Page 15 - Revista da Armada
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em todos os aspectos de preparação e execu- honra, onde o navio iria atracar, pudemos des- - Abordagens a diversas embarcações sus-
ção da visita. lumbraraBandadaArmadaqueaosomde“A peitas no sentido de identificar possíveis in-
No dia da largada, em 10 de Novembro, Marcha dos Marinheiros”, deu as boas vindas dícios ligados à pirataria;
houve ainda a oportunidade de se realizar de regresso ao NRP D. Francisco de Almeida e, - Missões de reconhecimento e de recolha
a fotografia histórica da guarnição do NRP em pano de fundo, as centenas de familiares de informações ao longo da costa da Somá-
D. Francisco de Almeida, que participou nesta e amigos que ansiosa e orgulhosamente espe- lia, nomeadamente através do helicóptero
importante e exigente missão. ravam a chegada dos militares pertencentes a embarcado;
Assim nesta tarde deu-se início ao último esta guarnição. -Apoio alimentar e médico à tripulação do
trânsito de cerca de 5 dias com destino à Base Em termos de balanço final, há que referir navio mercante Dover, após cerca de 7 meses
Naval de Lisboa. E foi neste último trânsito que a participação do “D. Francisco deAlmei- de sequestro por parte de piratas somalis;
após a passagem no estreito de Gibraltar, que da” nesta missão teve a duração de 93 dias, No capítulo das missões de patrulha, vi-
se começou a sentir o familiar mar da nossa dos quais 60 foram em patrulha na área de gilância, reconhecimento e recolha de infor-
costa, cujas condições já não são tão mações há a destacar o seguinte:
favoráveis nesta altura do ano. - 38 dias de acções de patrulha e
No dia 15 de Novembro, dia da vigilância no Golfo de Áden, Mar
chegada, o navio teve a honra de Arábico e Mar Vermelho;
receber a bordo o Ministro da Defe- - 17 dias de acções de recolha de
sa Nacional, Dr. José Pedro Aguiar informações nos campos e fundea
Branco, que embarcou na baía de douros na costa Norte e Leste da
Cascais, acompanhado pelo Chefe Somália;
do Estado-Maior General das Forças - 78 horas de voo do helicóptero
Armadas, General Luís Evangelista orgânico, envolvido nas diversas
Esteves de Araújo, e pelo Chefe do acções de patrulha, vigilância e de
Estado-Maior daArmada,Almiran- abordagem a navios suspeitos, bem
te José Saldanha Lopes, que navega- como de reconhecimento, recolha
ram no NRP D. Francisco de Almeida de informações e de apoio huma-
até à BNL. Embaixador de Portugal em Malta a assinar o livro de honra do navio. nitário ao MV Dover;
Após os cumprimentos iniciais na Desta forma, podemos conside-
Camarinha do Comandante, o Mi- rar que o saldo desta missão foi par-
nistro da Defesa Nacional dirigiu-se à ticularmente positivo, pois durante
guarnição que se encontrava formada o período em que o NRP D. Fran-
no convés de voo. Tendo destacado cisco de Almeida esteve integrado na
que esta missão foi mais uma de êxi- Força Naval da NATO, não ocorreu
to para as nossas Forças Armadas que nenhuma acção de pirataria com
saem prestigiadas nesta intervenção sucesso, devido ao esforço conjun-
fora de Portugal, referiu ainda que to de todas forças internacionais na
em todas as convenções e reuniões área de operações.
no exterior em que tem estado pre- Reflexo disso, foi a mensagem
sente como Ministro da Defesa, rece- recebida do Comandante da Força-
be testemunhos deste reconhecimen- -Tarefa da NATO, Contra-Almiran-
to internacional pela qualidade, pela Apresentação ao MDN do dispositivo das equipas de segurança de bordo. te Gualtiero Mattesi:
competência e pelo espírito de missão NRP D. Francisco de Almeida rapi
das Forças Armadas Portuguesas. No damente se integrou nas opera-
final desta breve alocução, o Ministro ções contra pirataria tendo sido
fez questão de cumprimentar indivi- um meio extremamente valioso
dualmente todos os militares da guar- durante toda a sua atribuição à
nição que, com muito orgulho, rece- Operação Ocean Shield. Apresen-
beram esta importante visita a bordo tou-se bem preparado para opera-
antes da chegada. ções de contra pirataria, com uma
De seguida, foi apresentado um guarnição eficazmente liderada e
briefing da missão, no hangar, no treinada pelo Comandante Figuei-
qual foi efectuado um resumo do redo, tendo sido muito proficiente
empenhamento operacional do na- nos procedimentos operacionais
vio durante a sua atribuição à For- da NATO.”
ça Naval da NATO na Operação Para terminar uma menção de
Ocean Shield. O MDN cumprimentando individualmente os militares da guarnição. apreço a todos os que participaram
A comitiva dirigiu-se novamente para o operações, com uma taxa de navegação total e apoiaram este navio, aos 185 militares da
convés de voo e deu-se início a uma visita ao de cerca de 90%. guarnição, incluindo as duas equipas do pe-
navio, começando pela apresentação do dis- Tendo a integração da “D. Francisco de lotão de abordagem do Corpo de Fuzileiros,
positivo estático das equipas de segurança do Almeida” coincidindo com o final do período e o destacamento do Helicóptero Lynx (Fenix)
pelotãodeabordagemdoCorpodeFuzileiros, da monção de Sudoeste e início do período de que, em conjunto e com um espírito de entre-
passando pelo Centro de Operações e Ponte. transição, que se caracteriza por condições me- ajuda e camarad agem constante, permitiram
Antes de desembarcar com a sua comitiva teorológicas favoráveis à prática de actos de pi- que a mesma fosse realizada com sucesso,
na Base Naval de Lisboa, o Ministro assinou o rataria com recurso a pequenas e rápidas em- cumprindo o NRP D. Francisco de Almeida, to-
livro de honra do navio na camarinha do Co- barcações,destacam-seasseguintesactividades: das as exigentes tarefas de que foi incumbido
mandante, tendo transposto as palavras de - Vigilância e patrulha no Corredor de Trân- nesta importante missão.
apreço proferidas. sito Internacional Recomendado (IRTC) no
Entrando o canal do Alfeite, navegando na Golfo de Áden, na bacia da Somália, estreito Colaboração do Comando do
baciademanobraeaproximando-sedocaisde Bab El Mandeb e Mar Vermelho; NRP D. FRANCISCO DE ALMEIDA
REVISTA DA ARMADA • JANEIRO 2012 15