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REVISTA DA ARMADA | 504
ACADEMIA DE MARINHA
Despedida do Conselho Académico O território de Portugal estava confinado a um pequeno espaço”,
mas hoje “voltámos a ter apenas um pequeno território emerso,
Mandatado para o triénio 2013-2015, o Conselho Académico atualmente de pouco mais de 90 mil quilómetros quadrados, e
despediu-se formalmente em 15 de dezembro. Nas palavras que estamos limitados, em muitos aspetos”. O Presidente enfatizou
proferiu, o Presidente, ALM Nuno Vieira Matias, começou por que temos agora uma grande oportunidade, com “direitos so-
agradecer à Marinha, “por ter criado, há 37 anos, esta Academia e beranos sobre uma enorme plataforma continental, o fundo do
por ter sabido mantê-la intacta, isto é, com a mesma sustentação nosso mar, até às 200 milhas”. Na expectativa de que esse fundo
conceptual, inscrita nas leis e regulamentos”, e ter assegurado a passe em breve de 1,7 para 4 milhões de quilómetros quadrados,
sua independência académica e sustentação logística. sublinhou, “é um imenso Portugal novo que temos de conquistar,
não apenas na ONU, o que esperamos aconteça no próximo ano,
Agradeceu também a todas as pessoas e instituições que acom- mas, sobretudo, em termos científicos, tecnológicos, económi-
panharam, participaram e deram a sua colaboração à Academia, cos e de segurança”.
nomeadamente a Academia Portuguesa da História, a Academia
das Ciências de Lisboa, a Sociedade de Geografia de Lisboa, o Ins- Na sua reflexão final, o Almirante Vieira Matias afirmou ser
tituto de Cultura Europeia e Atlântica, a Comissão Portuguesa de este o novo desafio para Portugal, “a nossa Ceuta do século XXI
História Militar, a Academia de Letras de Trás-os-Montes, a Uni- (…) que de novo temos de conquistar. A Academia de Marinha
versidade Católica, a Universidade Nova, a Universidade Aberta, está nessa armada”.
a Escola Superior Náutica Infante D. Henrique e a Associação dos
Oficiais da Reserva Naval. A assistência homenageou o Conselho Académico com uma
forte ovação em pé, expressando o reconhecimento pelo traba-
Expressou aos membros do Conselho Académico um agrade- lho desenvolvido em prol da Academia.
cimento muito especial, “pelo esforço voluntário, enorme e de
grande qualidade que fizeram em prol da Academia”, e à guarni- A sessão terminou com um Porto de Honra.
ção dirigiu “um agradecimento aos oficiais, sargentos, praças e
civis, os quais, constituindo um pequeno efetivo, desempenha- Almirante Vieira Matias condecorado
ram as suas tarefas com grande espírito de missão”.
Em 8 de janeiro, em cerimónia que antecedeu a tomada de
Endereçou ainda “um agradecimento muito sincero aos mem- posse dos novos membros do Conselho Académico, o ALM
bros do próximo Conselho Académico, recentemente eleitos, por CEMA/AMN, ALM Macieira Fragoso, condecorou o Presidente
se terem disponibilizado para darem continuidade à vida desta cessante, ALM Vieira Matias, com a medalha naval de Vasco da
Academia”, afirmando estar “certo que a qualidade do grupo Gama, conferida pela “excelência e relevância do trabalho pro-
liderado pelo ALM Vidal Abreu (…) é garantia de um excelente duzido (…) na superior condução das iniciativas da Academia de
desempenho”. Marinha, considerando que da sua ação resultou valioso contri-
buto para a promoção da cultura naval bem como um contributo
Fazendo o balanço da atividade da Academia de Marinha ao de excelência para a divulgação e prestígio da Marinha”.
longo da sua presidência, o ALM Vieira Matias referiu que, além
das quatro dezenas de sessões culturais anuais, com mais de 300 Foto 1SAR A Ferreira Dias
oradores, e dos eventos em associação com entidades congéne-
res, foram realizados quatro simpósios de história marítima, três
exposições de artes plásticas e sete concursos para atribuição – a
trabalhos de investigação histórica e científica – dos prémios Al-
mirante Sarmento Rodrigues e Almirante Teixeira da Mota.
Na área da divulgação, referiu a edição das atas dos simpósios,
das memórias da Academia e de mais dois volumes da História
da Marinha, a criação do portal digital, a recolha e publicação
de testemunhos diretos sobre a história recente da Marinha nos
conflitos em África, Índia e Timor, e o apoio dado à edição das
obras do académico John P. Cann, em inglês e em português.
“A Academia de Marinha deverá constituir a base daquilo a
que se poderia chamar de ‘cluster’ do conhecimento do mar”,
disse. Quando no XIV Simpósio de História Marítima, em no-
vembro passado, se evocou “o salto que demos para lá do mar
costeiro, ao irmos até Ceuta, em 1415”, esteve-se, “de certa for-
ma, a elaborar sobre uma situação com semelhanças à atual.
FEVEREIRO 2016 15