Page 30 - Revista da Armada
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XXXIIª PEREGRINAÇÃO MILITAR A FÁTIMA
Realizou-se
nos dias 20 e Fotos 1SAR FZ Pereira tro da Defesa Na-
21 de junho, cional, o Ministro
a XXXIIª Peregrina- da Administração
Interna e todos os
ção Militar a Fáti- Chefes de Estado-
ma, com a presen- -Maior dos vários
ça dos três ramos Ramos. De assi-
das Forças Armadas nalar também a
e das Forças de Se- presença simpáti-
gurança. ca do Ministro do
A Peregrinação ini- Interior de Espa-
ciou-se na tarde de nha.
5ª feira com um mo- Durante a Euca-
mento de reflexão ristia foi prestada
orientado pelo Bispo a habitual e sem-
das Forças Arma- pre sentida home-
das e de Segurança, nagem aos milita-
D. Januário Torgal res falecidos.
Ferreira, numa das É um sentimento
capelas da nova Ba- generalizado que
sílica da Santíssima participar numa
Trindade. iniciativa deste
Ainda no dia vin- teor – e o núme-
te, pelas 21h, jun- ro de peregrinos
to à capelinha das da Marinha tem
Aparições os pere- aumentado expo-
grinos foram convidados a participar litúrgico em direção à Basílica da San- nencialmente – deixa sempre marcas
na oração do Terço e seguiu-se a sem- tíssima Trindade, para o momento mais que quereremos reavivar na peregrina-
pre emocionante Procissão de Velas no alto desta Peregrinação. ção do próximo ano.
Santuário, onde foi notória a presença Presidiu à Eucaristia solene, cuja ani-
dos peregrinos da Marinha. mação litúrgica e musical foi da res-
No dia 21 de junho, os peregrinos ponsabilidade da Marinha, o Bispo mi-
juntaram-se novamente na Capelinha litar acompanhado de muitos capelães. P. Graça Barreiro
das Aparições para iniciarem o cortejo Também presentes estiveram o Minis- CFR AN
VIGIA DA HISTÓRIA 57
INTRIGAS DA ÍNDIA
Por morte do Vice Rei D. Garcia de Na carta de 25 de Outubro de 1541, vez como justificação para o ter anterior-
Noronha, passou D. Estevão da dirigida ao Rei, D. Estevão da Gama mente elogiado terminam assim:
Gama a exercer o governo da Índia. refere-se a esses fidalgos afirmando que
A acção de maior vulto em que este “não cumpria a V.A. tê-los cá porque ... “bem sei que para sondar barras e de-
Governador se envolveu consistiu, em são causa de outros que serviriam bem buxar saberá bem fazer”.
1541, numa expedição ao Mar Verme- não o fazerem” para de seguida identi-
lho com o propósito de destruir a arma- ficar, aquele que parece ter sido o prin- Ambos os protagonistas regressaram
da que o Sultão ali preparava. cipal responsável ao indicar “como D. ao Reino no mesmo ano, tal como tinha
João de Castro ... que mostrou muito que ocorrido à ida.
Dado que os maiores navios da ar- nunca em tal crera nem cuidara ... nunca
mada portuguesa ficaram junto às cos- vi como ele, nem tanto dano poder fazer Parece inegável que as acusações for-
tas da Abissínia, somente os navios entre gente manceba e peça.” muladas por D. Estevão da Gama não
ligeiros chegaram a Suez revelando-se tiveram qualquer influência já que, pou-
inadequados para o propósito que ali As acusações a D. João não ficaram co depois em 1545, D. João de Castro
os levava. contudo só assim, já que acrescenta voltava à Índia como Governador e, mais
ainda o Governador que, no tempo do tarde Vice Rei.
Vários terão sido os motivos que con- cunhado, o Vice Rei D. Garcia de Noro-
duziram a este insucesso e, nas justifi- nha, nunca o vira tomar parte em qual- Com. E. Gomes
cações apresentadas ao Rei o Governa- quer armada onde fosse preciso gastar
dor apresenta como a principal o facto dinheiro ou combater. Nota: Também D. João de Castro em carta de
de alguns dos fidalgos não quererem 1541 não deixa de, embora de forma mais sub-
servir a Coroa combatendo. As referências a D. João de Castro, tal- til, criticar a acção do Governador.
Fonte: Gavetas da Torre do Tombo, XIII.
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