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REVISTA DA ARMADA | 495
Os exercícios FOCA contam ainda com a preciosa colaboração
dos órgãos locais da Autoridade Maritima Nacional (AMN), quer
na identificação de instalações portuárias alternativas, permitin-
do o treino em diferentes ambientes operacionais, quer na cola-
boração nas ações de embarque e desembarque, complemen-
tando os meios orgânicos da UN com as embarcações da AMN
(Polícia Marítima e ISN).
Estas ações de treino registam uma grande aceitação por par-
te das Unidades intervenientes, constituindo uma oportunida-
de para operacionalizar procedimentos e recolher ensinamen-
tos relacionados com os diferentes desafios que são colocados
em cada exercício, existindo um claro sentimento de que a Ma-
rinha e o Exército se estão a preparar para fazer face a uma pou-
co provável ameaça bélica, mas igualmente se estão a prepa-
rar para fazer face à ocorrência de uma bastante provável ação
de apoio à população civil, na sequência de uma catástrofe de
grandes proporções.
Os exercícios conjuntos da série GAIVOTA, realizados entre a
Marinha e a Força Aérea, destinam-se a treinar e qualificar as
guarnições da UN e as tripulações do helicóptero EH-101, sedia-
das na RAA, em ações de Vertical Replenishment (VERTREP) em
ambiente diurno e noturno.
O racional que preside à realização destas ações de treino re-
laciona-se com as responsabilidades ao nível da Busca e Salva-
mento atribuídas à Marinha, através do MRCC Delgada e à Força
Aérea, através do RCC Lages.
De forma a ilustrar a necessidade de prosseguir com estas
ações de treino, destaca-se o facto de no ano de 2014 o MRCC
Delgada ter coordenado 26 ações de Busca e Salvamento, que re-
sultaram em evacuações médicas urgentes pelo EH-101.
No sentido de otimizar o emprego dos meios, a calendariza-
ção dos dois exercícios anuais da série GAIVOTA coincide com
a realização dos Encontros de Busca e Salvamento dos Açores,
coordenados alternadamente pelo MRCC Delgada e pelo RCC
Lajes, que procuram recriar cenários realistas para o treino
destas valências.
Estes encontros permitem ainda, através da colaboração com
parceiros civis, treinar evacuações médicas a partir de outras pla-
taformas, que não UN.
Em suma, a atividade de treino operacional, na qual o Coman-
do da Zona Marítima dos Açores empenha os seus meios e a UN
sob o seu controlo operacional, destina-se a exercitar procedi-
mentos que se relacionam com a natureza das suas atribuições
e responsabilidades no Arquipélago dos Açores. Esta cooperação
com o Exército e a Força Aérea é altamente benéfica em termos
de conjunto e demonstra à sociedade civil que os meios existen-
tes estão à altura do desafio que as questões relacionadas com a
insularidade colocam aos três Ramos das Forças Armadas.
Colaboração do COMANDO DA ZONA MARÍTIMA/
/DEPARTAMENTO MARÍTIMO DOS AÇORES
ABRIL 2015 9