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REVISTA DA ARMADA | 539







































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           A  SFN  pertence  à  Estrutura  de  Forças    Aliança. Para além disso, pese embora o   contributo enquanto nação-hospedeira, o
          da NATO (NFS) pelo que, ao contrário dos   MARCOM detenha o comando e controlo   nosso país contribui para o Estado-Maior da
          elementos que constituem a Estrutura de   de todas as forças marítimas permanentes   SFN com 13 militares (9 da Marinha, 2 do
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          Comando  da NATO (NCS), não é elegível   da NATO durante as “operações correntes”   Exército e 2 da Força Aérea), constituindo
          para receber fundos comuns ou contribui-  e se constitua como o principal conselheiro   o  segundo  maior  contingente,  imediata-
          ções de pessoal de todos os países NATO.   marítimo  da  Aliança,  apenas  a  SFN  pode   mente após os Estados Unidos. A presença
          Assim, trata-se de uma organização do tipo   integrar  e  empregar  forças  navais  e  anfí-  deste importante comando NATO, de nível
          “Memorando  de  Entendimento”  (MOU),   bias americanas de grande dimensão em   operacional, trouxe uma visibilidade acres-
          que engloba 12 países-membros da NATO:   operações NATO, por deter uma cadeia de   cida ao nosso País, no domínio da projeção
          França, Alemanha, Grécia, Itália, Holanda,   comando totalmente norte-americana, em   de  poder  marítimo,  como  têm  sido  disso
          Noruega, Polónia, Portugal, Espanha, Tur-  conformidade com a chamada Prime Direc-  exemplo as frequentes visitas dos mais altos
          quia, Reino Unido e Estados Unidos. Cada   tive, que obriga a que este tipo de forças   dignitários da Aliança, designadamente os
          país  deste  MOU  contribui  com  pessoal   estejam diretamente subordinadas a uma   Secretário-Geral, Presidente do Comité Mili-
          devidamente habilitado para o planea-  cadeia de comando nacional – o coman-  tar, SACEUR, SACT, entre outros, e que segu-
          mento e execução das suas missões prin-  dante  da  SFN  está  diretamente  subordi-  ramente poderá representar uma oportu-
          cipais. O seu quadro de pessoal, em tempo   nado ao SACEUR. Este arranjo de comando   nidade de maior cooperação com as Forças
          de paz, é de 164 militares, podendo ser   e controlo garante ao SACEUR uma maior   Armadas Portuguesas.
          aumentado até 400 em tempo de crise.  capacidade e flexibilidade de intervenção                     
           As recentes mudanças na Aliança, decor-  na  condução  de  operações  militares  que   Paulo Cavaleiro Ângelo
          rentes  da  adaptação  da  NCS,  pretendem   vão ao encontro dos objetivos da NATO.               CMG
          potenciar as suas capacidades de dissua-  O  espaço  marítimo,  e  o  seu  domínio,   Deputy Chief of Staff, Support
          são no domínio marítimo, designadamente   tem sido bastante importante ao longo da   Senior National Representative
          com a criação de um novo comando, o   história da civilização. O uso deste espaço
          Joint  Force  Command  Norfolk  (JFCNF),  e   tem  contribuído  significativamente  para   Notas
          com o reforço do atual comando de com-  a  prosperidade  das  nações,  pelo  que  a   1  No Reduto Gomes Freire, em Oeiras.
          ponente  marítimo  (MARCOM),  mas  que   Aliança  Atlântica  se  tem  continuamente   2   “The  Ocean  Conference  Factsheet:  People  and
          não afetarão diretamente a SFN graças ao   adaptado também neste domínio para   Oceans”, United Nations, accessed 15 February 2019,
          seu estatuto enquanto elemento da NFS.   fazer face aos permanentes desafios com   https://www.un.org/sustainabledevelopment/
                                                                                 wp-content/uploads/2017/05/Ocean-fact-sheet-
          Ainda assim, a SFN continua a poder ofe-  que se tem deparado. A SFN, dada a sua   -package.pdf.
                                                                                  Grupos de combate, conhecidos na terminologia
          recer à NATO um vasto conjunto de capa-  natureza  flexível  e  versátil,  é  um  instru-  3 norte-americana como Carrier Strike Groups (CSG)
          cidades únicas. Enquanto que a missão   mento  “chave”,  ao  dispor  da  NATO,  que   e Expeditionary Strike Groups (ESG). No caso dos
          do JFCNF se enfocará na região do Atlân-  poderá prestar um enorme contributo na   CSG,  trata-se  de  uma  força  constituída  em  redor
                                                                                 de um determinado porta-aviões. Um ESG contém
          tico,  a  SFN  estará  capacitada  para  poder   condução  de  operações  que  concorram   diversos navios de projeção anfíbia.
          ser projetada para toda a área de opera-  para a supremacia marítima da Aliança no   4  AIRCOM, sediado em Rammstein, Alemanha. Res-
          ções  marítimas  do  SACEUR,  quer  como   seu espaço de interesse.    ponsável pela Defesa Antimíssil Balístico da NATO.
                                                                                  Baltic Operations
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          força dissuasora, quer como força capaci-  Portugal faz parte deste MOU desde 2012,   6  Navio de comando da 6ª Esquadra americana.
          tada para gerar efeitos conjuntos a partir   quando  a  SFN  foi  relocalizada  no  nosso   7 8  NFS, NATO Force Structure.
                                                                                  NCS, NATO Command Structure.
          do mar, no âmbito da defesa coletiva da   país,  oriunda  de  Nápoles.  Para  além  do
                                                                                                     ABRIL 2019  21
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