Page 13 - Revista da Armada
P. 13

São Tomé. Em 2011, concretizou-se uma as- do e dos projetos de interesse comum, junto das         Para permitir responder de forma mais efi-
sessoria temporária, composta por um oficial respetivas comunidades.                            caz às exigências das ações de cooperação
e dois militarizados da Direção de Faróis, que O Manual da Marinha para a Cooperação            portuguesa, nomeadamente, no âmbito da
visou a inspeção técnica de todos os faróis e Técnico-Militar;                                  Estratégia Nacional sobre Segurança e Desen-
farolins, bem como a realização pelo assessor Este manual, elaborado pelo EMA, aplica-se        volvimento e, em particular, da CTM, a Mari-
residente de um Estágio para Patrão-mor e Es- aos militares, militarizados e civis da Marinha   nha procedeu a uma reestruturação interna,
crivão de Capitania.                      envolvidos em ações de CTM e procura dar a            a nível funcional e estrutural, com o objecti-
Timor-Leste – Projeto n.º 3: Apoio à com- conhecer, no âmbito da missão da Marinha, a           vo de obter uma maior articulação e capaci-
ponente naval das Falintil-Forças de Defesa de atuação desejada dos agentes de CTM, enquan-     dade de resposta entre as diversas entidades,
Timor-Leste (F-FDTL)                      to instrumentos securitários da cooperação por-       colmatando eventuais duplicações de tarefas.
Este projeto, sediado na Base Naval de Hera, tuguesa, no âmbito da defesa nacional e da Ma-     Com esta reorganização, pode afirmar-se que
contempla o apoio à componente
naval das F-FDTL e é apoiado lo-                                                                            a Marinha encontra-se agora me-
calmente por dois oficiais e três                                                                           lhor preparada para responder aos
sargentos.                                                                                                  desafios futuros da cooperação.
Em 2011, constitui-se de relevo
uma assessoria técnica temporária,                                                                             Assim, a Marinha, através do
de três militares da Marinha, che-                                                                          EMA, continuará a estudar as
fiada pelo Contra-almirante Supe-                                                                           transformações estruturais e a
rintendente dos Serviços de Tec-                                                                            trabalhar no sentido de inserir a
nologias da Informação, integrada                                                                           CTM numa cooperação militar
noutro projeto de CTM.                                                                                      alargada e integrada na política
Esta assessoria visou o apoio à                                                                             de relações internacionais, visan-
elaboração de um estudo de cober-                                                                           do sempre o desenvolvimento do
tura da componente de VHF e HF,                                                                             conhecimento técnico-naval, dos
que assegurem as comunicações na                                                                            recursos humanos necessários à
sua ZEE, e o apoio à elaboração das                                                                         edificação autónoma e sustentada
especificações técnicas para a aqui-      Cabo-Verde – Treino LA.                                           das capacidades navais dos nos-
                                                                                                            sos parceiros, para que estes pos-
sição dos equipamentos ativos de rede.    rinha, e no quadro da ação externa do Estado.                     sam garantir o uso do mar.
Em Portugal, a Marinha proporciona apoio O Conceito de CTM da Marinha;                            A Marinha assume, pois, um papel de re-
na área dos recursos humanos dos Estados É um documento doutrinário, elaborado no               levo assinalável no quadro da Estratégia para
parceiros, através do ensino e da formação, na EMA, que define a noção de CTM para o uni-       a Cooperação Portuguesa, designadamente
Escola Naval (vinte e três cadetes) e nos esta- verso da Marinha.                               no contexto da CTM, contribuindo de forma
belecimentos do Sistema de Formação Profis- O Despacho do Almirante CEMA n.º 33/11.             significativa para consecução da política de
sional da Marinha (onze militares), distribuídos Este despacho aplica-se aos efetivos da Mari-  defesa nacional e da política externa de Por-
do seguinte modo:                         nha indigitados para o exercício de cargos pro-       tugal, em prol de um mundo que se deseja
                                          jetáveis ou para missões fora do território nacio-    mais seguro, mais desenvolvido e economi-
                                          nal. Define o tipo de aprontamento sanitário, de      camente mais forte.
     Bolseiros CTM em Portugal 8          uso de uniformes e de preparação individual
Angola Cabo-Verde Guiné-Bissau            para o exercício das funções.                                                                            
                                                                                                                                B. Ferreira Teles
11 12                                  1
                                                                                                                                                       CTEN
Moçambique     São Tomé e  Timor-Leste    O FUTURO DA COOPERAÇÃO                                                        EMA (Divisão Relações Externas)
       5        Príncipe         1        NA MARINHA
                    4                                                                           Notas
                                            As situações de fragilidade representam um             1 Cfr. GODINEC (1997), Relations Internacionales,
                                          enorme desafio para o desenvolvimento sus-
                                                                                                Paris, Edições Mont Chrestien
AS FERRAMENTAS DE                                                                                  2 “Uma Visão Estratégica para a Cooperação

GESTÃO DE PROJETO                                                                               Po­ rtuguesa”, aprovado pela resolução do Conse-
                                                                                                               lho de Ministros n.º 196/2005 de 22
  O EMA tem vindo a desenvol-                                                                                  de dezembro.
ver, desde 2010, para os militares                                                                                 3 O IPAD foi extinto e será integrado
envolvidos na CTM, um conjunto                                                                                 no novo instituto público, Camões - Ins-
de mecanismos e ferramentas de                                                                                 tituto da Cooperação e da Língua, I.P.
apoio à gestão dos seus projetos,                                                                                  4 O diretor técnico é um oficial nomea­
nomeadamente:                                                                                                  do para promover a execução técnica de
O ambiente colaborativo;                                                                                       um projeto de CTM.
Este portal, de gestão e partilha de                                                                               5 Entidade técnica responsável (ETR)
informação, visa disponibilizar a in-                                                                          – órgão ao qual compete a direção téc-
formação e agilizar a assessoria téc-                                                                          nica de um projeto de um programa-
nica relativa aos projetos de CTM,                                                                             -quadro. Deverá promover a sua exe-
através da ligação em rede de todos                                                                            cução, direção, planeamento técnico,
os agentes de cooperação e da par-                                                                             avaliação de resultados e a elaboração
tilha de informação entre projetos.       Angola – Instrução de tiro de combate.                               de propostas de alteração ou desenvol-
                                                                                                               vimento à tutela.
O portal das marinhas dos Países de Língua tentável e para a paz, podendo traduzir-se em                           6 O pessoal, as forças e os meios atri-
Portuguesa (PLP); 	                       ameaças importantes para a segurança regional                        buídos à CTM estão na dependência
Este portal, acedido através do endereço e mundial. Neste sentido, a CTM assume hoje                           hierárquica do VALM VCEMA por de-
www.marinhasplp.org, é uma plataforma aberta em dia um papel de destaque na arquitetura da                     legação de competências do Almirante
à sociedade civil que permite aprofundar o rela- paz, da segurança e do desenvolvimento inter-                 CEMA. Excetuam-se os militarizados da
cionamento entre as marinhas dos PLP, através nacional, nomeadamente no quadro da acção
da difusão das atividades, das ações de coman- externa de Portugal.                             Marinha do quadro da Polícia Marítima, que perma-
                                                                                                necem na dependência hierárquica do Comandante-
                                                                                                -Geral da Polícia Marítima e os militares da Marinha
                                                                                                atribuídos no apoio a outros projetos sob a égide de
                                                                                                outra Entidade Técnica Responsável.

                                                                                                   7 Dados relativos ao período de 01 de janeiro de
                                                                                                2011 a 31 de dezembro de 2011.

                                                                                                   8 Dados relativos a maio de 2012.

                                                                                                           REVISTA DA ARMADA • JULHO 2012 13
   8   9   10   11   12   13   14   15   16   17   18