Page 17 - Revista da Armada
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Foto 1SAR ETC Silva Parracho
tunidade para uma refl exão sobre a aƟ vidade desenvolvida no cácia do Serviço de Busca e Salvamento MaríƟ mo próxima dos
ano transato e para apresentar a minha visão para o futuro. 97%, o que consƟ tui uma referência internacional e um exemplo
O DisposiƟ vo Naval Padrão foi cumprido no ConƟ nente e nas da excelente cooperação operacional entre a Marinha, a Força
Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, ainda que com Aérea e a Autoridade MaríƟ ma.
algumas limitações, decorrentes do acentuado envelhecimento Por fi m, num ano marcado pelos trágicos incêndios fl orestais
das corvetas e dos patrulhas que, maioritariamente, concorrem que devastaram o nosso País, a Marinha colaborou com a Autori-
para esta função. dade Nacional de Proteção Civil, tendo empenhado, durante 160
A parƟ cipação em missões internacionais manteve-se, apoiando dias, os seus meios humanos e materiais no apoio às populações
a ação externa do Estado de forma autónoma, no âmbito das sinistradas.
organizações internacionais ou no quadro da PolíƟ ca Comum de No domínio da invesƟ gação e do conhecimento cienơ fi co, o
Segurança e Defesa da União Europeia. Neste domínio, para além trabalho desenvolvido no InsƟ tuto Hidrográfi co é o garante das
da parƟ cipação nas forças navais permanentes da NATO, destaco crescentes necessidades de segurança da navegação, invesƟ ga-
o corrente empenhamento de uma Força de Fuzileiros na Repú- ção e desenvolvimento do conhecimento do oceano, o que con-
blica da Lituânia, numa missão que representa o regresso dos tribui para a riqueza e presơ gio do País.
Fuzileiros a teatros internacionais de elevada visibilidade. Saliento, pelo impacto direto no produto operacional, a inaugura-
Relevo, ainda, a parƟ cipação em missões de capacitação e de ção do Centro Meteorológico e Oceanográfi co Naval, apoiando os
treino militar no Afeganistão, no Mali e na República Centro Afri- meios que servem na primeira linha de exigência operacional e, tam-
cana, e de observadores na missão de verifi cação do processo de bém, o esforço nacional de prevenção e miƟ gação de fogos rurais.
paz na Colômbia, contribuindo para a segurança e estabilidade No domínio da cultura, foi desenvolvido um alargado conjunto
regional. de aƟ vidades culturais, as quais traduzem o esforço que dedi-
Correspondendo ao esforço internacional de capacitação dos camos para desenvolver e preservar, na sociedade, uma forte
países do Golfo da Guiné, para que possam vir a assumir ple- idenƟ fi cação das pessoas com o mar e com a sua importância na
namente as suas responsabilidades na segurança maríƟ ma da construção do nosso futuro coleƟ vo.
região, foi iniciado um programa inovador de capacitação ope-
racional maríƟ ma da Guarda Costeira de São Tomé e Príncipe, Senhor Ministro da Defesa Nacional DisƟ ntos convidados,
uƟ lizando como base o patrulha Zaire. Simultaneamente, a ini- Compete ainda à Marinha apoiar, em recursos humanos e
ciaƟ va Mar Aberto prosseguiu o esforço de cooperação com os materiais, a Autoridade MaríƟ ma Nacional.
países africanos de língua ofi cial portuguesa, contribuindo para a No Dia da Marinha, quero, na qualidade de Autoridade MaríƟ ma
edifi cação e desenvolvimento das capacidades dessas marinhas Nacional, saudar todos os que servem nas estruturas da Direção-Ge-
amigas. Em resultado deste empenhamento, surgiram novas ral da Autoridade MaríƟ ma e na Polícia MaríƟ ma. Felicito-vos pelo
oportunidades de interação com Estados ribeirinhos do Golfo da profi ssionalismo e dedicação que diariamente colocam ao serviço
Guiné, num sinal claro do reconhecimento do papel que Portugal do País, num trabalho constante de proximidade ao cidadão.
e a Marinha vêm assumindo naquela região. Gostaria de salientar o trabalho que foi desenvolvido no âmbito
No mar Mediterrâneo, prosseguiu o empenhamento de meios da afi rmação da soberania e da autoridade do Estado no mar,
para o controlo das fronteiras externas da União Europeia e para tendo em vista a prevenção e repressão de ilícitos nos espaços
o combate à migração irregular. Para além da imediata dimensão de jurisdição maríƟ ma, bem como as ações de fi scalização e ins-
humanitária – em 2017, neste âmbito, a Marinha e a Autoridade peção com o propósito de garanƟ r o respeito pela legislação, de
MaríƟ ma Nacional salvaram mais de 1300 vidas –, estas missões melhorar as condições de quem anda no mar e de preservar os
assumem parƟ cular relevância na defesa e na preservação do nossos recursos.
espaço europeu. Assinalo, ainda, a relevante parƟ cipação da Polícia MaríƟ ma nas
Ao nível da segurança maríƟ ma e da salvaguarda da vida operações no âmbito da agência FRONTEX, no mar Mediterrâ-
humana no mar, em 2017, nas áreas sob responsabilidade nacio- neo, acrescentando uma dimensão internacional à Polícia Marí-
nal, foram salvas 410 vidas. Nos úlƟ mos 10 anos, um total de Ɵ ma que, pelo seu reconhecido valor, vamos procurar manter.
mais de 6700 vidas foram salvas, representando uma taxa de efi - Con nua na página 20
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