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REVISTA DA ARMADA | 518
          NRP TEJO





          PRIMEIRA MISSÃO NA MADEIRA





             o  passado  dia  27  dezembro  de  2016,  pelas  15h30,  o  NRP
         NTejo largou da BNL com destino à Zona Marítima da Madeira
          (ZMM). Com 25 militares a bordo, deu início à sua primeira grande
          missão e, consequentemente, ao maior desafio desde a sua che-
          gada à Marinha em maio de 2015. Na manhã do dia da largada, re-
          alizou-se a cerimónia de entrega do distintivo da Autoridade Marí-
          tima Nacional aos NRP Viana do Castelo e NRP Tejo, presidida pelo
          Secretário de Estado da Defesa Nacional, Dr. Marcos Perestrello.
           Recorde-se que o NRP Tejo foi aumentado ao efetivo dos navios
          da Armada em 28 de abril de 2015, tendo passado por um proces-
          so de modernização nos estaleiros da Arsenal do Alfeite, S.A., e em
          5 de maio de 2016 passou à situação de armamento normal e de
          lotação normal.
           Quase seis meses depois, em 22 de novembro de 2016, o navio
          passou à categoria de prontidão I e foi disponibilizado ao Coman-
          do Naval pela primeira vez. Começou então um período de treino,
          Avaliação dos Padrões de Prontidão e Plano de Treino Específico
          que durou um mês, após o qual foi aprontado para a sua primeira
          missão distante da Base Naval de Lisboa. Dois dias depois do Natal,   Ainda durante o mês de janeiro, a 22 e 23, o navio recebeu, pela
          o NRP Tejo largou rumo à ZMM, atracando dois dias depois, onde   primeira vez, a visita do atual CEMA e AMN, ALM António Silva
          permaneceu até 5 de abril de 2017.                  Ribeiro.
           A missão na ZMM representa o culminar dos 19 meses de reati-  Na sua primeira missão à Madeira, o navio foi empenhado numa
          vação e adaptação da plataforma no Arsenal do Alfeite, S.A., pre-  ação de busca e salvamento, a Norte da Ilha de Porto Santo, efe-
          paração e treino do navio em conjunto com a Equipa de Treino e   tuou sete missões de apoio logístico à estrutura da AMN e ao IFCN
          Avaliação do Centro Integrado de Treino e Avaliação.  às Ilhas Selvagens e seis rendições do pessoal do referido instituto
           Integrado  no dispositivo naval padrão,  o  NRP  Tejo  tem  como   nas Ilhas Desertas, onde foi possível em todos os trânsitos propor-
          missão realizar operações de cariz militar ou de “interesse públi-  cionar a diversas entidades da região a oportunidade de visitar as
          co”, entre elas a busca e salvamento no mar, a fiscalização  marí-  ilhas situadas no prolongamento da Ponta de São Lourenço, extre-
          tima (da atividade piscatória, combate ao narcotráfico, imigração   mo Este da Ilha da Madeira.
          ilegal, entre outras), estando também preparado e disponível para   Durante a missão, foram efetuadas cerca de 6500 milhas náuti-
          apoiar  outros  departamentos  do  Estado  com  competências  no   cas, perfazendo um total de 751 horas de navegação, traduzidas
          mar. Aqui destaca-se o contínuo apoio à Autoridade Marítima Na-  em 35 fiscalizações no mar: 23 a embarcações de pesca e 12 a em-
          cional (AMN) no projeto de edificação das capacidades do posto   barcações de recreio.
          local da Polícia Marítima (PM) nas Ilhas Selvagens e, naturalmente,   Em virtude das numerosas missões de rendição dos elementos
          o apoio que a Marinha prestou ao longo das últimas quatro déca-  do IFCN do Comando Local da PM do Funchal, nas Ilhas Desertas e
          das ao Instituto das Florestas e Conservação da Natureza (IFCN).  Selvagens, realizadas sob diferentes condições meteorológicas, foi
           O navio chegou ao Arquipélago da Madeira, como já se referiu,   possível ir aumentando o conhecimento da plataforma e ganhar
          a 29 de dezembro, efetuando a sua primeira entrada no porto do   confiança na mesma, vindo a provar-se, cada vez mais, que esta é
          Funchal acompanhado pelo então e o atual Comandante da ZMM,   robusta e fiável, capaz de enfrentar estados de mar mais adversos
          CMG Félix Marques e CMG Sousa Pereira, respetivamente, com co-  e com boa capacidade de transporte logístico, estando, portanto,
          bertura jornalística de alguns órgãos de comunicação social.   bem preparada e adequada às missões a que se destina.
           Cumprindo o protocolo estabelecido, o Comandante do navio,   Realce-se que, ainda ao nível da fiscalização marítima, o navio
          1TEN Robalo Franco, apresentou cumprimentos ao Representante   demonstrou uma extrema manobrabilidade e elevada capacidade
          da República para a Região Autónoma da Madeira, Juiz Conselhei-  de resposta, para posicionamento face às embarcações e posterior
          ro Ireneu Barreto, ao Comandante Operacional da Madeira, MGEN   largada dos meios orgânicos de fiscalização de que dispõe: uma
          Rui Clero, e ao então Comandante da ZMM.            embarcação rígida Harding, uma semirrígida SeaRider e um bote
           A 4 de janeiro, por ocasião da entrega do Comando da ZMM, foi   Zebro Tipo III.
          oferecido um almoço a bordo a diversas entidades civis e militares,   O navio aproveita agora a permanência de cerca de um mês na
          nomeadamente o Diretor-geral da Autoridade Marítima Nacional,   BNL para efetuar pequenas reparações e para descanso da guar-
          VALM Sousa Pereira, o Comandante Naval, VALM Gouveia e Melo,   nição, enquanto apronta nova missão à Zona Marítima do Norte.
          o Representante da República e o Presidente do Governo Regional,
          Dr. Miguel Albuquerque.                                                    Colaboração do COMANDO DO NRP TEJO



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