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REVISTA DA ARMADA | 518
Os “Distinguished Senior Course Anciens” portugueses pequenos em dimensão militar e financeira. No entanto, será
SC5 – TGEN Francisco Chagas (CEMFA) a crise económica a única explicação para este aparente desin-
SC57 – GEN Espirito Santo (CEMGFA)(Exército) teresse, de alguns Aliados, no NDC? Serão os cursos atractivos
SC60 – COR Morais da Silva (CEMFA) e corresponderão às expectativas e necessidades dos Aliados?
SC72 – GEN Valença Pinto (CEMGFA)(Exército) Existirá algum tipo de concorrência entre o NDC e instituições
SC78 – GEN Pinto Ramalho (CEME) similares de alguns Aliados?
SC82 – VALM Lima Bacelar (MilRep) No sentido de fortalecer e reforçar a importância do SC, realça-
SC87 – TGEN João Cordeiro (MilRep)(Força Aérea) -se que uma das conclusões que está a ser implementada é a
SC92 – ALM Macieira Fragoso (CEMA) verificação dos lugares da Estrutura de Comando da NATO, em
que é desejável ter como pré-requisito o SC. Esta medida impul-
sionará os Aliados no sentido de aumentar as suas nomeações
Estado-Maior ou Representantes Militares junto do MC). De en- para o NDC.
tre os 119 Distinguished SC Anciens, o referido mural conta com Outra questão antiga reside nas equivalências do SC relativa-
6 nomes de oficiais generais portugueses, pese embora actual- mente ao mundo académico. Pela relevância do seu curriculum,
mente Portugal já conte com mais 2 oficiais generais que, mais a equiparação do SC a um Mestrado, ou Pós-Graduação, tem
recentemente, assumiram relevantes funções. sido reivindicada há já algum tempo. Contudo, este processo re-
Quanto ao provimento de car- quereria, pelo menos, um prolongamento do curso, o que não
gos no NDC, Portugal teve, até à é consensual entre os Aliados. Por outro lado, alguns membros
data, um único Commandant, o da Aliança reconhecem o SC como substituto de cursos similares
TGEN Castelo Branco, da Força nacionais e num caso específico – os Estados Unidos – apenas
Aérea, entre Fevereiro de 1990 e alguns Ramos o fazem. Portugal não reconhece.
Fevereiro de 1993, mandato este São estas questões, de entre muitas outras, que foram ana-
que coincidiu com a queda do lisadas e escrutinadas no âmbito de uma extensa revisão que
Muro de Berlim e que se consti- decorreu entre 2013 e 2014 e que recomendou a designação de
tuiu como um marco na transfor- anciens para cargos NATO de maior relevo, designadamente ao
mação do Colégio à época. Por- nível de branch chiefs (capitão-de-mar-e-guerra/coronel).
tugal detém um cargo de Faculty O NDC é uma instituição de reconhecida qualidade e prestígio,
Adviser no NDC, que é provido dentro do seu domínio, da qual os Aliados, apesar da actual con-
em permanência por um CMG/ juntura de restrições financeiras, não pretendem abdicar, em-
TGEN Castelo Branco COR, de forma rotativa entre os bora continuem a exigir medidas de melhoria de eficiência das
Ramos. suas actividades. O Colégio sofreu alguns ajustamentos no seu
E, por fim, em relação ao IMS, Portugal preenche, igualmente mandato, por estar algo direccionado para a vertente da coo-
em permanência, um cargo na Divisão de Operações, o qual é peração (outreach), mas não se desviando substancialmente do
responsável pelo estudo e análise de todos os assuntos relativos seu actual rumo.
ao NDC, bem como por efectuar a necessária ligação entre o MC Para Portugal, esta revisão do papel do NDC, em função das
e o Colégio. questões anteriormente formuladas, poderá constituir uma
oportunidade para um outro olhar sobre a formação de nível
PERSPECTIVAS FUTURAS PARA O NDC estratégico nas estruturas nacionais, bem como para reavaliar
os benefícios adquiridos, ou retorno, pelos nossos course mem-
O mandato do NDC tem sido revisto ao longo da sua existência, bers.
consequência da própria transformação da NATO. Em Setembro
de 2013, o MC determinou uma nova revisão do mandato do Paulo Cavaleiro Ângelo
NDC, na sequência de alguns indicadores que sinalizavam alguma CMG
quebra, lenta mas sustentada, do número de course members do
SC e do NRCC, a não ocupação de alguns cargos de Faculty Ad- Nota: O autor utiliza algumas palavras na sua forma original em língua inglesa para não
desvirtuar o seu significado na tradução.
viser e o financiamento das suas actividades com um orçamen-
to de crescimento zero. Esta combinação de factores adversos N.R. O autor não adota o novo acordo ortográfico
obrigou a uma profunda reflexão acerca das suas motivações, es-
pecialmente pela quebra na frequência de course members. Foi
assim distribuído um minucioso questionário a todos os países
da NATO, para melhor se compreenderem as respectivas motiva-
ções acerca do NDC, designadamente a relevância que lhe atri-
buem no processo de formação e selecção do seu pessoal, o re-
torno obtido pelo País, etc. Esta consulta inédita visou igualmen-
te obter directamente dos Aliados as suas perspectivas e visões
para o futuro do NDC e, com base nisto, eventualmente ajustar o
seu mandato. Este questionário constituiu a base de toda a revi-
são em curso, cuja conclusão ocorreu em agosto de 2014.
A redução de course members tem sido a face visível da actual
conjuntura de crise, especialmente por parte dos Aliados mais
MAIO 2017 15