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REVISTA DA ARMADA | 546

ACADEMIA DE MARINHA

III SEMINÁRIO INTERNACIONAL

«PORTUGAL, ESPANHA E O ATLÂNTICO»

m 10 de outubro decorreu na Aca-
Edemia de Marinha o III Seminário
Internacional «Portugal, Espanha e o
AtlânƟ co», subordinado ao tema “O
AtlânƟ co – diálogos culturais e estra-
tégicos na contemporaneidade”.
Os encontros cienơ fi cos «Portugal,
Espanha e o AtlânƟ co» resultam de
uma parceria entre o Centro de Estu-
dos Interdisciplinares do Século XX da
Universidade de Coimbra – CEIS20,
muito concretamente através do seu Foto Zantsilva
Grupo de InvesƟ gação Europeísmo,
AtlanƟ cidade e Mundialização, e a
Universidad Nacional de Educación a Distancia – UNED-Madrid, mas principalmente porque a sua cultura, história e língua foram
através do Departamento de História Contemporânea da Facul- aquelas que moldaram este oceano e que ainda predominam nas
dade de Geografi a e História. Foram seus mentores os Professores suas margens, a posição de Portugal e Espanha é de grande impor-
Doutores Maria Manuela Tavares Ribeiro e Hipólito de La Torre tância e valor, capaz de criar pontes transatlânƟ cas e voltar a afi r-
Gomez e têm-se realizado de forma regular desde 2017, tendo mar, tal como há cinco séculos
neles parƟ cipado renomados académicos e invesƟ gadores portu- atrás, um Mundo AtlânƟ co”.
gueses e espanhóis. Para a dissertação de Aber-
Numa época de reconfi gurações de vária ordem do sistema inter- tura deste III Seminário, foi
nacional, o AtlânƟ co tem vindo a ter um “ressurgimento silencioso convidado o Almirante Antó-
capaz de o recentrar na geopolíƟ ca do século XXI, potenciando nio Silva Ribeiro, que referiu,
a posição geográfi ca de Portugal e maximizando a sua políƟ ca na sua comunicação inƟ tulada
externa”, segundo Bernardo Pires de Lima. Assim, tem sido obje- “Contributo para uma teoria
Ɵ vo destes seminários internacionais contribuir para um diálogo dos estudos maríƟ mos euro-
refl exivo importante entre portugueses e espanhóis sobre a cen- -atlânƟ cos”, ser fundamental
tralidade estratégica do AtlânƟ co, nas suas múlƟ plas vertentes na “desenvolverem-se esforços
Época Contemporânea. Esta terceira edição resultou, este ano, de com vista à formulação de uma
uma parceria destas duas insƟ tuições com a Academia de Mari- teoria dos estudos maríƟ mos
nha, tendo sido organizada euro-atlânƟ cos, que tenha como objeto os desafi os geográfi cos,
pelos Professores Isabel Freitas que decorrem dos imperaƟ vos da posição, e as circunstâncias polí-
Valente e Aurelio Velázquez e Ɵ cas e estratégicas associadas, respeƟ vamente, às relações de
pelo Comandante Herlander poder e à exploração da força no mar”.
Valente Zambujo. Seguiram-se as comunicações da Profª Maria Manuela Tava-
O Presidente da Academia res Ribeiro e do Comandante Valente Zambujo sobre o tema «O
de Marinha, Almirante Fran- AtlânƟ co: diálogos e idenƟ dades culturais (séc. XIX-XXI)». A temá-
cisco Vidal Abreu, nas palavras Ɵ ca «AtlânƟ co: Ponte da União Europeia» esteve ao cuidado da
de Abertura e após ter agrade- Prof.ª Isabel Maria Freitas Valente e do Almirante António Rebelo
cido a presença da Embaixa- Duarte. Os Professores António José Telo e Carlos Amaral, centra-
dora do Reino de Espanha em ram as suas apresentações no tema «A centralidade do AtlânƟ co e
Portugal, Marta Betanzos Roig, o Futuro da Ordem Internacional». A conferência de Encerramento
do Almirante António Silva “Los dictados del mar en las historias contemporáneas peninsula-
Ribeiro, Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEM- res”, foi proferida pelo Prof. Hipólito de La Torre Gómez.
GFA) e também Académico Emérito desta Academia, bem como Nas palavras fi nais proferidas pelo Presidente da Academia de
a todos os responsáveis pela coordenação e organização deste Marinha fi cou o registo de que “conƟ nua a haver quem acredita
Seminário, salientou no seu discurso que “colocando-se na van- que o papel do AtlânƟ co não se esgotou no passado e que Portu-
guarda deste novo movimento de descoberta, não só através da gal e E spanha, se não forem distraídos, serão países chave para
sua posição geográfi ca, numa frente privilegiada para o AtlânƟ co, que esse desiderato se concreƟ ze”.

12 DEZEMBRO 2019