Page 30 - Revista da Armada
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VIGIA DA HISTÓRIA                                                                                                                        51

Quem lê os relatos das diversas ac-           MARINHEIROS
         ções militares dos portugueses, no
         Oriente, por via de regra só vê refe-      nós surge referido como Silvestre Corço.             mareantes são estados sempre entre os principais
renciados e realçados os actos dos “filhos de        Numa carta, sem data, escrita na Índia es-          e eles são os que são mais necessários e isto não vos
algo” e demais gente de importância.                                                                     há-de escrever nenhum fidalgo”.
                                                    tou em crer que por volta de 1520, dirigida
  É exactamente por isso que a opinião de           ao Rei, referia ele o seguinte:                       Pela mesma altura, eventualmente na se-
Silvestre Bachão assume especial interesse.                                                              quência de uma viagem para a Índia, Sil-
                                                     “e vós sem marinheiros não podeis manter a          vestre Corço escrevia que os marinheiros
  Silvestre Bachão, era natural da Córsega          Índia ainda que tivésseis todos os fidalgos que há   que iam nas naus nunca teriam visto o mar
e foi para a Índia como construtor de ga-           em França e Alta Alemanha. Marinheiros são os        anteriormente e que, quase certamente, te-
lés, ali foi, por diversas vezes, capitão de        que nos aparelham as armadas e que nos trazem        riam comprado os lugares.
galés em várias acções levadas a cabo sob           as naus de cá para lá. Eles são os desorelhados, os
ordens de Afonso de Albuquerque e entre             açoutados, os degradados, os espancados e a cadeia                                      Com. E. Gomes
                                                    para eles é feita. Senhor sabereis por certo que em  Fonte: Gavetas da Torre do Tombo XV-16-37
                                                    o mar e na terra em quantas pelejas são feitas os

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    ESPÍRITO SOLIDÁRIO NA ESCOLA NAVALo mês de dezembro o espírito solidário

         invade a Escola Naval. A guarnição e

Nos cadetes mobilizam-se em elevado
                                                                                                         mais as inscrições do que aquelas para as quais
                                                                                                         havia capacidade para dar resposta.

                                                                                                          Estas ações representam muito mais do que
número para participar nas diversas atividades                                                           apenas solidariedade. O grande número de
de solidariedade desenvolvidas, e contribuem                                                             voluntários faz transparecer o sentido de res-
de diversas formas para melhores condições de                                                            ponsabilidade social, assim como o sentido hu-
vida para os que mais precisam.                                                                          mano dos militares e dos futuros oficiais. Pensar
Em 2012, à semelhança do ano anterior, um                                                                no próximo e não apenas naqueles que fazem
grupo de cadetes participou na campanha de                                                               parte das nossas vidas é dar um passo em frente
recolha de alimentos do Banco Alimentar Con-                                                             no combate à crise social e contribuir para uma
tra a Fome, nas instalações de Alcântara, tendo                                                          comunidade mais coesa.
prestado apoio no transporte, na pesagem e na                                                            AEscola Naval espera assim servir de exemplo,
separação dos alimentos, que posteriormente                                                              especialmente àqueles que ainda não dedicaram
foram distribuídos por diversas instituições de                                                          um pouco do seu tempo às causas sociais.
solidariedade social.                                                                                    Para os Cadetes, estas ações são ensinamen-
No mesmo âmbito, a Escola Naval realizou                                                                 tos, e o objectivo é que as mesmas se transfor-
também uma ampla divulgação da recolha                                                                   mem em hábitos, e que o voluntariado se cons-
de alimentos efetuada pela Direção de Apoio                                                              titua como parte integrante da sua vida. Neste
Social, tendo sido colocados pontos de reco- lha de sangue, por parte do Instituto Português momento as oportunidades de voluntariado
lha nos diversos edifícios. As doações foram do Sangue (IPS), tendo este instalado macas e chegam através da Escola Naval, mas mais tar-
efetuadas pelos cadetes e pelos elementos da equipamentos na Escola Naval, para que diver- de partirá, certamente, de uma vontade própria
guarnição, contribuindo de forma significativa sos voluntários pudessem efetuar a sua doação. espontânea.
para esta campanha.                                 Os cadetes e elementos da guarnição não hesi-
Em simultâneo, decorreu também uma reco- taram e, à semelhança de 2011, foram muitas                       Colaboração da ESCOLA NAVAL

    ESTAFETA DE NATAL DO CORPO DE FUZILEIROSo passado dia 18 de dezembro, reali-

         zou-se a Estafeta de Natal do Corpo de

NFuzileiros, que ligou a Base de Fuzilei-
ros à Escola de Fuzileiros.                                                                              pelos diferentes percursos e quando tudo se
                                                                                                         encontrava já operacional a partida da prova
                                                                                                         foi dada, às 7h 30m, junto ao edifício do Co-
                                                                                                         mando da Base de Fuzileiros.
Após um interregno de 15 anos, esta prova é                                                              O desempenho excedeu as melhores expe-
reeditada, ainda que em moldes bem diferentes.                                                           tativas, tendo a equipa vencedora concluído
Entre corrida, natação e remo em botes (modali-                                                          a prova no tempo de 1H 07m 09s, cumprin-
dades sempre presentes no treino dos fuzileiros),                                                        do um percurso que totaliza 14.440 metros
o destino final foi atingido por todas as 12 equi-                                                       (12.780 metros de corrida, 390 metros de
pas representativas das diferentes unidades.                                                             natação e 1.270 metros de remo em botes).
Tudo começou ainda de noite, com o início                                                                A Escola de Fuzileiros logrou ficar dententora
da movimentação das equipas marcada para                                                                 de um troféu que simboliza esta ligação das
as 6 horas da manhã, onde era bem patente a                                                              duas grandes unidades e que na próxima edi-
elevada motivação reinante. Os dez elemen-                                                               ção todos quererão conquistar.
tos das diversas equipas foram distribuídos

30 FEVEREIRO 2013 • REVISTA DA ARMADA
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