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Este texto é do mesmo autor de outro citado mais 2 - Luis Norton: Transferência da Corte para o Notas:
acima (“British Sea Power and its influence upon Brasil 1 Cite-se, a este propósito, um exemplo clássico: o
the Peninsular War (1808-1814)”.Tem como objec- Colecção Brasiliana - Companhia Editora Nacio- “Estudo matemático da pinha de anel de um só cor-
to principal a questão da Esquadra Russa do Almi- nal 2ª Ed - S. Paulo -1979 dão”, da autoria de Abel Fontoura da Costa. (Anais do
rante Seniavin, quer durante a estadia em Lisboa, 1° Capítulo CMN 31,1901, p.109-139), mais tarde desenvolvido e pu-
quer (posteriormente) em Portsmouth, e fornece Circunstâncias que antecederam a partida da Corte blicado em francês (“Les bonnets turcs et son equation
preciosas informações acerca do que se passou em para o Brasil. Referência a planos anteriores visando d’ourdissage”), Anais do CMN 68, 1938, p. 295-342). O
Portugal ao longo do ano de 1808. Contem abun- o mesmo objectivo. Negociações com Inglaterra. Im- Índice Geral dos artigos publicados nos Anais do CMN
dante bibliografia. Ambos os textos deste Autor possibilidade de resistência à invasão francesa. Em- desde a fundação do CMN (em 1870) até à actualida-
são importantes para uma perfeita compreensão barque e partida da Família Real e demais passagei- de revela inúmeros exemplos de estudos científicos e
da Crise de 1807. ros. Chegada da Esquadra ao Brasil. Desembarque e académicos alheios à actividade naval, efectuados por
(Com agradecimentos ao Dr. Xavier de Brito, a instalação da Corte no Rio de Janeiro. Primeiros anos Oficiais de Marinha, com probidade e rigor científico,
quem se deve a divulgação deste documento.) de governo. motivados apenas pelo gosto de saber.
5 - Christopher D. Hall Wellington’s Navy Sea Po- 3 - Lília Moricz Schwarcz: A longa viagem da Bi- 2 Em Arquivos brasileiros, portugueses, e ingleses. A
wer and the Peninsular War 1807- 1814 blioteca dos Reis mais recente publicação portuguesa sobre esta matéria
Chattam Publishing 1997- London 2004 - ISBN Editor Companhia das Letras - ISBN 85-359-0288-1 é da autoria do Comandante José Rodrigues Pereira: a
186176 230 5 - Pags. 3 a 37 - S. Paulo - 2002 obra “ A Marinha Portuguesa na Época de Napoleão”,
Descrição minuciosa da “componente naval” das 6° Capítulo em dois volumes, a que noutro local se faz detalhada
forças inglesas desembarcadas em Portugal: sua cons- Análise da situação política anterior à invasão. referência. Pesquisas importantes foram efectuadas
tituição, funções e papel desempenhado na luta contra Descrição das fases que antecederam a decisão de por investigadores brasileiros e publicadas na Revista
os Franceses. Embora parte do texto se refira a factos partida. Perigo que Lisboa correu de ser bombardea- NAVIGATOR, da Marinha do Brasil. Recentemente,
posteriores à partida da Família Real para o Brasil, da pela esquadra inglesa. Projectos e planos para a o Prof. Kenneth Light analisou, em Arquivos ingle-
fornece informações úteis para a compreensão do pe- saída da Família Real. Casos anteriores em que tal ses, os Diário Náuticos dos navios da Royal Navy que
ríodo que imediatamente o antecedeu, durante o qual solução já fôra considerada. O “partido inglês” e o participaram na viagem da Família Real para o Bra-
se verificou esse evento. “partido francês”. A preparação da esquadra. Episó- sil, o que veio esclarecer pontos obscuros acerca desse
6 - Copenhagen 02-04-1801 - INTERNET dios do embarque. Cálculo do número total de pas- acontecimento.
Informações sobre o ataque da Royal Navy sageiros. Descrição das condições em que foi efectua- 3 Não eram apenas “15.000 pessoas”, mas sim todos
à Esquadra dinamarquesa em Copenhague em da a viagem. Chegada ao Brasil. Abundantes citações os membros da Dinastia Reinante, bem como toda a
02-04-1801 bibliográficas. máquina administrativa do País - elites, altos funcioná-
7 - Thomas Munch-Petersen: Defying Napoleon rios, pessoal, arquivos…Como diz um Autor, “muda-
Informações sobre os bombardeamentos de Co- V - A CORTE NO BRASIL va-se “o País”, com tudo o que era imprescindível para
penhague pela Esquadra Inglesa em 1801 e 1807, que rapidamente pudesse recomeçar a “funcionar”
motivados pelo receio de que Napoleão se pudes- 1 - Luis Norton: A Corte no Brasil noutro local, a milhares de milhas de distância”.
se apoderar da Esquadra Dinamarquesa, tal como Colecção Brasiliana - Companhia Editora Nacio- 4 Não só o necessário para a travessia, como ain-
esteve para suceder e poderia ter sucedido com a nal 2ª Ed - S. Paulo - 1979 da todo o equipamento imprescindível para o bom
cidade de Lisboa e os navios da Marinha Portu- 2° Capítulo “funcionamento do Estado”, no sentido mais amplo
guesa, se a Crise de 1807, tivesse evoluído de for- Instalação da Corte no Rio de Janeiro e primeiros do termo.
ma diferente. anos de Governo. 5 Francês e Espanhol
8 - William Laird Clowes: The Roval Navy - A his- 2 - Afrânio Peixoto: As Invasões Francesas. Saí- 6 Mesmo hoje em dia, e com os meios actualmente
tory from the earliest times to 1900 da da Corte para o Brasil. Sua repercussão nas Co- disponíveis, seria uma missão logisticamente comple-
Chattam Publishing 1997 - ISBN 1 861 176 014 0 - lónias xa e de dificil execução.
Vol. V - p. 232-233 Serviço de Documentação Geral da Marinha De- 7 Não deixa de ser curioso referir que apenas uma
Síntese dos factos ocorridos entre 1807 e 1813. A partamento de História Marítima - Revista NAVIGA- morte se registou na viagem e Lisboa para o Rio de Ja-
brevidade da referência á deslocação da Família Real TOR Pags. 261 a 268 neiro, e mesmo essa por acidente: a do comandante de
para o Brasil e às circunstâncias em que ocorreu evi- 3 - Pedro Calmon: A Abertura dos Portos uma das naus, que caiu ao mar e se afogou ao desem-
dencia a pouca importância relativa do acontecimento Serviço de Documentação Geral da Marinha De- barcar de um escaler.
no que respeita á Royal Navy, à data envolvida num partamento de História Marítima - Revista NAVIGA- 8 Há muito para desvendar nos Arquivos e Bibliote-
conflito de escala muito mais vasta. TOR Pags. 337 a 351 cas onde se encontra documentação oficial e particular.
9 - Kenneth Light - As Marinhas de Guerra Portu- O Arquivo Geral da Marinha e outros Arquivos e Bi-
guesa e Inglesa 1750-1815 VI - REGRESSO DA CORTE A bliotecas no nosso País são, obviamente, os de mais fácil
http://www.ihp.org.br/docs/kh1119980804.htm acesso, e sabe-se que neles se encontram muitos docu-
Texto básico de palestra do Autor no IHP a PORTUGAL mentos inéditos. Mas há outros Arquivos que merece a
13/07/1998 Digitação original: 04/08/1998 pena investigar – designadamente os Ingleses, Brasilei-
10 - Kenneth H Light: The Migration of the Royal 1 - António Marques Esparteiro - Três Séculos ros e Franceses, onde forçosamente existe informação
Family of Portugal to Brazil in 1807/08 - Rio de Ja- no Mar – p. 50 com interesse para a História da nossa Marinha.
neiro - 1995 Epílogo da Crise de 1807: Regresso de D. João VI Quanto aos Arquivos Ingleses, o meritório traba-
Transcrição de Nota e Prefácio do Autor, no livro ao Reino em 1821, a bordo da Nau D. João VI, na- lho do Prof. Kenneth Light certamente não esgotou o
acima mencionado, do qual existe um exemplar na vio Chefe da Esquadra comandada por D. António elenco da “matéria pesquizável”, pois há, pelo menos,
Biblioteca Central de Marinha - Cota J 20 - 12. Nesse Manuel de Menezes, 1º Conde de Ceia. Além desta muita documentação particular contendo depoimentos
livro encontra-se as cópias dos Diários Náuticos dos nau, faziam parte da Esquadra a fragata Real Caro- de testemunhas presenciais.
vários navios aqui mencionados. lina, corveta Voador, bergantim Reino Unido, char- No que respeita aos Arquivos Brasileiros, neles ficou
ruas Princesa Real (que trazia o corpo de D. Maria grande parte da documentação levada de Portugal em
IV - VIAGEM PARA O BRASIL I) e Orestes, e iate Monte de Ouro. O texto em re- 1807, bem como da relativa aos acontecimentos ocorri-
ferência inclui a lista dos passageiros embarcados dos nesse período. Na verdade, não há notícia de que
1 - NunoValdez dos Santos: A Viagem da Família na Esquadra. tal documentação tenha regressado a Portugal, nem é
Real para o Brasil 2 - António Marques Esparteiro - Três Datas provável que assim haja acontecido, pois constitui pa-
Revista Baluarte n° 6 - Lisboa - Novembro/De- que importam à Independência do Brasil - p. trimónio do Brasil e da Marinha de Guerra Brasileira.
zembro 1989 - Comunicação apresentada no In- 19 a 24 Leite Pinto, na sua obra aqui transcrita, refere “docu-
ternational Congress on The Iberian Peninsula Referência aos incidentes ocorridos com a Esquadra mentos de extraordinária importância contidos numa das
(1780-1840) de João Félix Pereira de Campos , ao largo da Baía, em caixas de lata (a n.° 734) da colecção «Negócios de Portugal»
É a mais perfeita e completa das sínteses sobre os Maio e Junho de 1823 depositada no Arquivo Nacional do Rio de Janeiro. A colec-
acontecimentos relevantes. Descrição detalhada e rigo- 3 - João Carlos Gonçalves Caminha - Formação da ção compõe-se de 24 latas do género das cantines francesas.
rosa das circunstâncias em que decorreu a viagem, e da Marinha Imperial Precioso material!”
chegada da Côrte ao Brasil. Revela muitos pormenores Serviço de Documentação Geral da Marinha - Desconhece-se o que haverá em Arquivos Franceses,
inéditos ou pouco conhecidos, descobertos no decur- Departamento de História Marítima Revista NAVI- sendo no entanto mais que provável que neles se en-
so de demoradas pesquizas. Transferência da corte de GATOR nº 10 Dezembro 1974 Pags. 19 a 28. contrem documentos com muito interesse, que permiti-
Lisboa para o Rio de Janeiro, hipótese já anteriormente Informações acerca da integração na Marinha riam colmatar falhas relativamente ao que se sabe.
tomada em consideração. A esquadra russa do Almiran- Imperial de alguns navios portugueses que tinham Até há alguns anos, o acesso a toda esta informa-
te Seniavine. A esquadra inglesa do Almirante William feito parte da Esquadra que partiu de Lisboa em ção era extremamente difícil e dispendioso. Hoje
Sidney Smith. O exemplar do jornal francês «Moniteur» 1807. Referências expressas a esses navios, em es- em dia, graças à informática, está mais facilitado, e
11 de Novembro de 1807. Entrada das forças de Junot. pecial à Nau “Martim de Freitas”, posteriormente talvez ao alcance de todos os leitores da Revista da
Embarque. Largada de Lisboa. Encontro dos navios “D. Pedro I”. Armada, ou pelo menos daqueles que forem mais
portugueses com a esquadra inglesa. Vicissitudes da Z perseverantes na sua procura e se sintam motivados
viagem. Chegada á Baía e ao Rio de Janeiro. Comandante G. Conceição Silva para os explorar .
22 NOVEMBRO 2007 U REVISTA DA ARMADA