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A MARINHA E A SOCIEDADE



         EXECUTIVE MBA DA BUSINESS SCHOOL                           EMBARQUES NO “CREOULA”
                DO ISCTE TREINA NA ESCOLA
                                                              ¬ Entre 13 de Maio e 1 de Junho esteve
                         DE FUZILEIROS                        embarcada no “Creoula” a Universida-
                                                              de Lusófona em mais um “Luso Expe-
                                            ¬ A Marinha, através   dição Creoula”. Esta missão teve como
                                            do Departamento de   objectivo a continuação de um estudo
                                            Formação de Com-  iniciado pela Lusófona em conjunto com
                                            portamento Organi-  outras Universidades sobre a evolução
                                            zacional da Escola de   das espécies marinhas da Macaronésia
                                            Fuzileiros, realizou   após a última Era Glacial, desta vez no
                                            nos dias 12 e 13 de   Arquipélago dos Açores.
                                            Maio um fim-de-se-  Tendo efectuado uma paragem em
                                            mana residencial para   Ponta Delgada para as Comemorações
         os alunos do Executive MBA da ISCTE Business School.  do Dia da Marinha, a restante missão
           A actividade, inserida no âmbito do protocolo existente entre a Mari-  foi passada a navegar em operações com mergulhadores para reco-
         nha e a ISCTE Business School, teve por objectivo o treino e desenvolvi-  lha de amostras dos mais variados espécimes marinhos. Mais uma
         mento das competências de liderança através de exercícios de simulação   vez o Creoula demonstrou a sua versatilidade tanto como plataforma
         e faz parte da disciplina de Liderança e Motivação. Este tipo de iniciativa   de apoio a mergulhadores como laboratório ambulante para investi-
         (aplicação prática e simulação dos conceitos aprendidos durante as aulas   gação científica.
         teóricas) acompanha a tendência actual do melhor que se faz nos centros   No período de 21 a 25 de Setembro o projecto europeu “By the sea we
         de investigação e desenvolvimento de liderança norte americanos.  learn” embarcou no N.T.M. “Creoula” um conjunto de jovens de vários
           A edição 2006/2007 do Executive MBA foi frequentado por 40 alunos   países da União Europeia, nomeadamente da Polónia, Hungria, Estó-
         com formação nas áreas de Engenharia, Economia, Gestão e Informática,   nia, Letónia, Bulgária, Roménia, Itália, Espanha e Portugal numa acção
         que exercem funções de direcção executiva em diversos sectores do tecido   promovida pela Associação de Juventude de Arrouquelas-“H2O”.
         empresarial português e apresentam uma média de idades de 36 anos.  A viagem teve como porto de destino Portimão, onde foi desenvolvi-
           A coordenação geral da actividade esteve a cargo do CFR Pacheco   da uma actividade com todos os jovens embarcados para promover um
         dos Santos, da Escola Naval e a coordenação executiva coube ao CTEN   pouco da cultura dos seus países, do espírito comunitário e terminou no
         Sámeiro Matias da Escola de Fuzileiros. O Dr Pedro Fontes Falcão foi   dia 25 com a chegada à BNL tendo o “Creoula” demonstrado a capaci-
         Director do Executive MBA.                           dade de promoção de relações internacionais com os jovens da U.E.


                                  ACADEMIA DE MARINHA


         ¬ Realizou-se no passado dia 25 de Setembro, no au-             do bloqueio estar Afonso Furtado embarcado na “Bem
         ditório da Academia, uma conferência sobre “ Afonso             Aventurada, “encontrando-se o seu nome de capitão-
         Furtado: um marinheiro e o seu tempo (Séc. XIV) “               -mor da frota presente nas cortes de Coimbra. Escoltou
         proferida pelo Comandante Ferraz Mesquita.                      Foto Reinaldo Carvalho  o duque de Lencastre e as suas tropas de Inglaterra para
           A sessão foi presidida pelo Presidente da Academia,           a Galiza, comandando “ uma esquadrilha de seis galés
         VALM Ferraz Sacchetti, que fez a apresentação do ora-           que D. João I, cumprindo o acordo com Ricardo II, en-
         dor. O Cte. Mesquita explicou a razão pela qual se tinha        viara para Inglaterra”. Após isto sabe-se que Afonso Fur-
         interessado pela personagem e identidade histórica de           tado fez uma “ audaciosa incursão no Sena onde, num
         Afonso Furtado e das vicissitudes que ele, como orador          ataque imparável e mortífero tomou quatro navios aos
         tinha tido ao descobrir no estrangeiro, principalmente          franceses em Rouen, no “Clos dês Galées”, após o que
         em França e em Inglaterra documentação relativa a este          passou uma larga temporada em águas inglesas.
         pouco conhecido marinheiro e dos raids marítimos por              De regresso à Pátria em meados de 1389, parece ter
         si realizados com galés portuguesas, em águas inglesas          deixado as actividades marítimas pois teria sido de-
         e francesas. Seguidamente historiou os meandros políticos dos vários  signado para recolher secretamente elementos sobre as fortificações de
         reinos europeus do sec. XIV e as instáveis ligações militares e diplomá-  Ceuta, como preparação da futura conquista pelos portugueses.
         ticas entre os diversos reinos, centrando-se depois nas relações bilate-  Terminada a sua comunicação, prestou-se a esclarecer dúvidas e in-
         rais entre Portugal e Castela, desde o reinado de D. Fernando até a cri-  terrogações suscitadas pelos presentes para os quais a pessoa de Afonso
         se dinástica que lhe sucedeu, evocando então as nossas relações com a  Furtado era praticamente desconhecida no campo naval.
         Inglaterra. Foi neste ambiente e conjuntura que surge Afonso Furtado
         “ que desde cedo se juntou ao Mestre e acabou contribuindo de forma   PROGRAMA DAS PRÓXIMAS SESSÕES EM 2007
         decisiva para o papel relevante que a marinha teve na consolidação da
         dinastia de Avis” e que Fernão Lopes faz entrar na Historia, pois “na   6 NOV      “Estudo das características náuticas de uma nau de 600 tonéis da
         sua crónica de D. João I menciona-o sete vezes no volume primeiro e      Carreira da Índia”
                                                                      Prof. Eng. Nuno Fonseca (IST), Prof. Eng. Tiago Santos (IST)
         quatro no segundo, e na de D. Fernando aparece no prólogo”.  20 NOV   “O Tempo Português e a Modernidade”
           Segundo o orador “é possível que Afonso Furtado estivesse com as ga-     Dr. Fernando Correia de Oliveira
         lés que no verão de 1377 e 78 evoluíram nas costas do Sul de Inglaterra,   27 NOV   “Bicentenário da partida da Família Real para o Brasil”
         integrando a força franco – castelhana”, havendo “no entanto, a certeza   11 DEZ   “Tecnologias: recordações, emoções e reflexões”
         de que existiu um escudeiro na casa real desempenhando um lugar oficial      Dr. Rui Manuel Ramalho Ortigão Neves
         e que se chamava Afonso Furtado”. Referiu-se ao facto que entre os pa-
         trões das galés que travaram batalha no Tejo contra as forças castelhanas       (Colaboração da Academia de Marinha)
                                                                                    REVISTA DA ARMADA U NOVEMBRO 2007  27
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