ricardo Oliveira, Gab. PM
         guido a codificação de muitos e importantes   circunstância nos Champs Elysées, mostrando de
         princípios. Tal só foi possível porque, nos três   forma representativa todas as capacidades milita-
         anos que a precederam, se foram resolvendo   res francesas e estabelecendo uma aproximação
         os mais graves diferendos: conseguiu-se ini-  directa entre os militares e a população civil.
         ciar o diálogo Leste-Oeste para a redução de   Este ano, por iniciativa do presidente Nicolas
         armamentos na Europa, foi assinado o primei-  Sarkozy, o tema do desfile foi a Europa e, pela
         ro tratado para a limitação de armas nuclea-  primeira vez, desfilaram também destacamentos   Nas forças em desfile, os três pelotões da fren-
         res, enunciaram-se os princípios do “desanu-  militares dos 27 países da União Europeia.   te eram o esloveno, o português e o alemão,
         viamento” e reconheceram-se as fronteiras da    A convite do Presidente francês, todos os  troika da presidência.
         Europa Central herdadas da Segunda Guerra   paí ses da U. E. responderam afirmativamente e   O pelotão português tinha à sua frente o es-
         Mundial.                           participaram com representações Ministeriais e  tandarte nacional conduzido pelo tenente Sousa
           Todos estes documentos, nunca referenda-  com destacamentos militares, passando a men-  Ferreira da Força Aérea escoltado por três cade-
         dos, são considerados marcos importantes da   sagem de uma Europa coesa no objectivo da  tes da Escola Naval, da Academia Militar e da
         história universal cuja construção foi sempre   Europa da Defesa.     Academia da Força Aérea.
         difícil e demorada.                  Portugal esteve representado ao mais alto nível   O pelotão português, proveniente do Corpo
           Resumindo:                       através do Primeiro-Ministro, do Ministro da De-  de Fuzileiros da Marinha, foi comandado pelo
           A Europa está a avançar há mais de meio   fesa Nacional e do Ministro da Justiça. Entre os  2TEN FZ Gameiro Catela e constituído por 3
         século e, no fundamental, ao procurar o desen-  convidados de honra portugueses estiveram tam-  sargentos, 24 praças em desfile e 2 de reserva.
         volvimento com respeito pela pessoa humana   bém presentes o Presidente da Comissão Euro-  A sobriedade deste pelotão, o seu apru-
         (desenvolvimento humano), está a caminhar   peia e o Embaixador de Portugal em França.  mo militar e o contraste do uniforme branco
         no sentido certo. É um exemplo único no    A nível militar, o EMGFA enviou um destaca-  na linha da frente do desfile tornaram-no um
         mundo e, olhando em redor, a Europa ainda   mento de 38 homens chefiados pelo TCor Tomé  foco de atenção especial e dos mais rasgados
         é um lugar do futuro.              Romero, que durante os 10 dias que precede-  elogios das entidades oficiais e da assistência
           A Europa, se persistir em repudiar o seu   ram a data festiva, todas as madrugadas e tardes,  em geral.
         alicerce cultural cristão, comete um erro de   treinaram para um desfile de grande aprumo e   A presença portuguesa no desfile do “14 de
         aculturação que, consciente ou inconscien-  impacte mediático.        Julho” em Paris pautou-se por elevado brilho e
         temente, conduzirá à rejeição de importan-   O desfile foi aberto pela bandeira da União  aprumo, dignificando em muito as Forças Arma-
         tes decisões.                      Europeia, transportada pelo Tenente Pereira Go-  das Portuguesas e o país, crédito a que não se
           A história mostra, e as mais recentes cir-  mes do Exército Português, deferência atribuída  pode dissociar o exemplo de profissionalismo
         cunstâncias confirmam, que as grandes de-  por ser Portugal o país da presidência da U.E..  dos nossos Fuzileiros!  Z
         cisões que procuram congregar o sentir e as    Seguiu-se o bloco de bandeiras nacionais
         vontades do mosaico cultural europeu devem,   dos países europeus chefiado pelo 2TEN Pires   CMG José Luís Branco Seabra de Melo
                                                                                                 Adido de Defesa em Paris
         não por incapacidade mas por bom senso, ca-  Silveiro da Marinha.
         minhar à velocidade consentida pelas nossas
         consciências.
                                            Comemorações do Dia do Corpo de Fuzileiros
           Nenhum Governo (ou Presidência) deverá   Comemorações do Dia do Corpo de Fuzileiros
         procurar o deslumbramento de ter dado um
         “grande passo”. Até os fundadores da “Eu-  m 03 de Julho de 2007, presididas pelo  nos da Escola de Fuzileiros e por militares de to-
         ropa”, os que na verdade inovaram dando   Comandante do Corpo de F uzileiros, em  das as unidades do Corpo Fuzileiros envolvendo
         o “grande passo”, aconselharam o prudente  Erepresentação do Comandante Naval,  a imposição de condecorações, a homenagem
         avanço “passo a passo”.            realizaram-se na Base de Fuzileiros as come-  aos Fuzileiros mortos em defesa da Pátria e o
           As grandes iniciativas sempre nascem  morações do Dia do Corpo de Fuzileiros e por  desfile em continência, uma exposição estáti-
         como reacção ao caos. A Europa nasceu da  razões de economia mas também de raciona-  ca de meios operacionais e um concerto pela
         união dos povos, após a catástrofe da Segun-  lidade simultaneamente com o Dia da Base de  Banda da Armada.
         da Guerra Mundial. Agora, para prosseguir,  Fuzileiros. Comemoraram-se assim, os 386 anos   Na cerimónia militar a que assistiram altas
         deve bastar o sucesso do primeiro meio sécu-  de existência deste Corpo de Tropas Especiais  entidades da Marinha, do Exército e das Forças
         lo da União.                       da Marinha, que tem a sua origem no Terço da  de Segurança e familiares dos militares e fun-
           Não devemos esperar o caos, mas prepa-  Armada da Coroa de Portugal.  cionários civis que prestam serviço no Corpo
         rarmo-nos para o prevenir, pois ele não é tão   Este ano pela primeira vez teve lugar uma  de Fuzileiros, o Comandante do Corpo de Fu-
         improvável assim. Fora da Europa, a anarquia,  conferência subordinada ao tema “Testemu-  zileiros realçou o elevado profissionalismo e a
         as armas sem controlo dos Estados e a acessi-  nho dum Fuzileiro – a expe riência dum co-  prontidão com que foram cumpridas as missões
         bilidade da tecnologia, facilmente se reúnem  mandante comba tente”, realizada pelo Con-  atribuídas, relevou também o esforço desenvol-
         para a destruição. O caos não surgirá na Eu-  vidado de Honra Almi rante Vieira Matias, no  vido na recuperação de infra-estruturas, visan-
         ropa mas, se vier, não poupará a Europa. É  auditório da Base de Fuzileiros, que constituiu  do a melhoria das condições de habitabilidade
         necessário alterar esta situação que se arrasta  um momento ímpar de enriquecimento e tam-  com impacte muito positivo na motivação do
         e que levou João Paulo II a dizer: do futuro tem-  bém de reflexão.    pessoal e o espaço permanente na qualificação
         -se mais medo do que esperança.      Do programa geral constou ainda a celebra-  dos recursos humanos, tendo concluído com
                                        Z   ção de uma eucaristia concelebrada pelo Ca-  uma prospectiva do empenhamento futuro de
                        António Emílio Sacchetti  pelão Chefe da Marinha, uma cerimónia militar  Forças e Unidades de Fuzileiros.
                                      VALM  com as Forças em Parada constituídas por alu-                      Z
                                                                                       REVISTA DA ARMADA U AGOSTO 2007  5
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