Page 7 - Revista da Armada

Pelo interesse que as operações de com- reconhecimento de novas infra-estruturas ao navio nesta importante missão da NATO.

bate à pirataria têm suscitado no Brasil, o longo da costa. Ao largar de Muscate nessa mesma noite,

navio, nesta última patrulha, embarcou dois Na manhã do dia 22 de Janeiro a “Álvares era evidente pelo navio a satisfação pelo re-

jornalistas da TV Globo, aos quais foi dada Cabral” entrou o porto de Muscate, capital gresso a casa, mas também pelo sentimento

a oportunidade de efectuar a cobertura jor- do Sultanato de Omã. O porto está locali- de dever cumprido, nesta importante missão

nalística da actuação da “Álvares Cabral”. zado na zona mais antiga da cidade, onde para a nossa Marinha e para o nosso país,

Para além do empenhamento operacional, também se encontram o palácio do Sultão e pela oportunidade que nos foi concedida

as rotinas do navio e as particularidades da Qaboos, um forte de origem portuguesa, de desfraldar a nossa bandeira nestas para-

vivência a bordo de um navio de guerra aca- um mercado tradicional de rua e diversos gens remotas que em tempos idos nos foram

baram por também merecer a atenção desta edifícios governamentais. A zona nova de muito familiares.

equipa da TV Globo. O trânsito de regresso pelo Golfo de

No dia 16 de Janeiro, enquanto patru- Áden foi efectuado em patrulha ao longo

lhava a área que lhe estava atribuída, a do IRTC. Antes da passagem pelo estrei-

“Álvares Cabral” detectou uma dhow1 de to de Bab-el Mandeb, e do adeus final ao

carga indiana, através do seu helicóptero Golfo de Áden ainda houve oportunidade

Rogue, que tinha visível no convés uma para um reabastecimento com o USNS

skiff2 com uma escada. Após análise do “Kanawha”, que permitiu assegurar os

registo fotográfico efectuado pelo Rogue, mínimos de combustível até à chegada

o navio foi incumbido pelo CTF 508 de a Catânia.

efectuar uma visita consensual3 à embar- A agitação marítima sentida no Mar

cação suspeita. Nesta visita não foi iden- Vermelho trouxe à memória outros ma-

tificado nenhum indício que a pudesse res, já meio esquecidos pelas boas con-

relacionar com a actividade de pirataria, dições de vento e mar que normalmente

pelo que a dhow seguiu a sua viagem, caracterizam estas paragens. Mesmo as-

tendo o navio retomado a patrulha. sim, a navegação até ao canal do Suez

Um dos principais vectores de actua- foi aproveitada para conduzir um voo de

ção delineados para a operação “Ocean familiarização com elementos da guarni-

Shield” é o apoio aos vários países e or- ção e para efectuar treino de tiro de ar-

ganizações da região, com o propósito de mamento portátil. No dia 31 de Janeiro o

aumentar as suas capacidades de com- refeitório de praças serviu de palco para

bate à pirataria, até que deixe de ser ne- um concerto levado a cabo por alguns

cessária a presença dos navios da NATO militares da guarnição, que proporcionou

nestas águas. Nesse sentido, a “Álvares alguns momentos de descontracção, par-

Cabral” levou a cabo outra acção no âm- Fuzileiro no seu posto de Force Protection do navio. ticularmente relevantes em missões lon-
bito do Capacity Building, à semelhança gas como esta.

do que já tinha acontecido a 16 de Dezem- Muscate faz lembrar uma cidade europeia, O primeiro dia de Fevereiro começou com

bro. Assim, no dia 17 de Janeiro, o navio ru- com edifícios modernos, onde o fast-food uma singela cerimónia no hangar para impo-

mou para junto da Costa da Somália, mais ocidental e a cultura islâmica se misturam. sição de distintivos de navegação, para o ju-

propriamente para a entrada do porto de Como principal atractivo nesta zona salien- ramento de fidelidade de algumas praças da

Boosaaso, para novo contacto com as auto- ta-se a Grande Mesquita, que se destaca guarnição e para o descerrar da placa evoca-

ridades de Puntland, uma das províncias da sobretudo pela sua imponência e estilo ar- tiva da 7ª guarnição. Nesta ocasião, foi ainda

Somália, localizada no nordeste deste país. quitectónico. lembrada a Primeiro-marinheiro E Galvani-

Desta vez o navio recebeu a visita de dois No dia 25 de Janeiro realizou-se, a bordo to, militar que fez parte da nossa guarnição

oficiais da Guarda Costeira de Puntland, a da “Álvares Cabral”, a cerimónia de entre- e que faleceu há um ano atrás.

quem foram ministradas ac- No dia seguinte, o navio

ções de formação nas áreas fundeou em Port Suez, para

de comunicações, navega- evacuar uma praça com sus-

ção, AIS4 e procedimentos peita de apendicite aguda, a

de vistoria. Foram ainda ofe- qual viria a ser confirmada

recidos cerca de 250 litros nos exames efectuados no

de combustível apreendido Hospital Dar El-foud (Cai-

a embarcações piratas, apoio ro, Egipto). Contou-se com

muito apreciado pelos referi- a excelente colaboração da

dos oficiais, contribuindo-se, Embaixada de Portugal no

assim, para a sustentação lo- Egipto, na pessoa do Dr. Car-

gística das operações levadas los Pires, cujas diligências

a cabo pelas embarcações da permitiram assegurar que a

Guarda Costeira. Após o de- militar fosse evacuada e tra-

sembarque dos dois oficiais tada em tempo, assim como

no porto de Boosaaso, o na- garantir o seu posterior re-

vio prosseguiu para leste jun- patriamento. Poucas horas

to a costa para efectuar nova Encontro com a Guarda Costeira da Somália a bordo do NRP “Álvares Cabral”. depois e já durante a madru-
missão de reconhecimento gada, a “Álvares Cabral” ini-

da costa norte da Somália, com o seu heli- ga do Comando do SNMG1, do Contra-al- ciou o trânsito pelo canal do Suez. Ao fim

cóptero Rogue. Estas missões têm como ob- mirante Pereira da Cunha para o Comodoro de 12 horas, o navio passa por Port Said,

jectivo a identificação e registo de possíveis Christian Rune, da marinha dinamarquesa terminando mais uma etapa do seu trajec-

pontos de apoio logístico para a actividade e, em simultâneo, o handover das funções to de regresso a Lisboa. À saída do canal,

de pirataria, quer pela visualização de mate- de navio-almirante para o HDMS “Absalon”. confirmaram-se as previsões de mau tem-

rial ou padrões de vida suspeitos, quer pelo Terminava assim a participação do nosso po na zona leste do Mar Mediterrâneo, com

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