Page 128 - Revista da Armada
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o final de 2007 foi atingido o objec- de serviços, robusta, segura e fiável”. A partir O paradigma apontava para o acesso em ter-
tivo MARINHA EM REDE. Passou a desta altura, na DITIC-CE, a missão passou a ra ou no mar. Aos navios com comunicações
Nser possível o acesso à Rede de Co- ser colocar a “Marinha em Rede” e todos se satélite (SATCOM) o acesso é actualmente fá-
municação da Marinha (RCM) a partir de uni- motivaram neste sentido. cil, mas caro e dependente de satélites estran-
dades tão remotas como a Delegação Maríti- Ao programa de modernização da Rede geiros. Por isso se fizeram testes, em 2004, a
ma da Régua, a Polícia Marítima do Corvo ou de Comunicação da Marinha deu-se a desig- bordo da corveta Baptista de Andrade, para
as Capitanias de Vila Real de Santo António e nação RCM3G, querendo significar Rede de avaliar a possibilidade de se conseguir ace-
de Porto Santo. Comunicação da Marinha Terceira Geração. A der a um portal e a um servidor de correio
Este trabalho teve a sua origem em 2003 e perspectiva de se estar a trabalhar numa nova electrónico em terra, usando um canal HF. O
foi designado por RCM3G. Este artigo preten- geração era motivadora e permitia pensar que protótipo foi desenvolvido em colaboração
de dar uma ideia das evoluções que este pro- se estava a fazer algo de novo. Assim, passou com a Universidade de Aveiro e os resultados
jecto contemplou. a identificar-se a primeira geração até 1985, foram positivos, utilizando os novos transre-
simbolizada pelos terminais verdes 3270 do ceptores HF.
ANÁLISE DA SITUAÇÃO mainframe e pelas centrais telefónicas analó- A Marinha criou, há cerca de um ano, um
gicas. A segunda geração de 1985 a 2004 ilus- Grupo de Projecto Integrado para a Moderni-
Em 2003 a Direcção de zação das Comunicações
Tecnologias de Informação Navais (GPI-MCNAV) que
e Comunicação – Comis- visa encontrar soluções para
são Eventual (DITIC-CE) ti- a ligação de unidades mó-
nha cerca de dois anos de veis em todas as bandas de
existência e precisava de frequência. É de esperar que
se afirmar como Direcção no futuro existam muitas for-
Técnica. mas de comunicação mó-
O método utilizado para veis, ajustadas em função da
a definição de um plano distância ao nó da RCM.
de modernização das co- Importa realçar que o su-
municações foi o método cesso alcançado se deveu
de gestão da acção estraté- também ao espírito de equi-
gica. A análise da situação, pa, à dedicação e à forma-
com base na análise SWOT ção que foi possível assegu-
(Forças, Fraquezas, Oportu- rar ao longo dos vários anos
nidades, Ameaças), permi- do projecto.
tiu identificar oportunida-
des nas boas perspectivas OS OBJECTIVOS
de financiamento que ha-
via, quer pela via da Lei de Objectivo RCM3G, o paradigma da evolução das comunicações. A partir do paradigma de-
Programação Militar da Ma- finiram-se então vários pro-
rinha (LPM), quer pela via da LPM de Coman- trada pela existência de várias redes separadas jectos, salientando-se os seguintes:
do e Controlo do EMGFA. Existia também uma e pelo projecto SINCOMAR que implementou • MAN Alfeite;
grande consciência da necessidade de ligação a rede telefónica digital e a rede MMHS (Mi- • IN-PORT Communications;
em rede das várias unidades da Marinha. Nes- litary Messaging Handling System). Nesta fase • MAN Lisboa;
sa altura, por exemplo, a ETNA e a Base de Fu- a DAMAG introduziu a Rede de Comunica- • MAN Madeira;
zileiros, dentro da Base Naval de Lisboa (BNL), ção de Dados da Marinha, com um servidor • MAN Açores;
não tinham sequer uma rede local. As ameaças web, correio electrónico e algumas redes lo- • MAN Norte e MAN Sul;
ao projecto não existiam já que nem o EMGFA cais não estruturadas, algumas delas ligadas a • Modernização das redes locais;
nem o MDN tinham projectos alternativos. um nó central, onde estava o mainframe e os • Anel SW e novos Radiolinks;
As fragilidades internas diziam respeito à servidores web e email. • Activação do CCM;
baixa formação dos recursos humanos e à dis- • Modernização da rede MMHS;
persão e idade avançada das infra-estruturas O PARADIGMA • Introdução de VoIP sobre a RCM;
existentes. Existia uma rede telefónica, uma • Criação do Serviço de Directório;
rede de circuitos e uma rede de dados, de pou- A partir da visão criou-se um paradigma • Modernização dos serviços de rede;
ca abrangência e de baixa velocidade. As cen- do que se pretendia alcançar. A figura ilustra • Modernização da ligação à Internet;
trais telefónicas eram da década de 90 e era ne- o grande paradigma RCM3G. Pretendia-se • Modernização da rede VHF;
cessário pensar na sua substituição. Os navios que a RCM chegasse a todos os locais onde • Modernização da Rede Segura;
não tinham acesso a recursos de rede. existissem unidades da Marinha, em terra • Criação do Serviço de Helpdesk;
A força residia precisamente na vontade de ou no mar. • VPN da Autoridade Marítima;
desenvolver um grande projecto importante e Este paradigma é hoje uma realidade. Foi • Criação da PKI da Marinha.
marcante para a Marinha. criada uma rede alargada de alta velocidade
a interligar todas as unidades na área de Lis- MAN ALFEITE E IN-PORT
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A VISÃO boa. Estão ligados os Comandos de Zona, os
Departamentos Marítimos, Capitanias, Dele- O projecto MAN Alfeite, que está ilustrado
Assim, foi fácil chegar a uma visão do que gações Marítimas e alguns Postos da Polícia na parte inferior da segunda figura, permitiu
era preciso fazer. O paradigma da moderniza- Marítima. criar dentro da Base Naval de Lisboa (BNL),
ção foi descrito, em 21 de Outubro de 2003, Há um bom acesso controlado à Internet e desde a Esquadrilha de Submarinos à Base de
como a edificação de uma “Rede integrada ao MDN, EMGFA e aos outros ramos. Fuzileiros, uma nova rede em fibra óptica com
18 ABRIL 2008 U REVISTA DA ARMADA