Page 9 - Revista da Armada
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REVISTA DA ARMADA | 546
Caso existam trabalhos hidrográfi cos a decorrer, como era e no respeƟ vo transporte tanto para a Ilha das Flores como para
o caso, a pronƟ dão da EHIR é de até 48 horas; todavia, estava a do Corvo. Estava assim garanƟ do um primeiro reabastecimento
pronta a ser projetada em apenas oito horas, sendo embarcada de emergência de produtos de primeira necessidade.
num C- 130H da Força Aérea na madrugada de dia 4 de outubro. Os fuzileiros também colaboraram na refl utuação de contento-
Condições meteorológicas adversas obrigaram a que a aeronave res afundados na área portuária, em apoio das equipas de mer-
só aterrasse nas Flores no dia 5, após uma curta estada na ilha gulhadores, e no seu reboque e posterior remoção através da
Terceira. grua que se encontrava no cais.
TRABALHOS HIDROGRÁFICOS 1 TRABALHOS HIDROGRÁFICOS 2
Após o reconhecimento inicial, e a montagem dos Nos dias seguintes, foram efetuados novos levan-
equipamentos, foi realizado um levantamento expe- tamentos com o objeƟ vo de adensar a baƟ metria já
dito do interior do porto das Lajes, com o SL montado na borda adquirida. Foi também alargado o raio de ação do SL às aproxima-
do bote. Tal permiƟ u visualizar as alterações ocorridas após a ções do porto e até mesmo ao exterior do molhe destruído.
passagem do furacão e idenƟ fi car os principais objetos submer- Nesta ação a EHIR colaborou e contou com a colaboração das
sos que impediam a uƟ lização do porto. outras equipas presentes, nomeadamente a célula de reconhe-
De seguida o bote foi reconfi gurado para a realização de um cimento do Corpo de Fuzileiros, a equipa de mergulhadores e
levantamento hidrográfi co expedito, com fi adas paralelas espa- os vários elementos da Autoridade MaríƟ ma coordenados pelo
çadas de 10 metros complementadas por fi adas perpendiculares. Capitão do Porto. Em termos práƟ cos verifi cou-se que o acesso
Com este plano de levantamentos foi possível obter um pro- ao porto não Ɵ nha qualquer perigo acrescido para a navegação.
duto cartográfi co expedito ainda na tarde do dia 5, o que permi- Nas proximidades do molhe e cais foram idenƟ fi cados diversos
Ɵ u ao Comando da operação ter uma primeira ideia do estado do blocos de pedra que foram removidos com a ação dos mergu-
interior do porto, planear as operações do dia seguinte e orientar lhadores da Marinha. O porto fi cou acessível aos navios até um
os trabalhos das outras equipas. calado de 3,5 metros. O abastecimento da ilha deixou de estar
em causa.
TRABALHOS DAS RESTANTES EQUIPAS
Os 10 mergulhadores pertencentes ao Destacamento RETRAÇÃO
de Mergulhadores Sapadores nº 2, efetuaram detona- No dia 10 de outubro, a bordo do NRP Bér-
ções de blocos de betão submersos – originários do molhe des- rio, num evento que contou com a presença
truído – e de diversos contentores. Os fuzileiros – uma força de do Comandante das Operações, COM Croca Favinha, o Presi-
26 militares – efetuaram ações de reconhecimento na orla cos- dente da Câmara Municipal das Lajes das Flores deixou um agra-
teira, por via aérea, maríƟ ma e terrestre, recorrendo à uƟ lização decimento muito especial à Marinha, pela forma rápida, pronta
de drones para a análise e avaliação de danos, caracterizando de e empenhada como acorreu à Ilha das Flores num momento de
forma pormenorizada todo o local envolvente ao porto das Lajes; grande desespero devido à destruição do Porto das Lajes, contri-
também colaboraram na idenƟ fi cação de todos os contentores, buindo não só para a tranquilização da população, mas também
na remoção e posterior fi xação de cargas perigosas e com poten- para o regresso a uma relaƟ va normalidade através dos trabalhos
cial de causar impacto ambiental. Os fuzileiros colaboraram ainda que permiƟ ram a reabertura condicionada do porto à navegação.
no desembarque logísƟ co a parƟ r das unidades navais fundeadas No fi nal do dia 10 deu-se início à retração das forças da área
de operações. Já com a ilha das Flores pela popa, rumando à
EQUIPA HIDROGRÁFICA DE INTERVENÇÃO RÁPIDA Base Naval de Lisboa, senƟ a-se nas guarnições dos navios e no
restante pessoal embarcado, orgulho e o senƟ mento de dever
A EHIR é uma equipa operacional mulƟ disciplinar do IH que congrega todas cumprido. Mostrara-se que a distância não é problema; mesmo
as valências técnico-cienơ fi cas do InsƟ tuto, da BH e das várias Divisões da longe, a Marinha conƟ nua perto.
Direção Técnica.
A EHIR é aƟ vada pelo Diretor-Geral do IH, em situações de emergência ou Entre os membros da EHIR também fi cou o senƟ mento de se
crise, sempre que se verifi car um incidente grave em ambiente marinho, e cujas ter contribuído para a recuperação das condições de vida da
valências do IH possam contribuir para uma rápida avaliação e resolução dos população sinistrada, tendo-se confi rmado a grande mais-valia,
problemas surgidos. Estes incluem, por exemplo, incertezas de acessibilidade efi ciência e efi cácia duma equipa operacional mulƟ disciplinar de
maríƟ ma a portos, perigos para a navegação, busca de objetos afundados, etc. ação em emergência.
A EHIR pode ser empenhada tanto em operações navais, como em opera-
ções maríƟ mas ou de proteção civil em cenários de catástrofe ou crise.
Colaboração do COMANDO NAVAL e INSTITUTO HIDROGRÁFICO
DEZEMBRO 2019 9