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REVISTA DA ARMADA | 528
NRP DOURO
MISSÃO FRONTEX
NRP Douro e UAM Troia atracados em Cádis
OPERAÇÃO INDALO 2017 sagem da experiência adquirida em parƟ cipações anteriores. A
missão foi coordenada pelo Centro de Coordenação Internacio-
Marinha tem empenhado, ao longo dos úlƟ mos anos, os seus nal, em Madrid, que contou com a presença de um ofi cial de
A navios em operações de segurança maríƟ ma no âmbito da ligação português.
Agência Europeia de Fronteiras e Guarda Costeira – FRONTEX, O NRP Douro parƟ cipou na operação INDALO no sul de Espa-
para o controlo e vigilância das fronteiras maríƟ mas e combate nha. A área de operações é dividida em 4 subáreas, que haviam
ao crime transfronteiriço. A úlƟ ma parƟ cipação foi realizada no sido aumentadas, recentemente, para Oeste do STROG, devido
período de 22 de novembro a 21 de dezembro, pelo NRP Douro. ao súbito aumento de aƟ vidades ilícitas nessa zona geográfi ca.
Foi na madrugada do dia 22 de novembro que o NRP Douro Ao NRP Douro, face às suas dimensões e caracterísƟ cas de nave-
largou para a sua primeira missão internacional, para integrar a gabilidade, foi atribuída a área mais exigente, sendo que seria o
operação INDALO da agência FRONTEX. Esta agência é respon- meio mais indicado face às condições meteorológicas que seriam
sável pelo controlo e vigilância das fronteiras do sul da Europa, de esperar fora do Mediterrâneo. O navio patrulhou, sobretudo,
devido ao elevado número de migrantes ilegais que se aventu- a zona Oeste do STROG, fazendo, todavia, várias incursões a Este
ram pelo Mar Mediterrâneo à procura de uma vida melhor. do mesmo, visto que também pertenciam à sua área de patrulha.
Com a chegada a Cádis no dia seguinte, o navio recebeu dois Durante o período de missão o NRP Douro foi reforçado com
briefi ngs a bordo, um sobre as normas de conduta da FRONTEX, a UAM Troia, que se assumiu como meio orgânico do navio, já
onde se destacam os direitos humanos fundamentais e todos que foi uƟ lizada como extensão dos meios e sistemas de bordo,
os mecanismos de comunicação com a agência, e um segundo, não só para permiƟ r uma rápida intervenção, mas, também,
mais operacional, feito pela Guardia Civil (Espanha), focado no contribuindo para a compilação e manutenção do panorama de
número crescente de migrantes e de aƟ vidades ilegais incidentes superİ cie.
no STROG . Foi realçada também a evolução das embarcações e Após a atribuição de áreas e depois de realizado o briefi ng para
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do seu modus operandi com rotas mais afastados de costa, em a missão, a UAM Troia, guarnecida por dois fuzileiros da equipa
pleno oceano AtlânƟ co, rumo a Barbate ou a Trafalgar. de abordagem, para além da sua guarnição normal, era lançada
Com a conclusão destes briefi ngs, o navio integrava ofi cial- para realizar ações de patrulhamento, mantendo comunicações
mente a operação INDALO. Tendo em conta o enquadramento com o navio e efetuando um relato de operações com intervalos
e Ɵ pologia da missão, o navio recebeu ainda um representante de 20 minutos.
do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), um elemento espa- A UAM Troia largou de Lagos um dia antes, tendo esperado
nhol da Guardia Civil e, como reforço da guarnição, uma equipa pelo NRP Douro em Vila Real de Santo António, passando então a
do pelotão de abordagem, consƟ tuída por cinco fuzileiros (um consƟ tuir-se como meio orgânico do navio. Na missão foi exaus-
sargento e quatro praças) e uma equipa para a guarnição da Lan- Ɵ vamente uƟ lizada em patrulhas de duas horas e meia, duas
cha de Assalto Rápida (LAR) UAM Troia, consƟ tuída por duas pra- vezes ao dia. As patrulhas eram exigentes, as condições de mar, à
ças fuzileiros da Unidade de Meios de Desembarque. entrada do estreito, em dezembro, não foram as mais favoráveis,
Estes elementos foram fundamentais na implementação de um mas, equipada com bons sistemas e guarnecida por uma tripula-
processo de idenƟ fi cação, controlo e organização dos migrantes ção profi ciente e treinada, foi possível a sua ampla uƟ lização. No
irregulares, na ligação entre o navio, a Guardia Civil e o Serviço restante tempo, quando não era empenhada, não sendo possível
de Busca e Salvamento MaríƟ mo espanhol e, também, na pas- o seu embarque no navio, a LAR permaneceu a reboque.
12 ABRIL 2018