Page 11 - Revista da Armada
P. 11

REVISTA DA ARMADA | 518


          podem ser empenhadas ao serviço da população, em concreto na   nalidade de treinar e avaliar a capacidade de projeção, sustentação,
          RAA. Nas instalações da Proteção Civil, os militares tiveram opor-  retração de uma força, em ambiente diurno e noturno, para a exe-
          tunidade de visitar os meios e capacidades do Centro de Formação   cução de uma sessão de fogos reais nas proximidades do ambiente
          do SRPCBA, tendo-se visitado os diversos cenários de treino para   marítimo. O FOCA 171 permitiu a realização de um treino opera-
          simulação de catástrofe, derrocadas, incêndios em depósitos de   cional conjunto de embarque, acomodação, transporte e desembar-
          armazenamento de combustível, gás e em espaços confinados.  que de 60 militares do Exército a partir do porto de Ponta Delgada.
           As escolas da RAA também tiveram oportunidade de conhecer o   Com o helicóptero (EH-101) de busca e salvamento da FAP sede-
          navio, sendo a visita acompanhada sempre de uma breve explica-  ado na região, o navio realizou um exercício SAREX (SAR EXercise).
          ção sobre o funcionamento dos equipamentos e a organização de   Este tipo de exercício de busca e salvamento é regularmente efetua-
          bordo. Sendo de realçar que os alunos ficaram sempre empolga-  do em conjunto com a FAP, permitindo um treino em condições exi-
          dos com a componente tecnológica do NRP Viana do Castelo, bem   gentes para a uniformização e familiarização de procedimentos para
          como pelas preocupações ambientais com que o navio foi concebi-  serem aplicados em situações reais de busca e salvamento no mar.
          do, nomeadamente ao nível da separação dos lixos e tratamentos   O treino interno foi sempre uma constante para o adestramento
          dos efluentes, sendo considerado um navio adaptado às preocu-  da guarnição e a integração de novos elementos. Para esta missão,
          pações ambientais do presente, com os olhos postos no futuro.  o navio foi reforçado por uma equipa de abordagem para reforço
           No porto da Horta, o navio participou na homenagem aos mili-  do dispositivo de proteção do navio e uma equipa de mergulhado-

























          tares que pereceram no acidente do NRP António Enes, em 10 de   res que desenvolveram ativamente ações de treino para cumpri-
          março de 1987. Neste dia tivemos, a bordo, o momento mais in-  rem a missão em segurança e contribuir de forma inequívoca para
          tenso de emoção que não deixou ninguém indiferente, sendo sem   o desempenho do NRP Viana do Castelo.
          dúvida um momento de introspeção e respeito por quem prestou
          serviço a bordo do navio. Na cerimónia foi descerrada uma lápide   CONCLUSÃO
          no porto da Horta e lançada ao mar uma coroa de flores no local
          do acidente, na presença de familiares dos militares falecidos.   No período da missão, o NRP Viana do Castelo navegou mais de
                                                              800 horas e percorreu 8750 milhas náuticas, equivalente à distân-
          BUSCA E SALVAMENTO MARÍTIMO                         cia entre os Açores e a Austrália, realizou uma intensa atividade
                                                              de protocolo com entidades civis e militares, ações de controlo da
           Felizmente esta tarefa não obrigou ao nosso empenhamento,   atividade da pesca, exercícios conjuntos com o Exército e Força Aé-
          no entanto, no período da tempestade “Doris” (designação dada   rea Portuguesa, operações conjuntas de vigilância marítima com
          pelo MET OFFICE – Instituto de Meteorologia do Reino Unido), que   a AMN, FAP e Agência Europeia da Segurança Marítima (EMSA),
          assolou o Continente e a RAA no início do passado mês de feverei-  bem como apoiou logisticamente a Autoridade Marítima Local.
          ro, o navio permaneceu atracado no porto da Praia da Vitória num   No que toca às operações e exercícios conjuntos com a AMN,
          elevado estado de prontidão e prevenção, pronto a responder a   estes visaram, para além do treino para os meios operacionais, in-
          situações de busca e salvamento no mar.             crementar a cooperação e coordenação entre as duas instituições,
           Neste período foi sentida uma forte agitação marítima no ar-  potenciando dessa forma os recursos existentes, em prol da eficá-
          quipélago dos Açores, do quadrante de oeste-noroeste com uma   cia no serviço prestado à comunidade açoriana.
          altura significativa entre os 8 e os 10 metros, nas ilhas do grupo   À chegada à BNL, no dia 31 de março, a missão foi concluída com a
          ocidental, com especial incidência nas ilhas Graciosa e Terceira.   consciência de que o navio patrulhou e vigiou o mar dos Açores com
                                                              excelentes resultados operacionais por forma a dissuadir a atividade
          TREINO CONJUNTO E INTERNO                           em áreas não autorizadas e nas reservas protegidas, monitorizando
                                                              continuamente a atividade científica e mercante, dando um contri-
           No período da missão, o NRP Viana do Castelo participou nos   buto positivo e determinante para que PORTUGAL USE O MAR.
          exercícios PRIOLO 171 e FOCA 171 com o Exército Português, que
          se realizaram na Ilha de S. Miguel. O exercício PRIOLO 171 tem a fi-  Colaboração do COMANDO DO NRP VIANA DO CASTELO



                                                                                                     MAIO 2017  11
   6   7   8   9   10   11   12   13   14   15   16