Page 11 - Revista da Armada
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plo os motores diesel, situados por debaixo do a concepção, construção e testes do submarino de ataque franceses da classe Rubis. Nessa sala,
posto de comando, ou o reduzido espaço da nuclear de ataque francês Le Triomphant. o visitante pode igualmente simular a partir
cozinha. As cabinas e compartimentos situa- duma consola interactiva, e de forma lúdica,
dos de um lado e de outro do corredor central O terceiro e último espaço da visita comporta a pilotagem e a imersão do Argonaute. Tem
encontram-se abertos, mas resguardados do uma série de painéis e de fotografias compara-
visitante por portas de vidro. No seu interior tivas sobre as condições de vida das guarnições igualmente à sua disposição o periscópio do
foram introduzidos alguns objectos em ex- a bordo do Argonaute, submarino do anos submarino, que aliás comunica com o ar li-
posição estática que ajudam a perceber a 1960, e dos modernos submarinos nucleares vre pelo terraço situado à superfície do Edifí-
vida dos marinheiros a bordo. Por exemplo, cio de Apoio (Fig. 6). Munido do periscópio,
na cabina do Comandante, está pendurada o visitante pode “observar” as imediações do
uma farda e, na mesa de trabalho, coloca- Submarino na “Cité des Sciences” de la Vi-
do um compasso, uma carta e um boné de lette. Na última sala, e já no final do percurso
oficial. Mais à frente, no pequeníssimo com- da visita, estão igualmente expostos um fato
partimento da copa, foram colocados pratos de resgate para as guarnições dos submari-
e talheres que fizeram parte da baixela do nos franceses, uma escotilha do submarino
Argonaute. Nos pequenos espaços utilizados Argonaute, bem com uma célula de baterias
a bordo para armazenagem estão arrumados e um torpedo de fabrico francês L3 de 550
víveres (conservas, caixas de madeira com mm utilizado nos anos 1960 e 1970 a bordo
réplicas de legumes, frutas, e alguns enchi- dos submarinos e outros navios da Marine
dos pendurados!). No Posto de Comando de Nationale .
Operações, alguns painéis de instrumentos
próximos do corrimão que delimita a visita AS "BOAS PRÁTICAS"
estão também recobertos por placas de vidro. DA EXPOSIÇÃO DO
ARGONAUTE
Em quase todas as secções do submarino
Argonaute foi colocado um écran multi- No final da visita, ficamos com a sensação
média, no qual desfilam imagens a preto e dum conjunto museológico muito bem con-
branco, fotografias dos anos 1960 que re- seguido, bem organizado e muito didáctico.
lembram a vida a bordo dos membros da Alguns aspectos a salientar prendem-se com:
guarnição. No posto Avante, a zona dos be-
liches das praças e dos torpedos (idêntico ao - O acompanhamento audio-visual (durante
dos nossos Submarinos da classe Albacora), a visita interna ao submarino Argonaute, com
pode observar-se um torpedo de 550 mm explicações disponíveis em várias línguas);
L3, semi-introduzido no seu tubo. Aliás, no
exterior do submarino, uma das comportas - Arranjos interiores que retratam alguns as-
lança-torpedos encontra-se entreaberta, per- pectos das condições de vida a bordo;
mitindo ao visitante observar o tubo (Fig. 4).
- Edifício de Apoio muito bem organizado,
Terminada a visita do interior do submari- onde convivem elementos históricos com
no, o visitante desce as escadas e penetra de elementos técnicos próprios do submarino
novo no edifício de apoio, onde entrega o Argonaute (Periscópio, Baterias, Torpedo
equipamento áudio. etc.), numa perspectiva de exposição estática
e de utilização interactiva de alguns elemen-
A VISITA AO EDIFÍCIO tos pelo visitante;
DE APOIO
- Interessante comparação entre as condi-
O Edifício de Apoio, com cerca de 200 m2, ções de vida no interior dos submarinos fran-
constitui um núcleo explicativo e interpreta- ceses da década de 1960 com as das últimas
tivo dedicado à história da Arma Submarina unidades operacionais da Marine Nationale.
Francesa, aos equipamentos técnicos e à vida
a Bordo dos Submarinos da Marine Nationale. Dr. Paulo Santos
Na primeira sala, figura um mural que conta Legendas das Figuras:
cronologicamente a história mundial e a evo-
lução da Arma Submarina ao longo destes Fig.1: Aspecto exterior do Submarino “Argonaute” e
200 últimos anos (Fig. 5). No lado oposto des- do seu Edifício Museológico, na “Cité des Sciences da
se corredor, foram colocadas por ordem cro- la Vilette”, em Paris.
nológica um conjunto de maquetas que mos- Fig. 2: Entrada do Polo Museológico do “Argonaute”,
tram os primeiros submersíveis e submarinos pelo Edifício de Apoio/Centro de Interpretação.
utilizados pela Marinha Francesa, desde os Fig. 3: O acesso para visita do interior do “Argonau-
antepassados “Gymnote” aos modernos sub- te” faz-se à Popa, por escadas de metal e porta re-
marinos nucleares da classe Rubis, passando cortada no casco.
pela classe Redoutable, primeiros submarinos Fig. 4: Submarino visto de Proa.
franceses equipados de mísseis balísticos. Fig. 5: Interior do Edifício de Apoio/Centro de Inter-
pretação: Sala 1: Mural cronológico e exposição de
Na segunda sala, constituída por um auditório, Maquetas.
o visitante pode visionar um documentário sobre Fig. 6: Exterior do Edifício de Apoio, vara do Periscópio.
Este pode ser operado pelo visitantes, a partir do nível
inferior.
N.R.
O autor não adota o novo acordo ortográfico.
REVISTA DA ARMADA • MARÇO 2013 11