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REVISTA DA ARMADA | 518
NRP VIANA DO CASTELO
NO MAR DOS AÇORES SEMPRE VIGILANTES
Fotografia da guarnição no porto da Vila da Praia, na Ilha Graciosa
artigo pretende relatar a missão do NRP Viana do Castelo e da vestigação científica que possam estar a operar na região sem a
O sua guarnição durante a atribuição do navio ao Comando da devida autorização do Estado português.
Zona Maritima dos Açores, no período de 27 de dezembro de 2016 Tendo em conta as nossas responsabilidades e a intensa ativi-
a 31 de março de 2017. dade que se avizinhava, o NRP Viana do Castelo estando pronto
e capaz, definiu como desígnio fazer jus ao seu lema “NO MAR
MISSÃO SEMPRE VIGILANTES”, só que desta vez no MAR DOS AÇORES.
No dia da partida para a Região Autónoma dos Açores (RAA), SINERGIAS COM A AUTORIDADE MARÍTIMA
27 de dezembro de 2016, o NRP Viana do Castelo recebeu a bor-
do o Secretário de Estado da Defesa Nacional, Dr. Marcos Peres- A primeira grande missão na RAA foi a realização de uma opera-
trello, que presidiu à cerimónia alusiva da entrega, pela primeira ção planeada e coordenada de vigilância e fiscalização da pesca, na
vez, do símbolo da Autoridade Marítima Nacional (AMN) a uma Reserva Natural dos Ilhéus das Formigas, tendo em vista a deteção
unidade naval da Marinha. Ainda nesse dia, o navio rumou em di- e interceção de embarcações em pesca ilegal, que contou com o
reção à Zona Marítima dos Açores (ZMA) atracando no dia 30 de envolvimento do nosso navio e de uma lancha rápida do Comando
dezembro em Ponta Delgada, depois de uma noite de patrulha Local da Polícia Marítima de Ponta Delgada. Durante a operação foi
nos ilhéus das Formigas e no dia do seu 6º aniversário. detetada, em flagrante delito, uma embarcação de pesca costeira
A presença do navio na RAA representa a operacionalização em faina em plena reserva natural.
da missão da Marinha em assegurar o dispositivo de busca e sal- Outra ação de grande importância que ocorreu foi a realização
vamento na região, apoiar os órgãos de proteção civil em caso de um exercício de combate à poluição no porto de Vila do Porto,
de calamidade ou catástrofe natural, efetuar ações de vigilância, com a projeção de meios humanos e materiais de combate à po-
patrulha e fiscalização marítima na extensa área dos Açores e di- luição, provenientes da base logística do Departamento Marítimo
vulgação da Marinha nos vários portos proporcionando períodos dos Açores, situado em Ponta Delgada. Durante este exercício, foi
para visitas, bem como apoiar logisticamente a Autoridade Ma- simulada a existência de uma mancha de poluição de hidrocar-
rítima na região. bonetos. Para a intervenção no combate à poluição foi ativado o
Na vertente da fiscalização marítima a missão é extremamen- navio no sentido de realizar a projeção de meios humanos e mate-
te abrangente, sendo necessário cobrir com especial incidência riais da Autoridade Marítima Local.
as áreas de reserva e áreas marinhas protegidas, incluídas na Na área do mergulho, os mergulhadores da Marinha e a Polí-
Rede Natura 2000, e embarcações de bandeira comunitária que cia Marítima realizaram também uma operação coordenada de
exercem a sua atividade no exterior das 100 milhas da subárea vigilância e verificação do estado ambiental relativo a eventuais
Açores da Zona Económica Exclusiva (ZEE). Simultaneamente e restos de aparelhos e artes de pesca antigas, que pudessem estar
sendo a RAA muito apetecível ao estudo científico, efetuar re- depositados no fundo da recentemente criada Reserva Marinha da
colha de informação e monitorização de potenciais navios de in- Ribeira Quente, tendo em vista a diminuição dos efeitos nefastos
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