Page 388 - Revista da Armada
P. 388
Sessão de Abertura
Sessão de Abertura
do Mestrado
do Mestrado
de História Marítima
de História Marítima
o passado dia 20 de Outubro, teve História Marítima ao mais alto nível, repre- Após recepção dos convidados na Sala
lugar na Escola Naval a abertu- sentadas pelas duas instituições de ensino Macau, teve lugar a sessão de abertura,
Nra formal do Mestrado de História superior onde se estuda cada uma delas: a no auditório da Escola Naval, iniciando-se
Marítima que decorre em parceria com a Escola Naval e a Faculdade de Letras. com as boas vindas dadas pelo Comandan-
Faculdade de Letras da Universidade de O curso merecia, portanto, o destaque te, CALM Saldanha Junceiro. De imediato,
Lisboa, na sequência do protocolo assina- especial que lhe foi dado pela abertura o Prof. Doutor Contente Domingues, apre-
do em 25 de Junho último (RA Agosto de solene e simbólica, numa cerimónia pre- sentou, de forma breve e esquemática, os ob-
2007). Como houve ocasião de explicar na sidida pelo Superintendente do Serviço de jectivos e a estrutura curricular dos estudos,
altura, este mestrado integra alunos civis e Pessoal da Armada, VALM Vilas Boas Tava- seguindo-se uma lição inaugural proferida
militares – num total de 14 – que, durante res. Da Marinha estiveram presentes os di- pelo Prof. Doutor António Dias Farinha. O
o primeiro ano, frequentam os seminários rectores do Serviço de Formação e Serviço conteúdo temático do curso liga-o de forma
programáticos nas instalações da Escola, de Pessoal, CALM’s Macieira Fragoso e Bo- incontornável à Expansão Europeia dos sé-
a que se seguirá a culos XV e XVI, com
preparação de uma particular relevância
dissertação final que para o processo dos
completa o curso. Descobrimentos Por-
Estamos – sem som- tugueses iniciado em
bra de dúvida – em 1415 com a expe-
face de um curso de dição de Ceuta. Foi
elevado nível cien- esse o percurso de-
tífico, que congrega senvolvido pelo Pro-
o reputado saber de fessor Dias Farinha,
uma escola supe- explicando como
rior de Letras, onde essa primeira acção
se ensina História, ultramarina propi-
com o conhecimen- ciou a exploração
to inerente à forma- do Atlântico, a pas-
ção dada pela Esco- sagem ao Índico e o
la Naval em todas as alargamento das na-
suas vertentes. vegações nacionais
A Marinha dá a até aos limites do
máxima importância Pacífico, alcançando
a toda a sua história, Malaca, as Molucas,
e a aos anteceden- a China e o Japão.
tes nacionais e internacionais que supor- nifácio Lopes; o Director da Revista da Ar- Cerca das 13.00 h foi encerrada a sessão,
taram a actividade dos homens no mar. É mada, CALM Roque Martins; o presidente a se seguiu o almoço de todos os convida-
indispensável que assim seja – e a Revista da Comissão Cultural de Marinha, CALM dos, na camarinha do Almirante Coman-
da Armada é disso um espelho evidente – Rui Abreu; e vários oficiais e Professores dante da Escola Naval.
porque todo o momento presente é fruto de da Escola Naval, alguns deles docentes do À tarde, teve lugar a primeira sessão de
um passado mais ou menos longínquo, e é curso. A Faculdade de Letras fez-se repre- trabalho do Mestrado de História Marítima,
no estudo desse passado que se encontram sentar pelo presidente do Conselho Cien- ocupada apenas com aspectos práticos de
as condicionantes materiais e humanas que tífico, Prof. Doutor José Augusto Ramos; organização e funcionamento na Escola
determinam qualquer presente. O objecti- presidente do Conselho Pedagógico, Prof. Naval, a que se seguiu uma visita guiada
vo do estudo da História não é o revivalis- Doutora Adelaide Meira Serras; o coorde- às instalações. Para a maioria dos alunos,
mo saudosista e gratuito, é uma tentativa nador da área de História dos Descobri- o ambiente da Marinha e as condições de
de compreensão dos seres humanos e das mentos, Prof. Doutor António Dias Farinha; funcionamento da Escola constituem um
múltiplas condicionantes que determinam o coordenador do Mestrado, Prof. Doutor espaço novo que não deixou de despertar
a sua actuação. Por isso não é possível fazer Contente Domingues; e todos os restantes uma enorme curiosidade.
História Marítima sem um conhecimento docentes empenhados. Estiveram presen- Este é o primeiro curso de Mestrado a fun-
profundo do mar, da navegação, dos navios tes também todos os alunos do curso, que cionar na Escola Naval, desejando-se que
e dos marinheiros, mas também não é pos- conta com nove elementos civis, oriundos dele se possam retirar resultados científicos
sível fazê-lo sem dominar os meandros do de diversas áreas de formação (História, Fi- ao nível das circunstâncias e do prestígio
conhecimento histórico. São as duas com- losofia, Estudos Portugueses, Engenharia), das instituições implicadas.
ponentes que se reuniram neste mestrado de e cinco oficiais da Marinha. Z
26 DEZEMBRO 2007 U REVISTA DA ARMADA