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ção), as quais importa saber sistematizar e • Alinhar todos os setores com a estra- aplicação é também utilizada para apoiar
articular devidamente. Para o conseguir, a tégia da Marinha, desdobrando a DPN em a revisão periódica da estratégia.
Marinha adotou o modelo da figura 5, que Diretivas Setoriais (DS);
se resume a um conjunto de passos sequen- • Comunicar a visão e a estratégia, para A implementação prática do modelo de
ciais, realizados ciclicamente e subdividi- envolver as pessoas na execução das inicia- gestão estratégica da Marinha é realizada
dos naquelas três grandes fases, visando a tivas que permitem materializar os objeti- com o apoio do Núcleo de Consultoria In-
materialização dos objetivos estratégicos vos estratégicos, mantendo-as focadas nos terno (NCI), composto por oficiais do EMA e
estabelecidos pelo Chefe do Estado-Maior grandes desígnios da instituição. da Superintendência dos Serviços de Tecno-
da Armada/Autoridade Marítima Nacional Para planear e controlar as iniciativas es- logias da Informação (SSTI). O NCI intera-
(CEMA/AMN). tratégicas (programas e projetos intersecto- ge com as equipas congéneres dos setores,
Estes objetivos, expressos na Diretiva de riais), é utilizada a ferramenta colaborati- com vista a garantir o alinhamento da es-
Política Naval (DPN), esta- tratégia, a padronização de procedimentos
belecem “o que fazer” du-
rante o mandato do CEMA/ e a minimização do esforço
AMN (três a cinco anos), administrativo requerido por
tendo presente as circuns- esta atividade de gestão.
tâncias do ambiente estra-
tégico, bem como a influ- O modelo de gestão es-
ência das políticas públicas tratégica da Marinha con-
e outras condicionantes de templa três fases: formu-
escalão superior. lação, operacionalização
Os objetivos estratégicos e controlo. A metodologia
do CEMA/AMN exprimem Balanced Scorecard é usa-
a política naval de curto da para traduzir, alinhar e
prazo e são enquadrados e comunicar a estratégia, en-
delimitados pela doutrina volvendo as pessoas na sua
naval1, de natureza mais materialização. O Enterpri-
perene, que estabelece os se Project Management e a
grandes princípios e orien- aplicação de Monitoriza-
tações, i.e. o “como fazer”. ção e Controlo da Gestão
A doutrina naval define Estratégica são ferramentas
também as quatro perspe- colaborativas que apoiam a
tivas de gestão e os respeti- gestão das iniciativas estra-
vos temas estratégicos, que Figura 5 – Modelo de gestão estratégica da Marinha. tégicas e o controlo/revisão
da estratégia.
servem de base aos paradig-
mas da transformação, onde Em suma, pode afirmar-
se detalham as medidas a -se que a gestão estratégica
prosseguir pela Marinha no é uma atividade fundamen-
longo prazo: tal em qualquer organização
onde exista uma visão de
PERSPETIVAS TEMAS futuro e a preocupação de
DE GESTÃO ES TRATÉGICOS adotar um posicionamento
que, de forma continuada,
Missão Eficácia acrescente valor para os seus
Operacional Duplo Uso públicos de interesse.
Otimização
Estrutural Equilíbrio No caso da Marinha, é
Genético indispensável garantir uma
transformação contínua,
Assegura-se, assim, a con- que permita uma adaptação
formidade das opções de bem fundamentada à envol-
curto e médio prazo com os vente externa. Neste senti-
propósitos perseguidos pe- do, a contínua melhoria de
los processos de transforma- desempenho é fundamental
ção, que se desenvolvem de para sustentar a relevância
forma estruturada, e estrutu- Figura 6 – Aplicação de monitorização da estratégia. da instituição perante a so-
ciedade. É por este motivo que a Marinha
rante, para garantir a permanente relevân- va Enterprise Project Management (EPM). tem investido, ao longo dos últimos anos,
cia da instituição num ambiente dinâmico. O EPM é parte integrante da aplicação de na edificação de uma capacidade efetiva
Tentando, ao nível da operacionalização e Monitorização e Controlo da Gestão Estra- de gestão estratégica, percorrendo um ca-
controlo da estratégia, garantir que esta não tégica, desenvolvida pela Marinha e dis- minho que ainda não terminou, mas que
se centra apenas nos resultados (perspeti- ponível na intranet, a qual permite ajuizar já a distingue como uma instituição ímpar
va de missão), mas que abrange e integra em que medida os objetivos estão ou não nesta matéria.
as perspetivas de gestão internas (genética, a ser atingidos. Esta monitorização é efetu-
estrutural e operacional), adotou-se a me- ada através da sinalização semafórica dos
todologia Balanced Scorecard (BSC), que mapas da estratégia, conforme ilustrado na Sérgio da Silva Pinto
promove esta abordagem equilibrada. O figura 6. A aplicação permite ainda aceder
BSC visa, sobretudo: ao scorecard de cada objetivo, que contém CFR EN-AEL
• Traduzir os objetivos estratégicos da informação ampliativa, incluindo os indica- Notas
DPN em aspetos mensuráveis (indicado- dores, as metas, as iniciativas estratégicas
res e metas); e a identificação do seu responsável. Esta 1 Ao conjunto de documentos de política e de dou-
trina naval, dá-se o nome de documentação estrutu-
rante da estratégia da Marinha.
REVISTA DA ARMADA • JULHO 2012 15