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REVISTA DA ARMADA | 504

ALLIED MARITIME
COMMAND

(MARCOM)

Durante a cimeira da OTAN (Organização do Tratado do Atlân-      da OTAN, ou assumir as funções de comando operacional con-
     tico Norte) ocorrida em Lisboa (Lisbon NATO Summit 2010),   junto (JHQ, Joint Headquarters) de uma operação conjunta de
foi decidido efetuar uma reorganização dos quartéis-generais     pequena escala, predominantemente marítima. Em apoio ao
da estrutura de comando (NATO Command Structure), donde          cumprimento da sua missão, o COMSUBNATO é responsável
resultou a criação do Allied Maritime Command (MARCOM),          pelo emprego operacional e respetivo C2 dos submarinos sob
passando a constituir-se, desde 1 de dezembro de 2013, o úni-    controlo operacional (OPCON, operational control) da OTAN.
co comando operacional naval da OTAN, originando a extinção      Adicionalmente, o COMSUBNATO tem a função de SUBOPAUTH
do Maritime Component Command (MCC) de Nápoles (Itália).         (Submarine Operational Authority) coordenador relativamente
                                                                 aos SUBOPAUTH nacionais, como é o caso do Comando Naval.
   O MARCOM situa-se em Northwood (Reino Unido), no quar-        Com funções bastante semelhantes, o COMMARAIR é respon-
tel-general onde, antes da supramencionada reestruturação, se    sável pelo emprego operacional e respetivo C2 dos meios aére-
localizava o MCC Northwood. Nesta sequência torna-se óbvio       os de patrulha marítima (MPA, Maritime Patrol Aircraft, e MPH,
que o MARCOM seja o organismo OTAN onde existe a maior           Maritime Patrol Helicopters) sob OPCON OTAN. O NSC é res-
delegação nacional, permanente, da Marinha fora do território    ponsável por aconselhar e assistir os movimentos da navegação
nacional.                                                        mercante nas áreas de operações, aplicando o conceito NCAGS
                                                                 (Naval Cooperation and Guidance for Shipping), de forma a ga-
   O MARCOM é um dos cinco comandos operacionais subor-          rantir a sua segurança e desconflituando, em simultâneo, com a
dinados ao comando estratégico das operações (ACO, Allied        condução das operações militares.
Command Operations), também conhecido como SHAPE (Su-
preme Headquarters Allied Powers Europe), situado em Mons          Presentemente, o MARCOM conduz as operações Ocean
(Bélgica), responsável por planear e conduzir todas as opera-    Shield (OOS), de combate à pirataria no golfo de Áden e bacia
ções militares da OTAN. O SHAPE é comandado pelo SACEUR          da Somália, e Active Endeavour (OAE), de combate ao terroris-
(Supreme Allied Commander Europe), oficial general de 4 estre-   mo marítimo no mar Mediterrâneo e aproximações ao estreito
las norte-americano. O outro comando estratégico da OTAN é       de Gibraltar. Adicionalmente, o MARCOM tem tido uma forte
o ACT (Allied Command of Transformation), situado em Norfolk     participação na implementação das medidas de reafirmação da
(EUA), responsável por liderar todos os processos relaciona-     OTAN na sequência da crise na Ucrânia (IAM, Immediate Assu-
dos com transformação das estruturas militares, capacidades e    rance Measures), pelo facto das forças aeronavais terem sido
doutrinas de forma a melhorar a eficiência e interoperabilidade  as primeiras a ser empregues neste contexto face à sua elevada
da Aliança.                                                      flexibilidade e mobilidade.

   Os outros 4 comandos de nível operacional são os comandos       Em termos de forças atribuídas, o MARCOM tem sob o seu
conjuntos JFC Brussum (Joint Force Command), na Holanda, e       OPCON quatro forças navais permanentes (SNF, Standing Na-
JFC Nápoles (Itália), o comando aéreo (AIRCOM) em Ramstein       val Forces), duas constituídas por escoltas oceânicos (SNMG1 e
(Alemanha) e ainda o comando terrestre (LANCOM) em Izmir         SNMG2, Standing Naval Maritime Group) e outras duas consti-
(Turquia).                                                       tuídas por draga e caça-minas (SNMCMG1 e SNMCMG2, Stan-
                                                                 ding Naval Mine Counter Measures Group).
   O MARCOM é comandado por um Vice-almirante da Royal
Navy, tendo na sua dependência direta, e co-localizados no         Estas forças, tal como outros meios aeronavais atribuídos à
mesmo quartel-general, o único comando OTAN de submarinos        OTAN, são empregues na condução das operações anteriormen-
(COMSUBNATO, Commander Allied Submarines NATO), o úni-           te mencionadas (OOS, OAE), bem como nos mais diversos exercí-
co comando aéreo marítimo (COMMARAIR, Commander Allied           cios OTAN e multinacionais que ocorrem ao longo do ano, muitos
Maritime Air NATO) e ainda o Centro de Coordenação da Nave-      dos quais planeados e conduzidos pelo próprio MARCOM.
gação Mercante (NSC, NATO Shipping Centre).
                                                                   A entidade dentro do MARCOM responsável por garantir a
   O MARCOM tem como missão planear e garantir o comando         condução das operações marítimas OTAN, tal como exercer o
e controlo (C2) na condução de todas as operações marítimas

12 FEVEREIRO 2016
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