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REVISTA DA ARMADA | 485

sendo edificado um sistema de guardas que impeça o acesso              Esta zona museológica, localizada em espaço restrito, afeto e
às ICM. Na área afeta à Marinha que bordeja o espelho de água        controlado pela Marinha, pode contribuir para a prossecução e
junto aos edifícios existentes é garantido um canal pedonal e        intensificação dos programas de visitas guiadas que já se reali-
viário com as larguras mínimas regulamentares para garantir          zam regularmente desde 2003 e que incluem a Casa da Balança,
a circulação. A substituição dos revestimentos do pavimento é        a Bica de D. Miguel, a Capela de São Roque, a exposição fotográ-
efetuada sem prejuízo da manutenção do sistema de ilumina-           fica do átrio principal da UAICM e o atual espaço da Doca Seca.
ção das fachadas e da atual localização do mastro e dos ele-
mentos histórico-decorativos circundantes em frente do espaço          Interligando com a intervenção nesta zona ribeirinha de grandes
da “Parada Cerimonial”. Procura-se, com o novo pavimento, re-        referências e peso monumental, a Marinha, em parceria com outras
cuperar a geometria da antiga Ribeira das Naus representando         entidades, vai procurar contribuir para a conservação deste patrimó-
a antiga margem que punha em contacto a cidade com Tejo,             nio comum procurando, entre outros, iniciar a recuperação do edi-
elemento distintivo da cidade de Lisboa. O projeto apresenta         ficado histórico existente no espaço das ICM sob a sua responsabi-
assim a margem identificada por blocos de pedra branca, lioz e       lidade, nomeadamente a Capela de São Roque e a Casa da Balança.
calcário, juntando a nova construção e estruturas pré-existen-
tes (Doca, varadouros e Caldeirinha), unindo estes elementos a         Este projeto, pela dimensão e alcance, tem exigido da Ma-
uma calçada de basalto que representa o antigo espaço de rio.        rinha uma participação ativa, com uma colaboração próxima
No espaço exterior das ICM onde anteriormente existia um pla-        com o dono da obra, a Câmara Municipal de Lisboa. A expeta-
no arborizado composto por vários elementos dispersos, serão         tiva do resultado final para todos os envolvidos e para a Mari-
colocados pinheiros mansos fazendo uma ligação desta espécie         nha em particular é grande, mas seguramente o projeto em
à história da construção naval deste local.                          curso irá alterar, significativamente, o conceito atual de utiliza-
                                                                     ção deste espaço privilegiado da cidade de Lisboa onde a Ma-
  As alterações resultantes estabelecem uma nova configuração        rinha se mantém, como há séculos, dignamente integrada.
do espaço exterior afeto à Marinha que apresenta condicionan-
tes à solução de segurança. A solução definitiva implementa um                                                                 Colaboração das DI e UAICM
modelo com 4 postos de controlo de acessos de pessoal e de via-
turas. O acesso das viaturas ao Parque do Corpo Santo faz-se pelo        Notas
portão da Rua do Arsenal, através do sistema automático do tipo          1 A vedação metálica anteriormente existente veio, por proposta da Marinha, a
“Via Verde” que irá ser implementado. No espaço interior das             ser utilizada no Parque do Corpo Santo. A futura vedação é em aço estrutural me-
ICM o estacionamento permanente estará limitado a 15 lugares,            talizado constituída por painéis de dimensão variável e cerca de 2,10m de altura.
na garagem localizada sob a rampa nascente2. O Posto da Praça            2 Na rampa nascente será colocada a nova portaria do Posto da Avenida da Ribeira
do Município, Rua do Arsenal, é estabelecido como a via principal        das Naus, o espaço de garagem com a entrada das viaturas efetuada pela zona
para a circulação e acesso ao interior das ICM. Têm acesso tem-          afeta à Marinha e ainda o espaço de armazenamento de lixo que permitirá, com
porário ao interior das ICM as entidades militares e civis em visi-      um acesso exterior, a recolha pelos serviços municipais.
ta oficial ou de serviço, transportadas em viaturas com condutor,
bem como as viaturas particulares de utentes com mobilidade
reduzida. O Posto da Avenida da Ribeira das Naus, com um novo
espaço neste projeto, é a via alternativa para a circulação e aces-
so temporário ao interior das ICM. O portão da Messe de Lisboa
constitui-se, igualmente, como via alternativa para acesso tem-
porário ao interior da área das ICM, sendo limitado para cargas
e descargas de material e para viaturas de emergência. Atenta a
abertura regulada à fruição pública do espaço restrito da Mari-
nha, por períodos controlados, encontra-se em curso, sob coor-
denação da UAICM, uma avaliação/intervenção do estado de
funcionamento, controlo de acessos e reforço de vídeo vigilância
de todas as portas com acesso direto a este espaço.

  Sem prejuízo da garantia das condições supra formuladas, sus-
tentadas em razões de funcionalidade e segurança, a Marinha
encara de forma positiva o seu contributo no processo de requa-
lificação e reabilitação da Frente Ribeirinha de Lisboa, através
da eventual implantação de uma zona museológica, relacionada
com a construção naval ao longo dos séculos.

                                                                     MAIO 2014 13
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