Page 353 - Revista da Armada
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A MARINHA E A SOCIEDADE
EXECUTIVE MBA DA BUSINESS SCHOOL EMBARQUES NO “CREOULA”
DO ISCTE TREINA NA ESCOLA
¬ Entre 13 de Maio e 1 de Junho esteve
DE FUZILEIROS embarcada no “Creoula” a Universida-
de Lusófona em mais um “Luso Expe-
¬ A Marinha, através dição Creoula”. Esta missão teve como
do Departamento de objectivo a continuação de um estudo
Formação de Com- iniciado pela Lusófona em conjunto com
portamento Organi- outras Universidades sobre a evolução
zacional da Escola de das espécies marinhas da Macaronésia
Fuzileiros, realizou após a última Era Glacial, desta vez no
nos dias 12 e 13 de Arquipélago dos Açores.
Maio um fim-de-se- Tendo efectuado uma paragem em
mana residencial para Ponta Delgada para as Comemorações
os alunos do Executive MBA da ISCTE Business School. do Dia da Marinha, a restante missão
A actividade, inserida no âmbito do protocolo existente entre a Mari- foi passada a navegar em operações com mergulhadores para reco-
nha e a ISCTE Business School, teve por objectivo o treino e desenvolvi- lha de amostras dos mais variados espécimes marinhos. Mais uma
mento das competências de liderança através de exercícios de simulação vez o Creoula demonstrou a sua versatilidade tanto como plataforma
e faz parte da disciplina de Liderança e Motivação. Este tipo de iniciativa de apoio a mergulhadores como laboratório ambulante para investi-
(aplicação prática e simulação dos conceitos aprendidos durante as aulas gação científica.
teóricas) acompanha a tendência actual do melhor que se faz nos centros No período de 21 a 25 de Setembro o projecto europeu “By the sea we
de investigação e desenvolvimento de liderança norte americanos. learn” embarcou no N.T.M. “Creoula” um conjunto de jovens de vários
A edição 2006/2007 do Executive MBA foi frequentado por 40 alunos países da União Europeia, nomeadamente da Polónia, Hungria, Estó-
com formação nas áreas de Engenharia, Economia, Gestão e Informática, nia, Letónia, Bulgária, Roménia, Itália, Espanha e Portugal numa acção
que exercem funções de direcção executiva em diversos sectores do tecido promovida pela Associação de Juventude de Arrouquelas-“H2O”.
empresarial português e apresentam uma média de idades de 36 anos. A viagem teve como porto de destino Portimão, onde foi desenvolvi-
A coordenação geral da actividade esteve a cargo do CFR Pacheco da uma actividade com todos os jovens embarcados para promover um
dos Santos, da Escola Naval e a coordenação executiva coube ao CTEN pouco da cultura dos seus países, do espírito comunitário e terminou no
Sámeiro Matias da Escola de Fuzileiros. O Dr Pedro Fontes Falcão foi dia 25 com a chegada à BNL tendo o “Creoula” demonstrado a capaci-
Director do Executive MBA. dade de promoção de relações internacionais com os jovens da U.E.
ACADEMIA DE MARINHA
¬ Realizou-se no passado dia 25 de Setembro, no au- do bloqueio estar Afonso Furtado embarcado na “Bem
ditório da Academia, uma conferência sobre “ Afonso Aventurada, “encontrando-se o seu nome de capitão-
Furtado: um marinheiro e o seu tempo (Séc. XIV) “ -mor da frota presente nas cortes de Coimbra. Escoltou
proferida pelo Comandante Ferraz Mesquita. Foto Reinaldo Carvalho o duque de Lencastre e as suas tropas de Inglaterra para
A sessão foi presidida pelo Presidente da Academia, a Galiza, comandando “ uma esquadrilha de seis galés
VALM Ferraz Sacchetti, que fez a apresentação do ora- que D. João I, cumprindo o acordo com Ricardo II, en-
dor. O Cte. Mesquita explicou a razão pela qual se tinha viara para Inglaterra”. Após isto sabe-se que Afonso Fur-
interessado pela personagem e identidade histórica de tado fez uma “ audaciosa incursão no Sena onde, num
Afonso Furtado e das vicissitudes que ele, como orador ataque imparável e mortífero tomou quatro navios aos
tinha tido ao descobrir no estrangeiro, principalmente franceses em Rouen, no “Clos dês Galées”, após o que
em França e em Inglaterra documentação relativa a este passou uma larga temporada em águas inglesas.
pouco conhecido marinheiro e dos raids marítimos por De regresso à Pátria em meados de 1389, parece ter
si realizados com galés portuguesas, em águas inglesas deixado as actividades marítimas pois teria sido de-
e francesas. Seguidamente historiou os meandros políticos dos vários signado para recolher secretamente elementos sobre as fortificações de
reinos europeus do sec. XIV e as instáveis ligações militares e diplomá- Ceuta, como preparação da futura conquista pelos portugueses.
ticas entre os diversos reinos, centrando-se depois nas relações bilate- Terminada a sua comunicação, prestou-se a esclarecer dúvidas e in-
rais entre Portugal e Castela, desde o reinado de D. Fernando até a cri- terrogações suscitadas pelos presentes para os quais a pessoa de Afonso
se dinástica que lhe sucedeu, evocando então as nossas relações com a Furtado era praticamente desconhecida no campo naval.
Inglaterra. Foi neste ambiente e conjuntura que surge Afonso Furtado
“ que desde cedo se juntou ao Mestre e acabou contribuindo de forma PROGRAMA DAS PRÓXIMAS SESSÕES EM 2007
decisiva para o papel relevante que a marinha teve na consolidação da
dinastia de Avis” e que Fernão Lopes faz entrar na Historia, pois “na 6 NOV “Estudo das características náuticas de uma nau de 600 tonéis da
sua crónica de D. João I menciona-o sete vezes no volume primeiro e Carreira da Índia”
Prof. Eng. Nuno Fonseca (IST), Prof. Eng. Tiago Santos (IST)
quatro no segundo, e na de D. Fernando aparece no prólogo”. 20 NOV “O Tempo Português e a Modernidade”
Segundo o orador “é possível que Afonso Furtado estivesse com as ga- Dr. Fernando Correia de Oliveira
lés que no verão de 1377 e 78 evoluíram nas costas do Sul de Inglaterra, 27 NOV “Bicentenário da partida da Família Real para o Brasil”
integrando a força franco – castelhana”, havendo “no entanto, a certeza 11 DEZ “Tecnologias: recordações, emoções e reflexões”
de que existiu um escudeiro na casa real desempenhando um lugar oficial Dr. Rui Manuel Ramalho Ortigão Neves
e que se chamava Afonso Furtado”. Referiu-se ao facto que entre os pa-
trões das galés que travaram batalha no Tejo contra as forças castelhanas (Colaboração da Academia de Marinha)
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