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REVISTA DA ARMADA | 546
Foto Carlos Rodrigues
bordo alguns eventos do COM SNMG1, nomeadamente, o almoço FURACÃO DORIAN. ORDEM PARA LARGAR
protocolar para as autoridades locais, a conferência de imprensa
e a force recepƟ on, que contou com a presença de cerca de 150 Durante a PSC e em consequência da previsão do aumento da
pessoas, entre militares da força, personalidades norte-america- intensidade do vento com a passagem do furacão Dorian, foi deci-
nas, comunidade diplomáƟ ca e vários militares e civis portugueses dido que todos os navios deveriam largar de imediato para o mar.
residentes em Norfolk. O Dorian Ɵ nha-se formado semanas antes ao largo do Golfo do
México e ia deixando um largo rasto de devastação, principal-
NATO GROUP SAIL. NEW YORK, NEW YORK… mente na orla costeira subjacente ao seu trajeto para norte; tudo
Durante o NATO Group Sail o NRP D. Francisco de Almeida vol- indicava que passaria por Halifax ou pelas proximidades. A visita a
tou a assumir a função de ASW Commander, que já desempe- Halifax fi cou reduzida a apenas algumas horas.
nhara durante todo o trânsito atlânƟ co. Neste âmbito, realce para O SNMG1 dirigiu-se para a baía de Fundy, a Oeste da Nova Escó-
as diversas séries de luta anƟ ssubmarina, conduzidas durante 32 cia, zona abrigada a Leste (a previsão meteorológica apontava
horas consecuƟ vas, com oposição de um submarino nuclear da para vagas de 16 metros, predominantemente de Leste) e apenas
classe Virginia. Durante estas séries o navio foi apoiado e contro- aberta a Sul. A confi guração geográfi ca da área forneceu assim
lou em conơ nuo aeronaves de patrulha maríƟ ma P8A Poseidon. abrigo da agitação maríƟ ma, não obstante a intensidade do vento
Destaque ainda para as séries de Ɵ ro contra alvo rebocado por (registadas a bordo rajadas de mais de 80 nós); o furacão não deu
aeronave e por semirrígida autónoma (dirigida à distância por problemas de maior.
outro navio), que permiƟ ram aferir tanto o bom desempenho e Quarenta e oito horas após a passagem do Dorian e já com mar
precisão dos sistemas de armas do navio, como o nível de profi - chão e aragens, a força dirigiu-se para a zona de início do exercí-
ciência dos operadores. cio. Após a fase inicial de integração das forças, designada Combat
Após um intenso programa de treino (60 séries realizadas em 10 Enhancement Training (CET-FIT) e consubstanciada num seriado
dias), o navio entrou no porto de Nova Iorque, onde permaneceu de complexidade crescente, passou-se à fase de execução táƟ ca
de 30 de agosto a 3 de setembro. Foi organizado a bordo um con- (TACEX), na qual foi conduzida uma operação naval em resposta
vívio com a comunidade luso-americana residente no Estado de a uma crise, baseada num cenário de arƟ go 5º do Tratado da
Nova York, em parceria com a New York Portuguese American Lea- NATO. A elevada quanƟ dade de meios aéreos e navais, associada
dership Conference.; os cerca de 80 convidados Ɵ veram oportuni- a um cenário cuidado e bastante realista, tornou o exercício numa
dade de, em solo Português, parƟ lhar histórias e experiências num experiência de elevado interesse, um assinalável contributo para a
momento pleno de simbolismo, saudade e emoção. plena integração do SNMG1.
Para os marinheiros da D. Francisco de Almeida, fi ca a recordação
de mais um momento único, apenas possível para quem serve no RUMO BASE 095
mar. Houve ainda tempo para que quase 50 corajoso(a)s se aven- Terminado o exercício, a força fez uma paragem logísƟ ca em Saint
turarem numa inesquecível corrida pelo Central Park. John’s de 20 a 24 de setembro. Saint John’s é a principal cidade da
região de Newfoundland (Terra Nova), zona com vincada infl uên-
CUTLASS FURY O MAIOR EXERCÍCIO NAVAL cia portuguesa devido à pesca do bacalhau. À semelhança do que
CANADIANO fi zera a guarnição do NRP Viana do Castelo uma semana antes (ver
Largando Nova Iorque, o SNMG1 efetuou um trânsito de cerca de RA Nº 545), também a guarnição do NRP D. Francisco de Almeida
48 horas até Halifax, Canadá. Seguir-se ia o exercício Cutlass Fury honrou a memória de Dionísio Esteves, símbolo de todos os pesca-
2019 (CF19) - anualmente o maior exercício naval canadiano – que dores portugueses que pereceram nas águas da Terra Nova.
iria garanƟ r, pelo treino, a interoperabilidade e a integração entre a Enquanto surtos no porto, preparou-se e coordenou-se o Mari-
Esquadra Canadiana do AtlânƟ co, as Forças da NATO e as Marinhas Ɵ me Express seguinte, i.e., os diversos exercícios com os navios da
de países aliados. A edição de 2019 contou com a parƟ cipação de força e o crosspol (transferência de militares entre os vários navios,
cerca de 2.800 militares de oito nacionalidades, distribuídos por 20 de modo a fomentar a interligação e capacidade de trabalho con-
navios e 36 aeronaves. junta) a efetuar enquanto se cruzar o AtlânƟ co, rumo a Rota, no
Estava previsto a força permanecer em Halifax de 5 a 8 de setem- velho conƟ nente.
bro, período durante o qual se realizariam as reuniões das forças,
incluindo, a 6 de setembro, a Pre-sail conference (PSC) do CF19. Colaboração do COMANDO DO NRP D. FRANCISCO DE ALMEIDA
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